quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Crimes e castigos
A entrevista do jornalista Guilherme de Melo ao Jornal i no último Sábado e reproduzida hoje nas páginas do Hoje Macau deixa completamente escancarada a solução do que aconteceu naquele fatídico dia 7 de Janeiro em Nova Iorque, dia do homicídio de Carlos Castro. Guilherme de Melo é um jornalista que se celebrizou em meados dos anos 80 por se assumir abertamente como homossexual, e partilhar com o público a sua experiência, chegando a descrever detalhes poucos ortodoxos para a época.
Guilherme de Melo era amigo próximo de Carlos Castro, mas "nunca foram amantes", porque "não eram lésbicas", porque "são duas mulheres". Carlos Castro considerava-se uma mulher presa no corpo de um homem, portanto, e gostava apenas de homens que não fossem grandes bichonas como ele. Carlos Castro queria um homem, um macho a sério, e provavelmente teria delírios de que era "uma gaja boa na cama" ou qualquer coisa do género.
Não acredito por um segundo que o cronista de 65 anos tivesse um rapoir com um jovem modelo de 20 anos. Falavam do quê? De música clássica? Da vez que o Carlos Castro jantou com a Beatriz Costa? O que havia ali era sexo puro e duro, e Renato Seabra era o toyboy daquele homem muito mais velho. Pode-se dizer que Renato Seabra foi ingénuo, coitado.
É mais que óbvio que o interesse do jovem de Cantanhede (a propósito, Cantanhede vai ser para sempre referida como "a terra de Renato Seabra") era subir na vida às custas do velhote. Como não tem personalidade e é mentalmente fraco e imaturo, pensou lá na cabecinha reduzida dele que só indo para a cama com Carlos Castro realizaria os seus intentos. Carlos Castro terá sido extra simpático com Renato, e este pensou "isto já cá canta", e toca a satisfazer o cronista com idade para ser seu avô, só para ter a certeza. Pelo caminho ia aproveitando o dinheiro de Carlos Castro, que como seria de esperar apaixonou-se pelo "pão", e já dizia ser "o homem da sua vida".
Segundo Guilherme Melo, Carlos Castro era ciumento e tinha tendências suicidas, e terá tentado acabar com a vida quando saíu de uma relação de 15 anos com um ex-militar, que tinha apenas 23 anos quando Carlos Castro o conheceu. (A idade de Carlos Castro na altura não é revelada na passagem). Numa parte da entrevista Guilherme de Melo diz que passou o Natal com Carlos Castro, que recebia de Cantanhede mensagens como "Já bebeste o leitinho?" ou "Estava agora a ver as horas. Já mediste a tensão?", e Carlos Castro orgulhava-se de ter encontrado a sua alma gémea. Muito romântico sem dúvida.
Com este mapa metereológico a adivinhar borrasca da grossa, só seria de esperar um fim trágico a esta relação. O lado heterossexual de Renato Seabra falava mais alto, e depois de noites a fio passadas na cama com Carlos Castro, era natural que o jovem se distraísse a conversar com meninas da idade dele. Isto enfurecia Carlos Castro, que chegava mesmo a fazer cenas de ciúmes. Recordo os mais distraídos que isto passa-se entre um homem de 65 anos e outro homem de 20 anos de idade.
Naquele dia no quarto do hotel de luxo onde os dois amantes mantinham o seu ninho de amor há quase duas semanas, deu um vaipe a Renato Seabra, que viu em Carlos Castro a origem de todo o mal, e por isso espancou-o, mutilou-o e matou-o. Não acredito que Renato Seabra tenha cometido um crime de ódio. Foi um crime passional, sim. Entre dois homens, cada um com uma perspectiva diferente da relação.
Renato Seabra devia (e deve) estar arrependidíssimo da abordagem que fez a Carlos Castro, que como já foi estabelecido, "tinha ajudado outros jovens sem lhes pedir sexo em troca". Carlos Castro não estaria realmente apaixonado por Renato Seabra, e estaria na relação por luxúria. Se a relação procrastinasse, Carlos Castro cansar-se-ia de Renato Seabra mais cedo ou mais tarde, e deitava-o fora como uma fralda cagada.
O crime hediondo que se cometeu não foi mais do que um choque entre dois mundos, o contraste do hetero e do homossexual. Não é surpresa que esta relação, assim como muitas outras desta natureza, tenha acabado de forma violenta. Isto é demonstrativo do desiquilíbrio e da instabilidade deste tipo de relações de que já falei aqui no blogue, e de que fui severamente (e injustamente) criticado.
Quando eu tinha vinte e tal anos cheguei a conhecer homossexuais mais velhos do tipo do Carlos Castro, desinibidos ou promíscuos (ou as duas coisas) que tentavam assediar-me, apesar de estarem perfeitamente conscientes de que eu era heterossexual e tinha namorada. Isso pouco lhes importa, que arriscam na mesma, com a esperança que apanhar um bi-curioso (denominação modernaça de homens heterossexuais que têm curiosidade sobre a homossexualidade) saudável e bonito (modéstia à parte) que lhe desse uma ou duas horas de festa rija.
Renato Seabra é suspeito de homicídio, tudo indica que será condenado e pagará pelo crime que cometeu. Quanto a Carlos Castro, não diria que "teve o que merecia", que isso são parvoíces dos homófobos violentos, tipo skinheads e afins, mas eu diria que não terá sido completamente apanhado de surpresa. As motivações predatórias e libidinosas de Carlos Castro tiveram um dos fins previstos neste tipo de conduta.
Que sirva de aviso a outros Carlos Castro desta vida. É errado aproveitar-se da ingenuidade de alguém para satisfazer os seus vícios, e é vergonhoso que um homem com a experiência de vida de Carlos Castro se comporte desta forma. Uma machadada decisiva na teoria de que os casais homossexuais são "normais". Têm tudo o direito de existir, certo, mas deviam entreter-se a procurar outros homossexuais para serem felizes, e parar de tentar "recrutar" os indecisos.
Uma nota final para alguns editoriais da imprensa e opiniões noutros blogues que se têm entretido a criticar as massas anónimas que expressam o que pensam sobre o incidente. Ninguém é o dono da palavra, nem se exige a identificação completa para se ter uma opinião. Se está errada ou certa, se é preconceituosa ou justa, isso cabe a cada um decidir. Se os homossexuais podem ficar chocados com algumas das opiniões que lêem, também eu tenho o direito de ficar chocado com certas atitudes dos homossexuais.
Não é preciso que nos guiem do caminho do bem, que sabemos chegar lá sozinhos. Obrigado na mesma.
"Isto é demonstrativo do desiquilíbrio e da instabilidade deste tipo de relações de que já falei aqui no blogue, e de que fui severamente (e injustamente) criticado".
ResponderEliminarNão, foi justamente criticado e ainda não percebeu a sua contradição. O que disse na altura foi que os homossexuais eram instáveis e perigosos. Agora admite que o Renatinho, afinal, não era exactamente homossexual, mas sim prostituto que o fez por fama e dinheiro, apesar de gostar de mulheres. Logo, instáveis e perigosos são os machos que vêm o seu orgulho masculino ferido. Este prostituiu-se com um homem e só depois é que se lembrou que afinal gostava de mulheres e foi tomado do instinto assassino dos machões. Isto é que você ainda não percebeu.
Aliás, há já muitos anos que o Leocardo anda fora dos circuitos nocturnos. Eu neles continuo, e bem vejo quem é que demonstra instintos mais violentos: não são os homossexuais, são os machões. O que torna ridícula a sua teoria do homossexual perigoso e violento. E digo-o eu, que adoro mulheres, o que não me admito a mim próprio é ser um desses machões violentos que, afinal, dão o cuzinho por cinco tostões e só depois é que percebem o que fizeram. Não se tente vitimizar o Renatinho e justificar a morte do Carlos Castro, porque é evidente que o culpado é só um: o idiota-machão-que-afinal-levava-na-peida.
O que me parece é que você quer isentar o Carlos Castro de qualquer responsabilidade pelo sucedido. Até parece que o Renato Seabra era algum assaltante que apareceu por acaso no quarto do cronista e assassinou-o, pura e simplesmente.
ResponderEliminarJá sei, o Carlos Castro estava ali muito sossegadinho, não contactou o Renato Seabra no Facebook, não lhe pagou e não o cobriu de mimos. Foi o salteador do Renato Seabra que veio lá de Cantanhede extorquir o velho.
Se leu o texto com atenção, repare que eu digo que foi um crime passional, com tudo o que isso implica. Aconteceu entre dois homens, e torna-se completamente irrelevante se um deles era homossexual a tempo inteiro ou "gay for pay". Foi um homossexual violento que cometeu um crime violento como outros semelhantes entre casais de homossexuais.
Quando digo que "o Renato Seabra foi ingénuo, coitado", este "coitado" aqui é utilizado com sarcasmo. Não tenho pena nenhuma dele, nem tenho pena do Carlos Castro. O que aconteceu foi uma consequência da interação dos dois. Desculpe se me fiz entender mal.
Mas dou-lhe razão em parte; as relações homossexuais acabam normalmente com o suicídio de uma das partes, ou na melhor das hipóteses com choradeira histérica a uma mão cheia de anti-depressivos. Como já disse, não existe a mesma maturidade que nos casais heterossexuais, pois este tipo de relação resulta de um comportamento anormal - por muito que eles insistam e queiram convencer todo o mundo de que é "normal".
Quanto ao "idiota-machão-que-afinal-levava-na-peida", penso que a peida aqui seria a do outro, como pode depreender dos contornos da história.
Cumprimentos.
"Quanto a Carlos Castro, não diria que "teve o que merecia", que isso são parvoíces dos homófobos violentos, tipo skinheads e afins, mas eu diria que não terá sido completamente apanhado de surpresa."
ResponderEliminarCaro Leocardo,
O Guilherme de Melo confirma esta impressão.
Julgo que não nesta entrevista, numa outra, em que diz que Carlos Castro estava convencido que morreria cedo.
E que teria uma morte violenta.
Das duas uma:
ResponderEliminarOu o Renatinho era homosexual e psicopata, ou era bisexual e psicopata.Para alaem de ser maior e vacinado. Em qualquer dos casos, esperam-no uns longos anitos bem merecidos na cadeia.
Quanto ao Castro, apenas mais um sugar-daddy como ha muitos por ai.
Quanto a si Leocardo, quando chegar a idade dele, vai ver que continua gostar de carninha fresca como toda a gente.
EPA ESTA DISCUSSÃO SOBRE OS 2 PANELEIROS AINDA NÃO ACABOU,OH LEOCARDO????NÃO HÁ OUTRO TEMA PARA DISCUTIR???ESTE TEMA JÁ METE NOJO!!!FALEM MAS É DE FUTEBOL,GAJAS OU COMIDA,TEMAS MAIS INTERESSANTES
ResponderEliminarHá 1 provérbio muito adequado a este caso" Quem anda a chuva molha-se"
ResponderEliminarO gay assassino do renato seabra andou a chuva (levou ou deu o cu ) e depois molhou-se,matou o carlos e vai passar o resto da vida a levar no ku de outros amiguinhos da cadeia.Mas como o renato já é paneleiro,até vai gostar.
Em chines diz-se que "quem come peixe salgado aguenta a sede".
ResponderEliminarAnónimo das 23:40 este proverbio chines que disseste não sei se existe mas sei de 1 próverbio chines parecido,que vou tentar dizer como é em cantonense: " Sek Tak Hám Yu Tai Tak Hón" Acho que é assim,não tenho certeza,porque o meu cantonense não é grande coisa.Traduzindo: "Se comes Peixe Salgado mereces o suor"
ResponderEliminarPara fazer o peixe salgado demora muito tempo e dá muito trabalho,por isso quem come o peixe salgado que fez merece suar.
Acho que é isso :))
Se há sugar-daddy é porque há putas.Se há putas é porque há sugar daddy.Ou seja,o Carlos Castro era o sugar-dady e o Renato a puta do Carlos Castro.Simples.
ResponderEliminarNão percebo porque é que dizem que o Renato levava no cu, quando está bem claro que o Carlos Castro era quem fazia de mulher nas suas relações homossexuais.
ResponderEliminarPeço desculpa Leocardo, mas não me parece que tenha sido injustamente criticado pelo tom que este seu texto assumiu... O Leocardo tem o direito de ficar chocado com certas atitudes sim, mas não com as dos homossexuais incluindo-os a todos, nem por ter conhecido vários que se queriam aproveitar dos que não estavam completamente dentro da sua forma de viver a sexualidade, mas com as atitudes de alguns, de uma parte, tal como existem heterossexuais predadores, por um lado, e outros mais ou menos respeitadores, e não saía daqui se fosse a dar exemplos...
ResponderEliminarQuanto à relação de Carlos Castro e Renatro Seabro Seabra, sinceramente acho que ambos aproveitaram, não sei qual deles da pior forma, nem sei de que lado esteve a maior fatia de ingenuidade... Renato, tal como aqui foi dito era maior e vacinado e, pelos vistos sabia bem o que queria. Não concordo com a teoria da puta e do sugar daddy, mas sim com a existência de uma simbiose entre os dois, ainda que não expressamente definida: "toma lá, dá cá".
Quanto ao crime, basta admitir que Carlos Castro, completamente iludido e apaixonado,não deixava o jovem respirar com crises de ciúmes intensas, até porque conhecia as verdadeiras tendências de Renato, e este fora de si descontrolou-se até aodesfecho que hoje sabemos.
Também concordo que tenha sido um crime passional, mas pós-mortem ou enquanto Castro estava inconsciente (ainda está por se saber), Renato foi tomado pelo ódio, pois o seu "esforço"/martírio de ter tido de se comportar durante tanto tempo como um homossexual passaram-lhe pela cabeça. Afinal tudo tinha sido em vão e Castro representava o passado que o repugnava...
Renato era um heteressexual segundo todas as fontes, mas quando te referes aos "indecisos", bem, eles têm de se decidir de alguma forma...experimentando talvez e isso não se faz sozinho! E se o resultado for positivo (homossexualidade)? Achas que vão em que caminho? No do bem ou no do mal? :p
E qual é a diferença entre levar e dar no cu??Náo é paneleiro na mesma??Ou será que os paneleiros activos são mais machos que os paneleiros passivos????
ResponderEliminarEu prefiro dar do que levar, mas cada um sabe de si...
ResponderEliminaro anónimo das 3:48 parece ter experimentado as duas coisas, mas prefere dar....
ResponderEliminartudo bem.
Fala quem sabe! Eu, como não me sinto atraído por homens, tanto me repugnava dar como levar.
ResponderEliminarEntão és paneleiro activo.Não sou gay mas respeito os gays como qualquer pessoa fora do normal,cada um come aquilo que gosta e ninguem tem nada a ver com isso.
ResponderEliminar"respeito os gays como qualquer pessoa fora do normal". Esta frase está linda!
ResponderEliminarlol, também reparei.... um preconceituoso chiba-se todo sem querer....
ResponderEliminaré como os racistas ou homosexuais-no-armário.