sábado, 22 de janeiro de 2011

Os blogues dos outros


Enquanto uns se esmeram na caça ao voto, Enquanto outros se manifestam pela abstenção, Aqui vos deixo, para refelxão, as conclusões do sábio povo português:
Haverá um dia em que todos voltaremos a ser felizes, quando:
OS SÓCRATES, FOREM APENAS FILÓSOFOS
OS ALEGRES, APENAS CRIANÇAS
OS CAVACOS, APENAS INSTRUMENTOS MUSICAIS
OS SO ARES, APENAS GASES
OS PASSOS, APENAS OS DE DANÇA
OS COELHOS, APENAS AS DA PLAYBOY
Até lá, ... paciência, muita paciência.


Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente

A última patacoada do senhor Silva foi relacionar uma eventual segunda volta com o aumento das taxas de juro. É impressionante como alguém que se diz de uma honestidade a toda a prova e um expert em finanças, consegue proferir afirmações demagógicas e mentirosas deste calibre. O facto de este senhor se preparar para ser reeleito apenas porque as restantes opções são muito más, diz bem do estado da democracia portuguesa.

El Comandante, Hotel Macau

Se determinados pais têm a veleidade de chamar a uma filha, aquilo que dizem ser uma mistura do nome dos dois (coisa que na verdade ainda estou para descobrir porque da simples leitura das palavras que compõe o dito cujo, não retiro nenhuma semelhança com o nome dos progenitores) e essa combinação resulta em LYONCE VIKTÓRIA, têm que existir alguém com o bom senso e autoridade necessárias para impedir que os inimputáveis possam concretizar tão caliginoso sonho. Afinal, é isso que se espera de um Estado de Direito.

Ma Si Ka, MACA(U)quices

Para quem vive na China e prova tanta comida diferente de todo o país, é sempre difícil responder em Portugal à pergunta recorrente - E o que é que comes lá? Por mais tempo que passe não consigo explicar que a comida é óptima. Quando a pergunta é feita vem muitas vezes acompanhada daquele ar de quem acha que como insectos como ementa do fim de semana. O melhor é que sendo eu tão esquisita, nunca cheguei a provar nada das tais coisas raras que há para comer. E nem sequer em Portugal como os petiscos nacionais que me causam uma repugnância inexplicável... como caracóis, para citar só um exemplo. No final do Verão cheguei a um café na praia do Vau e deparei com este anúncio de "há passarinhos". Como o meu estômago dá uma cambalhota só de pensar na ideia, pensei - esta foto é dedicada à pergunta recorrente que é muitas vezes acompanhada por um certo ar de nojo - o que é que comes lá? Às vezes tenho mesmo vontade de responder - como caracóis e passarinhos. E assim toda a gente fica feliz. Menos os caracóis e os passarinhos.

Maria João Belchior, China em Reportagem

Nós, monárquicos, só votaremos na terceira volta das eleições; ou seja, naquelas eleições em que livremente pudermos escolher entre a forma republicana e monárquica de regime. Nós, monárquicos, não fazemos favores nem amparamos ambições usurpadoras de uma chefia de Estado imparcial, independente, acima de partidos e ideologias, longe de clientelas e adversa, por instinto e natureza, às vaidades tolas e aos carreirismos chupistas. Nós, monárquicos, queremos um Rei que presida às repúblicas que fazem Portugal, que dispense CV e publicidade enganosa. Nós, monárquicos, somos monárquicos porque não queremos esta república, pelo que votar naqueles que alimentam a ilusão republicana constituiu a mais rematada contradição. Os 700 ou 800 mil monárquicos de verdade [e não só de palavras] às urnas só acudirão empurrados pela falácia do mal menor. O mal menor é sempre mal, pelo que a única maneira de não sujar as mãos e a consciência colaborando algo que nos repugna - que é mau para Portugal - é ficar em casa, não participar na encenação e não falar sobre, não comentar, não exprimir a mais leve e inocente opinião sobre esta "eleições". Domingo, não votar. Segunda-feira, falar sobre o estado do tempo, os saldos ou os planos para o almoço.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

Estava a conversar com um amigo, do centro-direita, que me dizia estar ainda indeciso sobre o que fazer no próximo Domingo. Perguntei-lhe qual era o político que ele menos apreciava na cena nacional. E a resposta logo veio, pronta e categórica: "O Sócrates, não suporto o gajo!" Retorqui-lhe, então: "E qual seria a última coisa que o Sócrates, se te conhecesse, preferia que fizesses? Que ficasses em casa ou que votasses no Cavaco ou num dos outros candidatos, com excepção, é claro, do Alegre?" A resposta foi óbvia. Apenas uma gargalhada. O meu amigo compreendera, finalmente, que, como num jogo de xadrez, em que o mais importante é interpretar correctamente a estratégia do adversário, nas eleições do próximo Domingo basta saber qual é o candidato que Sócrates menos quer ver em Belém para escolher como melhor lhe dar o xeque. É que, como dizem os chineses, não importa que o gato seja branco ou preto, o que importa é que apanhe ratos...

Rui Crull Tabosa, Corta-Fitas

Felizmente, esta esquizofrenia presidencial está mesmo a chegar ao fim. O meu lado alegre e nobre esteve quase, quase a sucumbir à vontade de armar em chico esperto, tirar um coelho da cartola sem dar cavaco a ninguém, e virar monárquico. Há limites para a resistência humana.

Ana Vidal, Delito de Opinião

Hoje acaba o ruído dos insultos, das demagogias, das hipocrisias, das falsidades, das propagandas treviais e enganadoras, dos discursos ridículos, do aumento de CO2, das fanfarras e gritos pagos. O ruído de uma campanha eleitoral para eleger um Presidente da República que nada representa na decisão executiva de tudo o que interessa ao povo para combater uma crise que tem desgraçado milhares de famílias. E o pior está para vir, obviamente sem que o Presidente da República tenha qualquer poder de decisão. Mas pode dissolver a Assembleis da República! E que adianta isso? Resolve os problemas? Não resolve, antes pelo contrário. Quem é que aguenta mais um acto eleitoral em ambiente de revolta social. Sim, porque essa é que está aí á porta e pode levar as milhares de caçadeiras a sujarem os canos... Ainda bem que depois da meia-noite já não aturamos mais uma cena de circo desta pseudo democracia onde alguns (sempre os mesmos) estão sempre a mamar na teta da vaca dita democrática.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

A situação portuguesa é clara: desastre económico e financeiro. Malditamente, nunca uma gestão de um primeiro mandato presidencial, no seu calculismo neutral, se mostrou tão complacente e cúmplice com o mal absoluto feito a Portugal e aos Portugueses pelos socialistas-socratistas, como a de Cavaco. Parte do nosso desastre radica aí. Há um corpo disforme repleto de pecados e erros cometidos contra nós, a organização do Estado, que ninguém ousa corrigir e tornar sóbrio. Há uma espécie de crime político continuado que se traduz em 600 000 desempregados, um Parlamento decorativo e funcionarizado, a invenção da desgraceira chamada sector empresarial do Estado. Cavaco, no meio disto, falou? Não. Navegou à vista e demasiado a medo. Não sabemos se o perdeu.

Joshua, PALAVROSSAVRVS REX

Falando de “bullying”, palavra que não precisava de ser importada, mas prontos, já foi. Há muitos tipos de. Um deles é o “bullying do cravanço”. Lembra a história da raposa e do corvo com o queijo: “Tens uma linda voz, corvo, tenho taaaanta admiração por ti, canta lá um bocadinho para eu ouvir.” O pior é o institucional. Bibliotecas e câmaras, passados tantos anos, continuam a ter a esperteza saloia de não dizerem, quando convidam alguém: “Olhe, a nossa sugestão de cachê é esta - não é muito mas é de boa vontade e estamos abertos a uma contra-proposta…” E assim perdem dinheiro (é má gestão) e não é forma de estabelecer uma relação profissional saudável e cordata.

Rui Zink, Rui Zink versos livro

Comecei a ler o Robinson Crusoe numa manhã de sábado, o Sexta-Feira só apareceu mesmo no fim da estória.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

4 comentários:

  1. Tal como o Miguel Castelo-Branco, a única coisa que me faria ir a votos era para decidir entre República e Monarquia. Mas como a democracia não existe e, por isso, o povo não é soberano, desconfio que morrerei sem nunca mais votar. E confesso que já fui republicano. Mas, felizmente, sou daqueles que aprendem com os erros.

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  2. Obrigado epla menção, mas a posta não ;e minha e sim do Ma Si Ka.

    Abraço.

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