quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Die Hard 5
Tiros! Sangue! Mortos! Porrada! Está aí mais um filmed a série “Die Hard”, que conta com Bruce Willis no papel principal. O primeiro filme da série data do final dos anos 80, e lembro-me de vê-lo no cinema e ficar fascinado com a forma como o personagem John McClane derrota sozinho, de camisola interior e descalço um grupo de terroristas internacionais armados até aos dentes que ocuparam com violência um arranha-céus em Los Angeles. Aliás, não é isso mesmo que tantas vezes acontece na vida real? E para que não se pense que foi fácil, o nosso herói anda sobre vidros partidos, perde litros de sangue e acaba o filme quase com as tripas de fora. E para piorar as coisas, fuma cigarros uns atrás dos outros enquanto manda mais terroristas para o maneta, brincando com a saúde. Que coragem!
Dois anos depois apareceu o segundo filme, igualmente memorável, e que ficou na altura conhecido por ser “o mais sangrento de todos os tempos”. Mais uma vez um grupo de terroristas (internacionais, claro), toma de assalto o aeroporto Dulles, em Nova Iorque, num dia de neve, ainda por cima! McClane está lá por acaso à espera da mulher, e consegue mais uma vez salvar o dia, apesar de (mais uma vez) fazê-lo com pouca roupa debaixo de temperaturas negativas, sobrevivendo a tiros, granadas e à maldade dos vilões, e à inépcia das autoridades. É fascinante a forma como McClane, que é apenas um polícia comum, consegue quase de forma telepática ler o passo seguinte dos criminosos, e dizer sempre presente onde quer que cheire a esturro.
Os primeiros dois filmes foram exibidos na época natalícia, e curiosamente a acção era passada na noite de consoada. Cansados de lixar o Natal ao pobre McClane, os autores da “franchise” fizeram um terceiro filme mais “urbano”, com o herói a perseguir um terrorista (internacional, pois) interpretado por Jeremy Irons pelas ruas de Nova Iorque, num jogo do gato e do rato. O argumento, que é o que menos interessa, dizia-nos que Irons era irmão do antagonista morto por McClane no primeiro filme, e daí este era o “Die Hard with a vengeance’. Pronto, a gente engole. Enquanto os terroristas liquidavam quem lhes apetecia com a mesma facilidade com que uma faca quente atravessa manteiga mole, McClane já dava sinais da imortalidade que parece começar agora a atingir. O que para ele é apenas um arranhão, para o comum dos mortais dava para uma longa temporada nos cuidados intensivos do hospital.
Quando todos pensavam que “Die Hard” já deu o que tinha a dar, eis que surge em 2007 um quarto filme, 12 anos depois do terceiro: “Die Hard 4.0”, ou “Live free or die hard”. Os anos não passam por McClane, que conta com a ajuda de um jovem “sidekick” interpretado por Justin Long para combater um grupo de terroristas (internacionais, duh) que lhe raptam a filha e tudo! Agora é que lhe pisaram a cauda. Alguns dos terroristas são especialistas em “parcour”, uma espécie de ginástica urbana semelhante à capoeira, mas não há parcour, karate, magia negra ou bombas de neutrões que resistam a McClane. Se os ninjas são considerados assassínios exímios e implacáveis, e porque ainda não apanharam o McClane pela frente.
Agora chega-nos este “A good day to Die Hard” (os títulos estão cada vez melhores), onde o nosso herói viaja até à Rússia para resgatar o filho – é uma sorte estes miúdos terem um pai herói. Tenho a certeza que vamos ter muita acção, e apesar dos antagonistas serem russos, tenho a certeza que se trata mais uma vez de terroristas internacionais. Bruce Willis, que dá corpo a John McClane, vai completer 58 anos em Março, e tinha 34 quando fez o primeiro filmed a série. Com a excepção do cabelo, que se foi todo, continua em grande forma, invencível. Não sei se se lembram do actor em início de carreira, quando fazia um papel cómico na série “Moonlighting” ao lado de Cybill Shepherd, e era uma grande promessa da comédia. Não sei quem foi que se lembrou dele para o papel do duríssimo McClane, que deu uma volta à sua carreira e tornou-o num “action hero”, mas foi em boa hora. Bruce Willis compete agora com Chuck Norris pela presidência do clube dos duros. Uma eleição que promete.
PS: fiz download dos primeiros quatro filmes da série para fazer uma “revisão” antes de ir ao cinema ver esta quinta parte.
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