sábado, 20 de novembro de 2010
Os blogues dos outros
Dos 9,866 mil milhões de patacas previstos de investimento público para 2010, até Outubro apenas tinham sido realizados 2,365 mil milhões, o que dá uma taxa de execução irrisória de 24%. Desde o escândalo do Mister. Pataquinhas que existe uma aversão brutal à tomada de decisões na Administração Pública, que apenas se mostra sensível para acolher e subsidiar os pandas.
El Comandante, Hotel Macau
Jason Chao, líder da Associação do Novo Macau Democrático, aquele moço ali a meio na fotografia, queixa-se de ter sido vigiado pelas polícias de Macau por ocasião da visita de Wen Jiabao à RAEM. Não sei se estas suspeitas/queixas terão algum fundamento. Mas não me surpreenderia nada se essa vigilância tivesse efectivamente acontecido. A ser assim, é duplamente anedótico. Em primeiro lugar, vigiar Jason Chao porquê? Porque se trata de um elemento perigoso, perturbador, ameaçador? Com franqueza!! E é precisamente essa a segunda vertente anedótica da questão. Se efectivamente foi vigiado, as polícias não terão tido grandes problemas, nem grande azáfama, nessa tarefa. Sem querer ofender ninguém, o rapaz tem um ar tão irrequieto quanto o de um zombie alentejano!!
Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente
Se é verdade, como refere hoje no Público no seu habitual tom jocoso Vasco Pulido Valente, que o sucesso da cimeira da OTAN confirma uma excepcional capacidade Lusa para administrar acontecimentos de grande complexidade logística e protocolar – em tempos eu próprio me envolvi profissionalmente na organização da Cimeira da OSCE com 52 chefes de Estado e de governo (!) e numa outra mais modesta, também da Nato mas ministerial - o facto é que, o traço comum entre estes grandes eventos (aos quais se podem incluir a Expo 98 e o Euro 2004), é, em maior ou menor grau, o eufórico e gigantesco despesismo, que com mais ou menos patrocínio externo, todos eles incorrem. Assim, lamento desiludir o popular cronista e historiador, mas eu diria que a nossa espantosa “capacidade de organização” corresponde a uma vocação e talento dos portugueses em fazer vida de ricos, a mesma que nos impede de "nos governarmos a nós próprios".
João Távora, Corta-Fitas
Nunca como hoje se exigiu, informal ou mesmo formalmente, à Escola, em quase todas as dimensões e durante tantos anos, que ela se fosse substituindo à "família". Paradoxalmente, é quando a "família" se encontra tão ausente dos seus próprios papéis "naturais" - deixando um vazio de coordenadas na formação dos seus filhos que a Escola, violentando a sua vocação, é instada a preencher -, que se assiste a uma pulsão generalizada para a sua intromissão nas áreas que só à Escola deveriam dizer respeito. Há uma preocupação deslocada com o "produto final" da Escola (uma perspectiva em paralaxe que perde de vista o que importa) que vai possibilitar e servir de pretexto para intromissões espúrias a montante, no próprio decorrer do processo escolar. Há uma degradação cega, mas consciente, dos currículos e uma espécie de sabotagem "ideológica" da auctoritas docente - esquecem-se que, sem esta, não há Escola (será melhor passarem a chamar-lhe outra coisa). É claro que todo este trabalho de sapa, em nome da "qualidade", ou das "famílias", ou da preocupaçãozinha com o "sucesso" (tudo isto sob o domínio da "ideologia" amnésica dominante), é sempre feito com as melhores das intenções. Uma barbárie açucarada que agrada a toda a gente, porque é feita em nome de toda a gente. Resulta sempre.
João Botelho, O Cachimbo de Magritte
O professor Diogo Freitas do Amaral escreveu um novo livro sobre o caso "Camarate", o qual será lançado no próximo dia 29. Freitas do Amaral é, possivelmente, o político português que mais sabe sobre este assunto. Sabe o que se passou antes do acidente-atentado que vitimou Amaro da Costa e Sá Carneiro. Sabe o que se passou durante o voo fatídico e quem preparou o atentado. Sabe tudo sobre as actividades de Oliver North e as vendas de armamento português para o Irão. Sabe tudo sobre o Fundo do Ultramar e a "bomba" que Amaro da Costa tinha na mão. Sabe tudo sobre as ameaças a Amaro da Costa. Sabe tudo sobre quem foi silenciado sobre o que devia ter sido escrito após o acidente e sabe tudo sobre a actuação dos políticos portugueses e dos agentes da justiça. Fazemos votos para que o livro nos diga qualquer coisa sobre o que sabe o ex-líder do CDS...
João Severino, Pau Para Toda a Obra
Ontem, mais uma vez, Sócrates pôde respirar e passar por entre os pingos da chuva. No plano internacional ninguém o conhece. A glória efémera de ser elogiado pelo ignorante e circunstancial Obama pela forma como, imagine-se!, «tem lutado pela estabilidade da economia Portuguesa» vale como um elogio ao sentido cívico e humanista do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, riquíssimo e igualmente resistente como indiscutível timoneiro rapace do seu povo. O presidente norte-americano ignora quem seja Sócrates, condescendamos. As aparências contam muito e calam fundo nos homens de papel. Apesar de tantos pontapés na gramática da boa e frugal governança, tantos insultos à nossa inteligência, tanta rasura da democracia, podridão praticada e insistida, Sócrates, o Primadonna fatela ainda lá está, gozando com o pagode, numa sobrevivência escarninha, infecta. Atropelou, atropela e atropelará tudo e todos porque só a pontapé sairá quem chuta para canto o País a fim de, precisamente, durar, sobreviver para além das evidências de devastação que lega. Durará, perdurará, portanto, chantagisticamente, em todas as coisas como é seu timbre. Nem mesmo o PS de Amado e de outros emitentes soaristas de estados de alma, se bem que a medo, o farão retirar-se dignamente para o hospício de onde nunca deveria ter fugido. Dêem-lhe cimeiras. Dêem-lhe poses. Ofereçam-lhe casiões para esgares e acenos para a fotografia. Temos ali o grande anti-mourinho da política, repleto do prestígio fátuo dos grandes rufiões.
Joshua, PALAVROSSAVRVS REX
Hoje ao chegar ao Parque das Nações fiquei impressionado com o dispositivo de segurança. Entrei no perímetro de segurança da Cimeira da Nato (depois de ter sido revistado da cabeça aos pés) e fui ao Ginásio. Depois de um bom exercício acabei por jantar e passear um pouco. Ao todo passei cerca de 2 horas dentro do perímetro. Relato isto só para dar conta de uma coisa… Estando dentro do perímetro de segurança contava ver alguns Chefes de Estado, mas o facto é que não vi nenhum. Aliás vejo mais chefes de estado ao fim-de-semana, em Santo Tirso, no Ok Bar, a partir da 1h da manhã. Pelo menos a julgar pelas palavras do Vasquinho (o patrão) que constantemente diz “óh chefe, você está num estado..!!“
Luis Melo, Era mais um fino
É um facto, e a explicação bem simples: quando chegou ao Benfica, Roberto receava não estar ao nível da equipa, e isso pô-lo nervoso. Agora serenou, já percebeu que afinal até está.
Rui Zink, Rui Zink versos livro
Sem comentários:
Enviar um comentário