quarta-feira, 28 de julho de 2010

Considerações sobre o ser e o estar em Macau - parte III: Obras






Obras. Estão por toda a parte e são uma autêntica vergonha. Já sei que as obras são necessárias, e em alguns casos pecam pela escassez, mas quem disse que se pode partir o chão de uma rua inteira por onde passam diariamente milhares de pessoas? É o que se passa aqui perto de casa, junto ao McDonald's da Rua de S. Lourenço, até à Rua do Seminário. Que diabo, era preciso partir o passeio todo ao ponto de precisar de mudar a estação de autocarro para a Rua do Padre António, num passeio onde mal cabem duas pessoas lado a lado? O pior é que escolheram o pique do Verão para partir pedras, levantar pó e operar maquinaria pesada. E este é o outro problema: os indíviduos que operam esta maquinaria são normalmente oriundos da China continental, e é-lhes indiferente que se arranque uma cabeça ou duas enquanto usam as escavadoras. Não se metessem à frente, bolas.

Esta inconsciência das obras, que chega a arrancar passeios inteiros em ruas onde nem dá para passar devido à quantidade de motociclos e carros estacionados, é uma das maiores dores de cabeça que temos que suportar em Macau. Primeiro foram os bate-estacas, eventualmente passámos para os martelos-pneumáticos, e de vez em quando lá temos que nos desviar dos buracos no chão para consertar os canos de esgoto, que ainda por cima cheiram mal como a porra. Isto tira qualidade de vida aos cidadãos - aos peões, que precisam de andar no meio da estrada para evitar as obras, e aos motoristas, que precisam de fazer um esforço suplementar para não atropelar ninguém. Dos autocarros nem se fala; cheguei a ficar uma hora preso no trânsito no Lilau porque um autocarro ficou "encravado" numa obra de um passeio junto da Casa do Mandarim.

Em dias que chove torrencialmente, como hoje, estes buracos no chão transformam-se em pântanos de lama, pedras, cascas de fios de cobre, cartão das caixas de material, restos dos almoço dos operários, enfim, uma javardice enorme. E muitas vezes à porta da casa das pessoas, que não têm direito a achar bem nem mal, pois trata-se de uma "obra pública". Uma obra que não é mesmo nada pública é a que está ser levada a cabo junto à Pastelaria Caravela, por exemplo. Foi lá ontem almoçar com uns colegas, e é exactamente durante a hora da refeição que os operários que trabalham na renovação de uma casa de pasto ali em frente resolvem usar a rebarbadeira. Põe-se para ali a cortar o ferro, a chapa, a soltar faíscas e tudo mais enquanto a menos de cinco metros há pessoas que estão a tentar comer a sopa. Parecia uma visita ao dentista.

E por falar em obras "privadas", gostava de saber o que se passa com o meu vizinho de cima. A casa do gajo está em obras 11 meses por ano, e os trolhas cumprem religiosamente o ritual de começar a furar e martelar às 9:01 da manhã. Escusado será dizer que pouco depois das oito, hora em que a maioria das pessoas está a sair de casa para ir trabalhar, já um dos elevadores está ocupado pelo transporte do lixo, dos azulejos, dos sacos de cimentos e toda essa merda. Mesmo ao Sábado a barulheira não cessa, começando poucos minutos depois das nove, e acabando às seis da tarde, conforme manda a lei. Mas um dia vou perguntar-lhe: "porque não compra antes uma casa nova?". E de preferência bem longe daqui.

26 comentários:

  1. O Leocas mudou de casa? É que tinha escrito há tempos que vivia no NAPE.

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  2. Trabalho no NAPE, vivo em S. Lourenço. E foi isso que eu sempre disse.

    Cumprimentos.

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  3. É a tal cidade linda e com qualidade de vida. É tudo uma questão de perspectiva, como se pode ver. Pessoalmente, como residente de Macau, não estou contente nem com uma coisa nem com a outra. E não vale a pena mandarem-me embora, porque eu, como residente, tenho o direito de me manifestar sobre o que acho que está mal. Se alguma coisa está mal, melhorem-na; não mandem embora quem se queixa, porque isso não resolve o problema. Cappice?

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  4. então o amigo leocas trabalha nesse grande tacho chamado ICM, ou não?


    AA (o Original)

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  5. o bairro do Oriente é um belo exemplo de blogue, é.
    toda a gente fala decentemente, os debates são muitos e dum interesse atroz.

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  6. Pode criar outro ao seu gosto.

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  7. cale-se, seu leocardo das 12:12, cale-se.

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  8. Cale-se você, seu palhaço.

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  9. a pior merda que os portugueses inventaram foi o calçado a portuguesa,quando chove aquilo fica tudo escoregadio,e uma pessoa que anda naquilo escorrega,uma vez até escorreguei e cai parti o braço,tudo por causa daquela merda

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  10. É a calçada, não é o calçado. Calçado são sapatos, seu ignaro.

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  11. o anónimo das 13h26 tem razão,a calçada a portuguesa é mesmo uma merda,tinha que ser mesmo obra de portugues,cambada de burros,quando está a chover vão de chinelos que é melhor

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  12. Dizer que a calçada à portuguesa é uma merda é uma afirmação que só pode vir de ignorantes que não têm a mínima noção de estética e cultura. Preferem calçadas de blocos de cimento ou mesmo só passeios de cimento, seus ignaros? Vocês devem ser daqueles que metem gaiolas (grades) nas janelas e dão cabo das partes comuns dos prédios.
    Eu queria era ver o dinheiro do jogo acabar em Macau. Sem o jogo, a única coisa que Macau tem que pode interessar aos visitantes é o que os portugueses aqui construíram, é o património de raiz portuguesa. O resto é quase tudo lixo.

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  13. Aconselho o sr leocardo a ter paciência porque quando chegarem as obras do Metro vai ser o início de todas as suas irritações.



    AA (O Original)

    e não o

    AA (o Original)

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  14. anónimo das 18h53 já alguma vez na vida andaste numa calçada a portuguesa quando está a chover?se nunca experimenta,vai ver que é divertido.aqui ninguem disse que a calçada a portuguesa é feia,eu disse que quem anda a chuva na calçada a portuguesa pode escoregar e cair,quem não conhece este facto das duas uma,ou é burro ou nunca andou na calçada a portuguesa quando está a chover.E macau até é uma terra que chove bastante,experimenta andar no leal senado a chuva com sapatilhas,experimentem.

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  15. Deixem de criticar, Macau e' isto Macau e' aquilo. Macau e' como qualquer cidade do Mundo, tem coisas boas e tem mas, tem feias e tem bonitas, por isso tudo e' relevante, devem tirar o partido do melhor e viver contente e feliz, senao da' cabo da saude.

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  16. o portuga gosta muito de cuspir na sopa


    AA (O Original)

    e não o

    AA (o Original)

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  17. Palhaço anterior, essa do cuspir na sopa já mete nojo. Eu sei que se cospe muito em Macau, mas é no chão e não são os portugas que o fazem, como toda a gente sabe.

    Anónimo da 1:32, é claro que já andei muitas vezes na calçada à portuguesa com chuva e sei muito bem que chove bastante em Macau. É preciso mostrar o meu BIRM?

    Anónimo das 3:30, concordo inteiramente consigo. Foram as palavras mais sensatas que alguém escreveu aqui em muito tempo.

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  18. colega das 6:14, bem se vê que domina mal o português.... cuspir na sopa é uma expressão que se diz quando se é mal-agradecido....

    algum portuga de macau que come boa "sopa", mas depois reclama de Macau, é um cospe na "sopa".


    capiche?



    AA (O Original)

    e não o

    AA (o Original)

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  19. Òh...seus idiotas e não se escorrega também quando está a chover na calçada à portuguesa em Lisboa?
    À là là! stultorum infinitus est numerus (em português:- o número de imbecis é infinito! Citação do Palitométrico.
    Anónimo com QI normal

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  20. Caro Leocardo
    Relativamente à parte final do seu comentário sobre as obras nos apartamentos gostaria de acrescentar que o problema é que também fazem obras em casas novas. Está a acontecer neste momento no local onde moro. Dizem que é para os pôr ao gosto dos ocidentais para mais facilmente os venderem, ou alugarem. Quanto a mim é deitar fora dinheiro e chatear a paciência de toda a gente. Como no anúncio da Pasta Medicinal Couto diria:-...eles lá sabem porquê.
    Anónimo com QI normal

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  21. mas ó amigo das 10:26, á hora das obras é suposto o meu amigo estar no trabalho, ou vai-me dizer que anda em casa o dia todo?

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  22. O palhacinho das 7:30 deve ser um bocadinho limitado, pois não consegue discernir nem um trocadilho tão simples como aquele do cuspo.

    O palhacinho das 10:21 também deve ser um pouco lerdinho, já que não descortinou que estávamos a falar dos efeitos da calçada em Macau, lugar onde chove muito. Até foi usado o exemplo do Largo do Senado.

    Não sejam tão básicos, ok?

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  23. Tambem vi muita gente a cuspir no chao em Portugal!!!!

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  24. Nisso tenho que dar o braço a torcer. Também há muito porco em Portugal.

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  25. vá meninas não fiquem chateadas que faz mal a pele.

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