sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Oito ou oitenta

Vão viver com os pandas, meus amigos "económicos"...

“Oito ou oitenta”…eis uma expressão que gosto de usar, e que cada vez mais se aplica a certas coisas que se passam em Macau. Serve para descrever um pouco do que se passa na nossa Administração e não só, onde o desleixo em relação a certos problemas e o cuidado exagerado com outros, que muitas vezes não se justificam. Quando acontecem as falhas (e há muitas), muda-se completamente de orientação, tomando-se posições rígidas, sem qualquer tipo de flexibilidade. É o oito ou oitenta, portanto. O que faz falta em Macau é o 44.

E de quem é a culpa de tudo isto? Dos nossos dirigentes, quadros superiores e chefias, que ainda se escudam na desculpa da “falta de experiência”? Da “juventude” da RAEM? Porque não olhar aqui para o lado para a vizinha RAEHK, apenas dois anos mais velha, e onde a “máquina” é muito mais bem oleada. De que serviram as acções de formação em Singapura e quejandos nos primórdios da criação da RAE? Não quero acreditar que seja apenas incompetência ou má vontade; existem dirigientes inteligentes, trabalhadores e competentes. O que existe por vezes é um certo autismo, uma certa falta de humildade e uma enorme falta de comunicação de cima para baixo. Que se procure melhorar o mais rapidamente possível, pois sinceramente a imagem que se tem de Macau é que não existiria se não fosse pelo “combustível” dos casinos.

Desculpem lá o desabafo inicial, mas o que eu queria mesmo falar era das tais habitações económicas que o Governo disponibilizou em Seac Pai Van e agora (quase) ninguém quer. Muito se tem dito sobre este tema, as opiniões divergem, mas para mim o essencial é o seguinte: não querem porque é em Coloane! Isto não se faz, mandar pessoas que nasceram e sempre viveram na península de Macau para Coloane, lá para o pé dos pandas. É como os mandar para “os pandas que os pariram”. É preciso não esquecer que estas casas “económicas” não são propriamente dadas; custam à volta de um milhão de patacas, que não é dinheiro que se tem na fruteira lá de casa. Se as pessoas gastam este dinheiro e exigem continuar a viver em Macau, estão no seu pleno direito. Se concorreram à habitação económica é porque necessitam dela, certo, mas não são obrigadas a ir viver…em Coloane!

Quer dizer, se isto são pessoas sem posses (!?) não acredito que tenham um Mercedes para se deslocarem todos os dias a Macau para trabalhar. E isto são cerca 300 pessoas de que estamos aqui a falar, mais de 60 famílias. E quantos autocarros passam em Seac Pai Van, e com que frequência? Existe um mercado municipal ali perto? Olha…vão comer ao Fernando! Áreas de lazer? Vão à praia! E que escolas `volta do tal edifício Ip Heng? Vão aprender com o Hoi Hoi e a Sam Sam! Dá para ir a pé dali para algum lado? É quase como viver no deserto. Não é por acaso que o Estabelecimento Prisional de Macau fica em Coloane: é para ficar longe de tudo o que interessa. E em Macau propriamente dito? Não existem lcais para construír habitação económica? É oito ou oitenta…

4 comentários:

  1. Realmente i$to tudo é muito e$tranho...

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  2. Se querem ir a um mercado, vão onde.
    Num "saltinho" ao Iao Hon?
    Se querem um tá pau vão onde?
    Ao Four Seasons??

    Inacreditável!!!

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  3. Destruíram a paisagem verde da Taipa com esta muralha de prédios altos de habitação social para agora ninguém querer ir para lá viver...

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  4. Já pra nao falar das dimensoes das ditas...

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