domingo, 14 de outubro de 2012

Em contacto com Timor

Uma paisagem "urbanizada" em Timor-Leste.

Tive a oportunidade de ver esta manhã o programa "Timor Contacto", da RTPi. Mais uma vez fiquei desiludido, pois voltei a ver muito pouco de Timor-Leste propriamente dito. O programa devia chamar-se antes "O que andam alguns portugueses a fazer por Timor-Leste". Apresentado pelo incomparável Fernando Sávio - e digo "incomparável" porque ele na verdade é único - contra paisagens de deserto, pedras e muros de latão, hoje ficámos a conhecer uma senhora que vende artesanato, um produtor de vinhos e um centro de dia para a terceira idade. Na realidade vemos poucos timorenses neste "Contacto"; ficamos a saber como há portugueses que gostam muito de lá estar, como é tudo muito "giro", e como continuamos a tratar os timorenses como se fossem uns coitadinhos abandonados na borda do mundo.

O caso do asilo, um tal "Centro de dia S. José" ("centro de dia" é um eufemismo para "depósito de velhos abandonados"), é o primeiro em Timor-Leste! Inaugurado em 2010 por, adivinharam, missionários, e dirigido por freiras. Se Sobral de Monte Agraço já tem um parque infantil, como se dizia naquele bordão dos anos 90, agora Timor-Leste já tem um Centro de Dia. E fica localizado em Baucau. Curiosamente em Timor-Leste fica tudo ora em Díli, ora em Baucau. O resto do país não existe, ou é apenas selva. Foi deprimente ver como os velhos timorenses passam o resto dos seus dias a jogar à sueca, a dançar ou a aprender a eacrever. Chamou-me a atenção um deles que não conseguia desenhar a letra "b". A responsável daquele centro é uma freira enjoada, que não sorriu uma única vez. Também para quê? Aquilo é uma coisa muito séria, não é para brincadeiras. No exterior do centro vemos pneus usados com inanidades pintadas, tais como "Deus é nosso pai" ou "Deus é o maior, altíssimo". É para que saibam o que (não) lhes espera quando sairem dali na posição horizontal.

E mais uma vez foi assim, fiquei sem saber nada sobre Timor-Leste, a não ser que continua pouco recomendável. Pelo menos agora tem um centro de dia, pronto, e que também vai começar a "produzir vinho". Deve ser tão bom quanto o café. Foram 30 minutos bem passados, de boca aberta em incredulidade.

4 comentários:

  1. Você tem um hábito engraçado, quando embirra com um destino, consegue tornar tudo, mas absolutamente tudo em detestável e deplorável.

    Foi assim no passado com a Tailândia (país que era nojento só de drogas, putas e aldrabões..) e parece que agora temos um novo alvo, Timor Leste.

    É engraçado quando depois de escolher o alvo, o Leocardo torna imediatamente tudo num pesadelo. É o país que não é recomendável, o programa sobre o mesmo também não presta, são as paisagens que parecem só de "deserto, pedras e muros de latão", é o país que parece não existir senão Dili e Baucau, é o primeiro lar que não passa de um depósito de velhos abandonados à espera da morte (não são na prática o mesmo nos outros países?) são os velhos que são deprimentes, é a enfermeira que tem um ar de enjoada, é o vinho que como o café também não deve prestar, etc etc.

    Não estou a criticar, apenas acho graça à forma como o Leocardo molda as suas opiniões sobre certas coisas, ora é tudo óptimo e bestial, ora é tudo uma grandesissima merda. Nunca parece haver meio termo hehe

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  2. Mesmo que esteja a criticar, estou aberto a todas as críticas desde que sejam feitas de forma civilizada. Ou que pelo menos não recorram ao insulto gratuito contra terceiros, vá lá.

    É possível que haja algo de bom em Timor-Leste, deve haver, mas este programa "Timor Contacto" não o mostra. Tudo que vemos ali são anjinhos cheios de pena e gente "bem intencionada" que "quer ajudar" os timorenses, coitadinhos.

    Não sei se Timor-Leste é "uma merda", como o leitor seugere que eu digo, mas o programa "Timor Contacto"é, certamente, uma bela bosta. E era esse o objectivo do post, falar do programa. Ah sim, o café de Timor é bastante fraquinho, pois já tive oportunidade de o provar.

    Obrigado pelo seu comentário e cumprimentos.

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  3. "fiquei sem saber nada sobre Timor-Leste, a não ser que continua pouco recomendável"

    Está muito enganado Leocardo. Basta perguntar a alguém que lá tenha estado

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  4. O Riquexó era realmente um restaurante cheio de história e é uma pena fechar. Desses tempos já só resta a Vencedora.

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