segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Religião e pobreza


Estará a pobreza e consequentemente a ignorância directamente relacionadas com a fé religiosa? Este estudo de 2009 da Gallup (uma empresa estrangeira muito boa, e por isso quase infalível) realizado em 114 países demonstra que a fé é maior nos países mais pobres. Perante a pergunta “É a religião uma parte importante da sua vida”? mais de 99% dos entrevistados no Bangladesh e no Níger responderam que sim. O Níger é um país africano que tem o nível de desenvolvimento humano mais baixo do mundo, segundo a ONU. Outros países onde a fé atinge quase os 100% da população incluem o Sri Lanka, o Malawi ou o Burundi, tudo nações empobrecidas e falhadas.


Neste gráfico vemos a relação religiosidade-rendimento per capita. A interpretação é bastante fácil: quanto mais o dinheiro, menos a fé. Repara-se na falta de fé quando se passa a um rendimento superior a 25 mil dólares: de 70% de crentes a apenas 47%.


Neste último gráfico observamos que a religiosidade é mais baixa em países mais desenvolvidos – 17% na Suécia, 19% na Dinamarca e 24% no Japão e Hong Kong – e em países oficialmente ateus ou onde a religião ainda é ou foi oprimida – 30% no Vietname, 34% na Rússia. Nos países onde a religião é utilizada para governar e oprimir ou onde vigora o fanatismo religioso os índices de religiosidade são elevados – Indonésia 99%, Egipto, Afeganistão e Tailândia 97%, Filipinas 96%, India 90%. Mesmo os países ditos cristãos com uma tradição religiosa forte os níveis são tão elevados – Irlanda e Sérvia 54%, Israel 51% e Espanha 49%. O Brasil e a Itália serão talvez as únicas excepções de países modernos e desenvolvidos onde a religião tem ainda um papel importante, com 87% e 72% dos inquiridos a responder que sim. Os Estados Unidos ficam mais ou menos na média, com 65 pontos percentuais. Curiosamente não existem dados sobre o Irão e China.

Este estudo conclui que a religião ajuda as populações dos países mais pobres a encarar as dificuldades da vida. Eu diria apenas que não fazem melhor porque não podem. E não sabem. Coitados. A religião serve de pretexto para matar, para ameaçar, para intimidar, para tomar o poder. E o pobre povo acredita.

17 comentários:

  1. Só não percebo para que é que se fazem estudos sobre isto. Não é preciso sequer ter um QI muito elevado para se perceber claramente que quanto mais pobres e analfabetas são as pessoas mais se agarram à religião.

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  2. vais arder no inferno por isto, Leocardo.
    se não queres encontrar Jesus, ele também não quer.

    mas ele ama-te....

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  3. Por isso que as ideologias assumidamente ateias como o comunismo foram responsáveis pelas maiores matanças de que há memória. Quando se faz afirmações baseadas na neura pessoal geralmente dá barraca.

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  4. Sim, se não fossem as instituições religiosas, existiriam mais pobres no mundo. O que fazem os ateus pelos outros? Nada. Matam, ameaçam e intimidam para tomar o poder.

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  5. O que fazem os ateus pelos outros? Eu, por exemplo, pago muito mais à minha empregada do que os fanáticos que conheço que vão bater com a mão no peito todos os domingos na missa. Mas percebo perfeitamente que digam "por minha culpa, por minha culpa, por minha tão grande culpa...". Nisso têm razão. E também têm razão quando dizem que os ateus é que andam por aí a matar toda a gente. Então aqueles ateus que andam com uma toalha na cabeça e com um cinto explosivo na cintura... esses são os piores!

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  6. O fanatismo não existe só em relação aos religiosos. Também existe fanatismo ateu. De resto, o importante é haver liberdade. Quem quer acreditar, que acredite; e quem não quer acreditar, não acredite. Porquê discutir? Acho que é mais proveitoso discutirmos se Portugal deve ou não remover as quinas da bandeira, acabar com os feriados católicos, retirar os símbolos católicos e os nomes dos santos dos locais públicos, entre outras coisas por ser um estado laico...
    Quanto às comparações, se tiverem alguma lócica e fundamento, também merecem ser debatidas. Caso contrário, cai em saco roto, tal como a assunção duma suposta verdade movida por alguma espécie de neura ou paixão pessoal...

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  7. "quanto mais pobres e analfabetas são as pessoas mais se agarram à religião" O que tem a ver o cu com as calças???Costuma-se dizer que quem vai mais a missa é quem peca mais.Há tantos ricos que vão a missa,estes que são mais pecadores e por isso tem que ir a igreja confessar os seus pecados e trafulhices.O Don Corleone grande mafioso siciliano ia todos domingos a missa!!!Os mafiosos das tríades chinesas estão a sempre a rezar para o Deus Kuan para pedir protecção quando vão matar os inimigos.

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  8. E os gangues das favelas do Rio de Janeiro antes de cometerem crimes rezam o Pai Nosso...

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  9. E a relação entre a irreligiosidade e o suicídio?

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  10. Tudo isto é mais que evidente e pior cego é o que não quer ver. Mas nem com um caralho de um estudo estes gajos admitem o que sempre esteve à vista de todos. Foda-se lá tanto fanatismo!

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  11. E os terroristas muçulmanos antes de rebentarem a bomba com eles e mais pessoas dizem " Alá é grande" e depois BUM vão todos pelos ares ehehhe

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  12. O que é que é mais do que evidente? Então querem ver agora que não existem pessoas inteligentes (tipo Prémios Nobel) que são religiosos? Realmente para muita gente o cu tem mesmo a ver com as calças...

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  13. e RETIRAR JÁ A PUTA DO SUBSÍDIO DE NATAL AOS NÃO CRENTES. O combate ao défice agradece.

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  14. Números são números. Curioso é só serem aceites quando reflectem a vontade de quem os lê...

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  15. Se uma pessoa ainda não entendeu que a crueldade é errada, não descobrirá isso lendo a Bíblia ou o Corão – já que esses livros transbordam de celebrações da crueldade, tanto humana quanto divina. Não tiramos nossa moralidade da religião. Decidimos o que é bom recorrendo a intuições morais que são (até certo ponto) embutidas em nós e refinadas por milhares de anos de reflexão sobre as causas e possibilidades da felicidade humana.

    Nós fizemos um progresso moral considerável ao longo dos anos, e não fizemos esse progresso lendo a Bíblia ou o Corão mais atentamente. Ambos os livros aceitam a prática de escravidão – e ainda assim seres humanos civilizados agora reconhecem que escravidão é uma abominação. Tudo que há de bom nas escrituras – como a regra de ouro, por exemplo – pode ser apreciado por seu valor ético, sem a crença de que isso nos tenha sido transmitido pelo criador do universo.

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  16. Em um trecho do texto você diz: "...Neste gráfico vemos a relação religiosidade-rendimento per capita...". Aquilo ali NÃO é um gráfico, é uma tabela.

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  17. Ah, pronto, por isso é que ninguém acredita nestes resultados! Por causa de um erro técnico: aquilo não é um gráfico, é uma tabela... O das 20:39 merecia um Nobel.

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