quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mais dinheiro, algum dinheiro, muito dinheiro


1) O Chefe do Executivo lançou ontem e hoje as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2013. Como sempre, foi de "massa" que se falou. Enquanto em Portugal os subsídios andam a ser cortados a torto e direito, em Macau "dá-se" dinheiro. Ou será mesmo assim? A compensação pecuniária, vulgo "cheque" passa de 7 mil para 8 mil patacas, os vales de saúde passam de 500 para 600 patacas, o subsídio de electricidade (eheh) passa de 180 para 200 patacas, redução do imposto profissional (um imposto que faz cada vez menos sentido) e serão injectadas mais 10 mil patacas no plano de Segurança Social de cada residente. Parecem-me aumentos um tanto ou quanto tímidos, atentendo ao facto que a inflação continua fora de controlo e o preço da habitação vai continuar a subir. Perdoem-me a maldade, mas todas estas benesses poderão servir de desculpa para os senhorios aumentarem as rendas: "com que então oito mil pataquinhas, uh? passem para cá!". De medidas para combater estes flagelos que afectam a qualidade de vida da população falou-se pouco. Mais habitação pública para uns putativos aterros sabe-se lá quando, e dos aumentos para os funcionários públicos fala-se entre dentes. Aguarda-se a partir da próxima semana a visita dos respectivos secretários à AL. Não faltarão motivos de interesse, especialmente piadas vindas daqueles deputados que têm mais apetência para o humor. Ao contrário das soluções, que serão poucas.

2) O tal "caso das campas", que me tenho abstido de comentar, começa a cheirar mal. Não comento os últimos desenvolvimentos, uma vez que a maioria das pessoas que têm seguido o caso sabem exactamente do que se trata, mas deixa-me sorumbático que a situação não se resolva depressa. Se existem ilegalidades, que sejam apurados os responsáveis. Senão, que não se fale mais nisso. O que temos agora são incertezas, vinganças, intrigas palacianas, jogos de poder e facadas nas costas. Serviços públicos que se beliscam e arranham, e tudo isto debaixo das barbas do Executivo, que simplesmente assobia para o lado. Não fica nada bem às partes envolvidas.

3) Macau continua a ser alvo preferencial para todo o tipo de malandrins e amigos do alheio. Na segunda-feira foi um jovem de 16 anos de Hong Kong que tentou trocar fichas falsas no casino, e...mas esperem, 16 anos? Não entrou em vigor no dia 1 a proibição de entrada nos casinos a menores de 21 anos? Se calhar o rapaz era desenvolvido para a idade. No mesmo dia, e lia-se hoje no JTM, mais um conto do vigário, com uma idosa enganada com o esquema do "dinheiro abençoado". São às dúzias os casos deste tipo todos os anos, e a população ignorante e supersticiosa nunca mais aprende. São casos uns atráas dos outros, alguns que chegam mesmo a desafiar a imaginação. Macau dava para um volume de obras "pulp fiction". E já agora, o Grande Prémio de Macau tem o seu início amanhã. Cuidado com as carteiras...

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