sexta-feira, 15 de abril de 2011

Utensílios de cozinha


Fiquei naturalmente surpreendido com a notícia de ontem do Hoje Macau que atribuía ao director da Direcção dos Serviços de Assuntos Laborais, Shuen Ka Hung, uma afirmação curiosa relacionada com a relação entre a inflação e as jantaradas fora. Primeiro porque é estranho que Shuen Ka Hung fale de uma área que não é sua, mas compreende-se que o honconguense que dirige a DSAL seja conhecido pelas suas tropelias e afirmações bombásticas. A confusão é perfeitamente normal. O jornal pediu desculpas e Carlos Morais José fez ele próprio a retractação em forma de editorial na edição de hoje.

Podia aproveitar aqui para me vitimizar, e dizer que se fosse eu a fazer este erro os estimados leitores que passam a vida a chatear-me os cornos por causa de merdas de nada nunca mais me largavam, mas não vou fazer isso. Segundo a minha mulher, sempre atenta à imprensa chinesa, Shuen Ka Hung nunca vai sequer saber que isto aconteceu, pelo que nem era preciso pedir desculpa. Afinal quem proferiu as tais afirmações foi o secretário para a Economia, Francis Tam. O que torna tudo mais grave ainda.

Francis Tam é um economista, e uma das teorias da economia é que a inflação deve-se à excessiva circulação de moeda, e blá, blá, blá (não percebo nada de Economia e quero que se foda). Portanto o sr. secretário estava a fazer o seu papel como economista e explicar que a inflação anda aí como o cabelo de um hippie porque as pessoas em vez de economizarem mais e comerem em casa, andam por aí a dar um lucro danado à restauração. O melhor que a populaça tinha a fazer era comprar um peixinho no mercado e comê-lo cozido em vapor com gengibre, cebolinho e molho de soja, acompanhado com arrozinho (vendo bem, é uma boa sugestão).

É natural que a população que tem mais dinheiro queira gastar esse dinheiro, e em Macau janta-se fora com uma facilidade do caraças. Ainda hoje fui jantar fora aqui perto de casa e voltei pouco mais de uma hora depois de papo cheio. O problema de comer em casa é 1) as cozinhas são pequenas, 2) dá preguiça, atendendo aos restaurantes ao virar da esquina, 3) custa lavar os pratos. Claro que é muito mais saudável comprar alimentos frescos e confecioná-los (para quem sabe, para quem não sabe pode tirar um curso de culinária na ADM), e é muito mais económico, pois não se paga pelo trabalho de ninguém.

Deve ser uma tendência dos casais jovens, da nova geração que já não sabe sequer estrelar um ovo. A restauração é uma área muito lucrativa, e não sei se já repararam que a primeira coisa que alguém que chega de Hong Kong leva é uma série de anúncios de restaurantes nos táxis que os levam do terminal de Jetfoil. O sr. secretário Francis Tam pode ter dito aquilo como podia ter dito outro disparate qualquer. Será que a população o vai levar (ou a qualquer outro) a sério?

3 comentários:

  1. O Dr. Tam deveria estar com azia após uma daquelas almoçaradas oficiais. Dai estas declarações que até confundiram o Hoje Macau. Dê um desconto ao homem.


    AA

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  2. Boa tarde Leocardinho, tenho um fraco por ti

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  3. Para fotos do pacífico assassino da escola no Brasil e para os defensores de todas as coisas do Islão, como o véu islâmico, é ver aqui: http://noticias.uol.com.br/album/110415fotos_atirador_album.jhtm?abrefoto=2#fotoNav=2

    Força idiotas. Pode ser que tenham o mesmo destino deste idiota pacifista que vive em Gaza a tecer loas a estes merdas e contra os terríveis israelitas. Pelo menos passou a idiota útil do Islão. http://www.youtube.com/watch?v=MYjw0_3zc0w&feature=player_embedded

    A religião da paz soma e segue. Continuem a queixar-se quando a Europa e outros tentam colocar esta gente em sentido.

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