sábado, 22 de setembro de 2012
Prémios ignóbeis
Foram entregues na última quarta-feira à noite os prémios IG-nóbeis, um reconhecimento à investigação científica que não interessa nem ao menino Jesus. Ou será que interessa? Estes prémios são uma crueldade, na minha opinião, e quem sabe se os cientistas (que como se sabe, são naturalmente meio loucos) tinham a melhor das intenções, e estariam a pensar que estavam a contribuir para o bem da humanidade?
Assim na psicologia o prémio ig-nóbel foi entregue aos holandeses Anita Eerland e Rolf Zwaan, e ao peruano Tulio Guadalupe pela investigação de como se inclinando para o lado esquerdo quando se observa a Torre Eiffel, esta parece mais pequena. Ora, isto não é uma descoberta tão disparatada quanto isso. Aposto que a maioria desconhecia este precioso detalhe.
O Prémio ignóbil da paz foi entregue à empresa russa SKN, por transformar armamento do tempo da Guerra Fria em diamantes. Aí está uma coisa muito útil. Muitas vidas na Serra Leoa ou no Burundi foram poupadas com a conversão deste velho armamento em diamantes.
O prémio ignóbil para a acústica - eis uma categoria que os Prémios Nobel propriamente ditos não contempla - foram para os japoneses Kazutaka Kurihara e Koji Tsukada, ao criarem um aparelho que atrapalha o discurso de um orador, fazendo-o repetir-se com um pequeno "lag" de alguns segundos.
No campo da neurociência ganharam os americanos Craig Bennett, Abigail Baird, Michael Miller e George Wolford, por terem conseguido provar, através de aparelhos complicados, que existe actividade cerebral em quase tudo - mesmo em salmões mortos. Na Química o sueco Johan Pettersson descobriu porque é que algumas casas de Anderslöv, na Suécia, o cabelo das pessoas adquririu uma cor verde.
Outros prémios assim absurdos foram entregues, e a sua maioria recebidos em pessoa pelos autores destas elaboradas pesquisas. O maior destaque vai para a holandesa Frans de Waal e a americana Jennifer Pokorny, que provaram que os chimpanzés conseguem identificar outros chimpanzés através de fotografias dos seus rabos. E digam lá se isto não merecia um Prémio Nobel a sério?
Veja aqui a lista completa dos vencedores deste ano e dos anos anteriores.
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