O peso do desporto

O caso do homem que foi atingido com um placard do IDM é mais um caso “à Macau”. O homem, oriundo da China continental, viu a sua vida mudar com a entrada em cena de um placard de meia tonelada que lhe caíu em cima numa bela tarde de Junho, enquanto passeava pelo novo parque público do Tap Seac. Aparentemente o placard em causa tinha 26 metros de comprimento, e promovia o “Dia do Desporto para todos”, que parece que é uma coisa “da pesada”.

O homem sofreu várias fracturas e foi internado no hospital com insuficiência cardíaca, chegando-se a temer pelo seu estado de vida. Depois de 11 dolorosos dias internado, lá foi o senhor à sua vida com a promessa de que o IDM pagaria todas as despesas médicas. Mas como nem sempre é assim tão simples, o homem reclama agora uma “indemnização”, tendo para tal alugado meia página da edição de ontem do diário Ou Mun, dizendo de sua justiça.

Não consigo perceber o motivo pelo qual o cidadão resolveu agora, três meses depois, levantar esta questão. Pelos vistos trata-se de uma negociação que correu mal, e que levou uma das partes a partir a loiça toda, e a exigir mais do que aquilo a provavelmente tem direito. Fala-se de negligência do IDM, de aspectos técnicos, mas fica a impressão que esta é apenas mais uma forma de lucrar com um episódio infeliz, que pode acontecer a qualquer pessoa.

Contudo isto volta a levantar o problema da forma amadora como algumas coisas são feitas em Macau. Placards de meia tonelada não são colocados assim sem mais nem menos, ou sem no mínimo garantir que não caem em cima de alguém. É preciso recordar que no local onde este acidente aconteceu passam idosos, brincam crianças, e uma bizarria deste tipo pode vir a ter consequências mais graves. Chego mesmo a recear que qualquer dia tenhamos um prédio arruinado a cair em cima de alguém.