sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os blogues dos outros


No tempo da Administração portuguesa em Macau não havia "cão"-ministro nem "gato"-secretário de Estado que não se deslocasse ao território. Uns, iam passear e especializarem-se em "massagens". Outros, iam buscar dinheiro para si, para o partido ou para o lóbi e ainda outros, interessavam-se por antiguidades, colares de pérolas e empregadas domésticas filipinas. Passaram mais de 10 anos e o vício parece que ficou implantado. Se referisse o número de governantes portugueses que na última década visitou Macau, o post ficava quase interminável...Vergonha, é que há muito pouca. Agora, até um ministro que tem feito tudo menos governar, que é anunciado há mais de três meses como devendo ser substituído e que lê os mesmos discursos que um dos seus secretários de Estado, resolveu ir curtir as mágoas da gafe vergonhosa do discurso para muito longe. E assim, António Mendonça resolveu pegar em Correia da Fonseca, o outro secretário de Estado, e irem juntinhos até Macau. Fazer o quê? Nada. Ver as luzes da "nignt", os hotéis monumentais que se construiram, as pontes, a torre, os aterros, o aeroporto no mar, os lagos artificiais, o metro, os museus, as igrejas, os edifícios com mais de 50 andares, as ruas limpas, os passeios sem buracos, um cais de luxo e umas miúdas... cala-te boca! Inacreditavelmente, e agora a sério, o ministro das Obras Públicas e o seu apêndice dos Transportes resolveram deslocar-se a Macau para assistir a uma assinatura. Ao quê? Isso mesmo, uma assinatura de um acordo entre a ANA e a CAM, que é a companhia que gere o aeroporto de Macau. Isto, é simplesmente chocante e inadmissível. Os governantes partem dia 9 e não se sabe quando voltam. Bem podiam ficar por lá a aprender como se "fabrica" dinheiro sem pedir nada a ninguém...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Quem ouve a Rádio Macau já terá sido alertado para a entrevista de Gilberto Lopes a Jorge Rangel, a ser emitida no próximo sábado. No excerto dessa entrevista que anuncia a emissão da mesma, Jorge Rangel afirma claramente aquilo que já aqui havia escrito anteriormente. Edmundo Ho estava ao corrente da criação da Fundação Jorge Álvares desde o início do processo. Tal como Jorge Sampaio, acrescento eu. Ou seja, quando Edmundo Ho, e Jorge Sampaio, afirmaram que desconheciam o processo, mentiram.
Algo que só poderá surpreender os mais incautos e os mais distraídos. Rocha Vieira é um político hábil, experiente. Nunca o último governador de Macau tomaria uma iniciativa deste teor sem dela dar conhecimento a Jorge Sampaio e Edmundo Ho. Só acreditaram nessa possibilidade os ingénuos. Ou aqueles que quiseram acreditar. Foi uma iniciativa infeliz, pouco prudente, sobretudo tendo em conta o momento histórico que se vivia? Aceito que possa ter sido. Mas, também aí, o tempo o dirá. Daí até se pensar que Rocha Vieira partiu para esta iniciativa por puro aventureirismo vai uma distância muito grande. Acredito que Edmundo Ho e Jorge Sampaio não tenham expressado a sua concordância a Rocha Vieira. Que não lhe tenham transmitido o assentimento formal à criação da Fundação. Como acredito que Rocha Vieira não terá solicitado tal concordância ou assentimento. Mas, e esse é que é o fulcro da questão, Edmundo Ho e Jorge Sampaio conheciam o processo desde o início. E foi isso que negaram. A poeira vai assentando. E vamos ficando a conhecer alguns pormenores que estavam muito mal contados. Mais haverá para conhecer no futuro. Tenho a certeza disso. Quiçá até relativos a uns certos quadros....Esperemos tranquilamente.
Para já, vou escutar com atenção a emissão da entrevista a Jorge Rangel no próximo sábado.


Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente

Percebo o discurso maniqueísta no futebol, já não percebo que se faça o mesmo em política, sobretudo numa fase em que a realidade não nos deixa margem para efabulações. Não falo dos dirigentes políticos. Esses fazem o seu marketing. O que me encanita são os "civis" que preferem trocar de passeio a ouvir argumentos que ponham em causa o desempenho do partido em que costumam votar. Apesar de as sondagens indicarem que os portugueses estão cada vez mais desiludidos, na hora de discutir política com os amigos este sentimento de pertença a um dos clubes continua a minar a sua lógica de raciocínio. O pensamento suprapartidário não é popular. Arrefece qualquer troca de argumentos, gera desconfiança e antipatia. É como no futebol. Só dá gozo discutir com quem veste uma camisola. Haverá então uma dimensão lúdica neste tipo de argumentação clubística. Mas com a crise a insinuar-se no bolso não deixa de ser espantoso que ainda haja tanta gente disposta a jogar este jogo. Será um atavismo do pós-25 de Abril? No futebol os que não têm clube podem rever-se na selecção. Em política essa fuga não existe e é pena. Em política vestir a camisola da selecção seria, nesta altura do campeonato, talvez a forma mais eficaz de pressionar os treinadores de bancada que nos puseram de calças na mão a rever as suas tácticas para nos levar a jogo. Pero... no pasa nada. Basta seguir os debates, à noite, na televisão e as conversas de café na manhã seguinte. A letra e a música seguem ao mesmo compasso, sem surpresas. O tempo em que o PCP tinha o monopólio das cassettes já era. Trá-lá-lá. No pasa nada. E que bom que isso é para quem está, ou sabe que não tarda vais estar no poder.

Teresa Ribeiro, Delito de Opinião

Tirando os óbvios ganhos para o turismo e hotelaria que adviriam duns quantos jogos do Mundial em terras lusas, resultado que se consegue de forma mais sustentada com o mesmo investimento numa boa promoção pelos canais tradicionais, não antevia qualquer vantagem na empreitada - antes pelo contrário. De resto, a respeito do tão propalado “prestígio” que a organização do campeonato em 2018 nos traria estamos conversados: a total subalternização do nosso país perante a Espanha verificada na distribuição dos jogos, em que não nos cabe nem abertura nem a final, não nos permite qualquer veleidade. Por tudo isto confesso que me deixa satisfeito a vitória da Rússia, um mercado emergente carente de auto-estima, com petróleo, matérias primas e dinheiro para gastar em betão.

João Távora, Corta-Fitas

Algumas pessoas pensam que eu utilizo este blog para engatar mulherio, que sou um gajo que pisca o olho "às fáceis". Percebo que pensem isso. Não é nem nunca foi verdade. E duvido muito que alguma vez me vejam nesses filmes. Nem tenho assim tanto sucesso com o sexo oposto ainda que também não seja invisível. Sou o gajo normal que vai no metro a ler o livro e que gosta do que todos gostam (viajar, ler, amigos, aquele restaurante, os primeiros acordes de um concerto, umas roupas, umas compras). Não me peçam porém que deixe de escrever sobre sexo ou sobre como considero as mulheres seres superiores aos homens, se é que quero "evitar ser visto como lamechas". O meu objectivo não é ganhar concursos de popularidade nem convencer ninguém. Cada um pensa o que quiser, estamos numa blogosfera razoavelmente livre.

Pulha Garcia, O Bom Sacana

O Casillas é um espanhol com azar. Se joga do lado dos catalães leva 5 dos portugueses. Se joga do lado dos portugueses leva 5 dos catalães...

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

7 comentários:

  1. Mais uma chapelada para o João Moreira de Sá :)

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  2. Sinceramente não percebo,os ministros portugueses quando não vão para Macau são criticados pelo pessoal de Macau,se vão,também são criticados.São presos por ter cão e presos por não ter cão

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  3. "O Casillas é um espanhol com azar." Pois,ser campeão mundial é realmente muito azar.

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  4. A Teresa Ribeiro é que diz tudo, embora eu já o soubesse. Os portugueses na política são como no futebol: uns energúmenos totalmente destituídos de razão para quem o seu clube/partido é que faz tudo bem e os outros tudo mal.

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  5. È por isso que raramente discuto futebol com quer que seja,porque não vale a pena e vai dar sempre ao mesmo ou seja NADA.Eu tenho a minha maneira de ver futebol muito própria e não partilho com ninguém.Não vale a pena perder tempo com coisas parvas.

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  6. gostávamos de ter cá ministros que resolvessem assuntos concretos, como a escola portuguesa. não precisamos de turistas

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  7. O que é que a Escola Portuguesa tem para resolver?

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