sábado, 11 de dezembro de 2010
Vida de cão
Abandonados e sem metadona andam os animais em Macau. A ANIMA, sociedade protectora dos bicharocos aqui da paróquia comemorou o seu sétimo aniversário, uma data que coincidiu com o Dia Internacional dos Animais (irracionais, suponho).O seu presidente Albano Martins continua a queixar-se da falta de legislação que proteja os cães e gatos, e de como o IACM continua a sua política de recolha e abate de cães abandonados.
A luta da ANIMA estaria certamente muito mais facilitada não fosse a região onde é travada. Em muitas partes da Ásia ainda se come carne de cão, e é considerado uma iguaria em partes na Coreia do Sul, Filipinas, Timor-Leste (estiveram lá e não viram?) e em muitas partes da China (até os astronautas chineses comeram cão quando estiveram no espaço), e mesmo em Taiwan os vendedores de carne de cão são castigados apenas com multa. Foi consumido na França até ao início do século XX, ainda é consumido no México e no Canadá, e na realidade apenas os budistas, muçulmanos e judeus têm leis derivadas da religião que proíbem o consumo da carne de cão. Na Ásia em geral existe uma grande falta de sensibilidade por parte dos governos quanto aos direitos dos animais. Os animais são, como lhes é ensinado, "para serem comidos".
Na China continental, onde a consciencialização é mesmo assim cada vez maior, os cães são muitas vezes vistos como uma "praga", e os bodes expiatórios para doenças e epidemias várias. Depois chegam-nos aquelas imagens já habituais de cães a serem mortos à paulada cada vez que se registam casos de raiva, obviamente causados pela indiferença e pela falta de cuidado. É normal que assim seja, pois a grande maioria dos chineses não tem mentalidade ocidental de que um cão (e insisto nos cães, que são 90% da razão de ser da ANIMA) pode ser um amigo, um companheiro ou mais um membro da família.
Aliás o que tenho observado em Macau é a forma radical com que este problema é encarado: de um lado temos gente que adora cães, compra roupa para os cães, beija os cães e anda com eles ao colo, e do outro lado gente que despreza os cães, chama o canil quando vê um cão abandonado, e queixa-se do cheiro a cão que fica a pairar no elevador do prédio onde moram. É uma situação de oito ou oitenta, sem que se procure encontrar um 44 que sirva. É complicado fazer leis para proteger quem quer ter um cão a viver num apartamento rodeado de pessoas que não gostam de cães.
A realidade é que em Macau não existem condições para acolher muitos cães. O trabalho devia ser orientado no sentido de existirem cada vez menos cães, e que quem quer ter um cão, assuma a responsabilidade. Está errado que os cães andem por aí a ladrar e a ganir nos apartamentos, a deixar as bostas na calçada, e não é uma folha de jornal que vai resolver o problema. No outro dia mijou um cão à porta da casa do meu sogro (mesmo à porta, e mesmo à minha frente!), e depois da minha óbvia reprovação do acto, a dona do animal chegou lá com uma garrafinha de água de despejou sobre a urina. E isto resolve alguma coisa?
Quando eu era miúdo mexia em todos os cães que encontrava, e aqui em Macau as pessoas ensinam as crianças que os cães são "sujos" ou que "mordem". Neste ponto tenho discussões interessantes com a minha mulher, que não gosta de cães, e tento fazer-lhe ver que no seu estado natural os cães não são agressivos, e que se o são, é porque já foram maltratados pelas pessoas. Tendo todo este trabalho em mudar as mentalidades pela frente, o mais importante é que se continue a trabalhar no sentido de consciencializar a população do seguinte: não tem condições para acolher um cão em casa, não o faça. Um cão não é um objecto que se pode dar de prenda, é um ser vivo.
Eu gosto de caes, nao gosto e' dos donos que deixam a merda para os outros pizarem.
ResponderEliminarEu sou daqueles que não gosto de cães. Se vir o cao do Leocardo na rua corro com ele ao pontapé.
ResponderEliminarLá falar, falamos. Depois frente a frente é que são elas.
ResponderEliminarmuito bem, soluções para quando os bichos urinam?
ResponderEliminarMenos bichos, menos urina.
ResponderEliminarmas isso é o que já se faz... cortar o mal pela raíz....
ResponderEliminara idéia era mudar.
Leorcardo se vc nao for cobardolas podemos marcar um encontro. Terei imenso prazer em partir-lhe a fucinheira ao murro.
ResponderEliminarNão é "fucinheira", mas "focinheira", a não ser que se esteja a referir a outra parte do corpo do amigo Leocardo.
ResponderEliminarnão apoio violência, mas um vídeo dessa porrada no blogue do Leocardo era ouro.
ResponderEliminar" Se vir o cao do Leocardo na rua corro com ele ao pontapé" Oh meu amigo deves ser 1 típico benfiquista que passas a vida insultar online a armar-se em valente,não passas de 1 cobardolas escondido atrás de 1 computador.Cresce.
ResponderEliminar...e eu nem tenho cão :/
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