domingo, 21 de abril de 2013

Palavra do ano: estirpe


Se a palavra de 2011 neste blogue foi “procrastinação”, a palavra deste ano civil que agora decorre é “estirpe”. Tudo por culpa do virus H7N9, uma nova estirpe (aí está…) da gripe aviária e que já causou várias fatalidades na China continental, colocando as autoridades da região em alerta. A estirpe é mencionada em todos os noticiárias, e as pessoas tremem ao ouvir esta palavra. É como se um Jack, o “estirpador” estivesse à solta. Quando se ouve falar em estirpe não pode ser coisa boa. A estirpe é uma nova ameaça. A estirpe, esta em particular, pode matar.

A estirpe, "strain" na tradução inglesa, que soa ao muito mais agradável e inofensivo “strip”, é mais uma daquelas palavras que se tornam subitamente infames mesmo que antes muita gente nunca tenha ouvido falar dela. Foi como a palavra “austeridade” em Portugal. Muitos já viviam em estado de austeridade, mas não lhe davam esse nome – diziam simplesmente que eram “tesos”. A estirpe fez muito boa gente puxar do dicionário e saber do que se trata. Os medicos, farmacêuticos e gajos dos laboratórios enchem o peito de orgulho: “antes de vocês ouvirem falar da estirpe já estávamos nós fartos dela”. Estirpe: a palavra do ano. E já agora vamos esperar que esta estirpe da gripe dos galináceos não faça mossa.

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