quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O factor Mendoza



Uma das notícias que marcou este final de Agosto foi a crise de reféns de um autocarro de turismo de Hong Kong no Rizal Park, em Manila, que terminou em tragédia, com a morte de oito turistas de Hong Kong e do próprio sequestrador. O que aconteceu a seguir a esta tragédia ganhou contornos que a meu ver são perigosos e errados. A população de Hong Kong ficou revoltada com o incidente, e com a forma como o governo filipino lidou com a situação. Quem começou logo a pagar a factura foram as empregadas domésticas da RAEHK, algumas que viram mesmo os seus contratos terminados.

É claro que as empregadas domésticas filipinas a trabalhar em Hong Kong não têm nada a ver com o que um tal Rolando Mendoza resolveu dar na mona fazer, nem com a podridão que reina nos círculos do poder e da polícia nas Filipinas. As pessoas não são tele-comandadas, e ninguém se livra de ser apanhado no meio de um tiroteio ou de um acerto de contas. É como sermos mordidos por um pastor alemão e depois matarmos o primeiro caniche que nos aparecer à frente. Uma filipinas queixou-se ainda que alguém “cuspiu nela”, o que já oferece semelhança com o velho faroeste, ou com a caça às bruxas.

Que tenham cancelado pacotes de viagens para as Filipinas, isso parece-me perfeitamente normal e nem se questiona. Para ir às Filipinas o ideal é ser acompanhado por alguém que conheça bem os lugares, de preferência um local. E mesmo assim não é completamente seguro. Um acto tresloucado pode acontecer nas Filipinas, na Tailândia, em Portugal ou em Macau. Curiosamente as Filipinas são um país do meu “eixo do mal” na Ásia, juntamente com a Tailândia e a Indonésia: já lá fui, mas não planeio voltar. Não recomendo a ninguém que visite as Filipinas de tour, a não ser que arranque directamente para as praias, e mesmo assim passa o tempo todo a ser ludibriado por empregados de hotéis, bares e resorts.

Foi mesmo uma pena o que aconteceu naquele dia 23 de Agosto, e compreendo que as pessoas estejam revoltadas. Ficaram famílias destruídas, danos irreparáveis, e que podiam ter sido evitados. Só que é preciso ter muito cuidado com a forma com que direcionamos a revolta e a raiva, para que inocentes não sejam apanhados no processo. A minha empregada ficou logo alarmada quando lhe falei desta notícia, mas como não é nada parecida com este Roland Mendoza aqui na imagem, não tem nada com que se preocupar.

7 comentários:

  1. Sábias palavras mas os cidadãos de HK resolveram vingar-se nas pobres empregadas domésticas.
    Já que são tão patriotas,porque não se revoltaram eles com o envenenamento do leite ou com os massacres em escolas da Mainland?

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  2. "Matar-mos"? Não será "matarmos"? Olhe que é...

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  3. Cambada de idiotas, é o que esses chineses são.

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  4. Anonimo das 19:48, se fosse morto um dos seus entes queridos nao havia de chamar nomes as pessoas.

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  5. Anónimo das 09:41, se fosse empregada doméstica filipina não gostava de ser despedida por causa do que um qualquer filipino que nem conhece fez. Se não percebe isso, é tão idiota como os chineses de que falo.

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  6. 22:40 alem de ser idiota e' pisco, nem sabe ler as horas.

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  7. Ó idiota das 07:29, quem é o das 22:40? Pois, não sabe ler as horas... Há cada palhaço...

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