segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lusofonia, até para o ano meu amor


Terminou mais um Festival da Lusofonia, que decorreu entre a última sexta-feira e ontem, e que mais uma vez soube a pouco. Um amigo meu que não foi (nunca vai, o palerma) ao festival quis saber se foi bom, eu disse-lhe que sim, e então perguntou-me se devia ser assim uma coisa permanente, se devia acontecer todas as semanas. Acho que não, todas as semanas seria enjoativo, mas pelo menos mais que uma vez por ano era perfeitamnente justificável. Aliás penso que se alguns locais de Macau que têm capacidade para acolher este tipo de festa (a Doca dos Pescadores, por exemplo) e estão completamente às moscas (Doca, outra vez), tinham a ganhar com a animação que decorreu este fim-de-semana na zona do Carmo, na Taipa. Foi um Festival lindo, e até o tempo ajudou, ameno, sem chuva, fresquinho, uma delícia.

Claro que será um pouco dom-quixotesco pensar numa edição deste tipo uma vez por mês.. Vá lá, durante os 4 ou 5 meses que o tempo em Macau não é uma autêntica merda, quando faz um calor do caraças, ou quando se rapa um briol do c... (desculpem a linguagem, isto sou eu a voltar às minhas raízes marialvas, fruto da frequência do festival). O Festival dá trabalho, montar as barracas, pagar aos artistas, o som, a paparoca, a certa altura a malta ia desinteresar-se por isto. Ia falir. Quem sabe uma vez por ano é o ideal. Mais uma vez a parte da tarde contou com os turistas chineses e os residentes locais, sempre prontos a satisfazer a sua curiosidade "under the sun", e a parte da noite foi reservada à malta lusófona propriamente dita. Isto de cantar e dançar, e beber, e amar, não está ao alcance de qualquer um. A Lusofonia é uma festa nocturna. O dia seguinte é para dormir, e depois voltar e curtir um pouco mais, já depois da tardinha.

As estrelas da companhia voltaram a ser os matraquilhos, sempre ocupados pelos mais novos, as caipirinhas brasileiras, e o palco da lusofonia, sempre cheio, onde a malta se sentou, cantou, dançou, e os fedelhos brincaram em frente ao palco. O costume, para não ser diferente. Jorge Vale, sempre muito cool cat, voltou a animar a rádio da lusofonia, com a a jjuda da incomparável Isa Manhão, que é uma natural, nasceu para comunicar, a moça. O palco foi animado pelos artistas da Lusofonia e não menos pelos locais, desde Fabrizio Croce até à Tuna Macaense, e Rudy Souza, o Elvis de Macau, ainda em grande forma. Que Deus lhe dê muitos e bons anos, que ele merece isso e muito mais. O artesananto e a boa comezaina esteve também no seu melhor, com os países da Lusofonia a dar o litro e a mostrar o melhor que se faz nos PALOP, no Brasil, Timor-Leste e Índia portuguesa. Estão todos de parabéns, mais uma vez.

E o que tenho a apontar de negativo no meio disto tudo, que é quase impossível de dizer mal? Os preços! Quer dizer, não quero falar sem saber como funcionam os trâmites do aluguer do espaço e tudo mais, mas considero que os preços foram exagerados em alguns casos. Quer dizer, 30 patacas por uma bifana? Vinte lecas por uma Super Bock geladinha? Setenta patacas por três sardinhas e uma salada? Outras 70 patacas pelos "sabores lusófonos" - é verdade que não se encontram em mais lado nenhum, mas um pouco de conduto e um prato cheio de arroz não deviam ser assim tào caros. E as caipirinhas estão a 30 patacas a "dose", apesar de se venderem ao milhar. E não me venham dizer agora que "nunca foi 20 patacas". Vai aumentando paulatinamente sem que ninguém se importe muito com isso. Mas olhem, esqueçam lá isso. É só uma vez por ano, afinal. E viva a Lusofonia!

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