terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Macau ontem: Caixa Escolar
Antes e depois: o velho edifício da Caixa Escolar mantem-se, mas o campo desportivo "foi-se".
A Praça do Tap Seac, uma daquelas obras que visou “oferecer um espaço de lazer à população” mas que pouca gente frequenta, lembra-me sempre o antigo campo de futebol que ali existia. O recinto desportivo que a população conhecia por “campo da caixa escolar”, devido ao antigo edifício com o mesmo nome erguido em 1925, e que ainda ali se encontra preservado, tinha um relvado sintético, um pequeno ringue de patinagem e um campo de basquetebol ao ar livre, pavimentado de cimento, ao estilo do que é hoje conhecido por “streetball”, ou basquetebol de rua. O relvado sintético era destinado à prática do hóquei em campo e do futebol. Do hóquei realizava-se ali o campeonato local, e foi no Tap Seac que evoluiram as maiores glórias do “stick” local, e os aficionados vibravam com o mítico Lusitânia, clube constituído quase na totalidade por jovens “filhos da terra”. Era a idade do ouro do hóquei em campo no território, que todos recordam com saudade.
No futebol lembro-me de ter visto em 1995 jogar ali uma selecção de veteranos, onde pontificavam nomes como Jaime Pacheco, Vítor Damas, Augusto Matine, entre outros, e além destes, o grande Eusébio. Joguei neste sintético no torneio inter-repartições do 1º de Maio em 1998, e posso dizer com orgulho que pisei o mesmo relvado que o Pantera Negra. Era costumeiro um grupo de amigos ou colegas de trabalho alugar o campo aos fins-de-semana e resolver as diferenças e esquecer os problemas, e quem passava de carro ou a pé pela Av. Conselheiro Ferreia de Almeida no Domingo de manhã, junto à Biblioteca Central, podia reparar na animação dos que preferiam passar os dias de descanso aos chutos na bola. Hoje o desporto é praticado nos recintos topo de gama gerados pela sucessão de eventos internacionais que arrancaram com os Jogos da Ásia Oriental em 2005. O hóquei em campo mudou para a Taipa, ao lado do Estádio, e não sei se é possível alugar um campo de futebol onde um simples funcionário possa “ir às canelas” do chefe ou de um colega mais sacana, libertando assim o stress acumulado pela labuta diária, mas duvido. Não sei se Macau ficou bem servido com esta ideia do parque onde nada acontece no lugar do antigo campo da Caixa Escolar.
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