A mercearia em frente ao Palácio

Fui buscar ta pao ali num restaurante da Rua Central, e pelo caminho decidi comprar também umas tota-tolas (light, que não dá para tanto açúcar). Como não me apetecia ir ao 7-11, onde tudo é mais caro, optei pelo comércio tradicional, e fui a uma mercaria em frente ao tardoz do Palácio do Governo, perto da Igreja de S. Lourenço. Quando lá entrei comprei as tota-tolas e dirigi-me à caixa, que não passa apenas de uma gaveta da mesa onde está sentado um puto de 17 ou 18 anos, aparentemente da família tradicional que gere aquele tipo de estabelecimento. Olhou para as tota-tolas e disse "aya", como quem diz "quanto é que esta merda custa?". Foi para dentro a chamar uma tal de Mei Mei, quiçá outra peça desta extraordinária empresa familiar, e por lá ficou. Passaram-se cinco minutos quando voltou, com um ar esgazeado e a coçar a barriga, dizendo-me gau man, que era afinal quanto custavam três latas de tota-tola light. Enquanto isso pensava eu que se tivesse escolhido o 7-11 se calhar já estava em casa, com os ta pao. A caminho de casa fiquei a matutar no que esteve o jovem a fazer durante aqueles cinco minutos em que eu podia simplesmente levar o que quisesse, roubar-lhe a caixa ou mijar no chão, que ninguém ia reparar. Cheguei às seguintes conclusões:

1) Foi cagar.

2) Foi perguntar o preço das tota-tolas à Mei Mei, e procrastinou por lá e ver a novela.

3) Teve sexo casual com a tal Mei Mei, o que se afigura trágico se são realmente familiares, como a mercearia tradicional sugere.

4) Foi masturbar-se. Não esperem, o melhor é voltar para a opção 3)

5) Foi injectar heroína e procrastinou sentado na sanita durante cinco minutos com a língua de fora. Isso explica o ar esgazeado e a coçadela na barriga.

Deixo aos leitores a conclusão, e estou aberto a sugestões do que aconteceu, afinal. E viva o comércio tradicional!