segunda-feira, 12 de abril de 2010

Olha mãe, sem dentes!


Um grupo de trabalhadores da construção civil manifestou-se esta manhã de forma ruidosa à porta da Direcção dos Serviços de Assuntos Laborais (DSAL) protestando pelas políticas de contratação da Galaxy, que como se sabe levou recentemente a cabo uma série de entrevistas de emprego junto dos trabalhadores locais. Um problema que se torna uma verdadeira pescadinha de rabo na boca. Como se pode depreender das imagens da TDM, estes trabalhadores residentes não estão dispostos a negociar de forma civilizada com a DSAL, preferindo o “deita abaixo” e o “vamos por aí fora”, ignorando as autoridades e demonstrando através da violência que estão ali e que são gente séria e com eles ninguém brinca.

Vamos colocar-nos na situação do empregador: quem está interessado em contratar um grupo de gajos que custa mais que um trabalhador não-residente, com quem é preciso “negociar” se precisam de fazer trabalho extra, e que em muitos casos chateiam-se com aquilo ou arranjam qualquer coisa melhor e deixam de aparecer sem notificar a entidade empregadora? Os hotéis, casinos e tudo isso precisam de ser construídos, e não aparecem com um “abracadabra” e um estalar de dedos. Quem se aproveita desta disfuncionalidade são os empregadores, que também no são nenhuns santos. Para calar o povo organizam as tais entrevistas, contratam uma mão-cheia de locais e depois recorrem à mão-de-obra não residente para ver se vêem aquilo andar paraa frente.

Se realmente existem “fugas de informação” que avisam os prevaricadores das inspecções da DSAL fazendo com que escondam os trabalhadores ilegais, isso não é por obra e graça do Espírito Santo, e certamente que existe alguém interessado em que se mantenha este estado de coisas. Pelo que deu para perceber destas imagens, faz falta um representante destes trabalhadores locais que tenha a influência, a diplomacia, e porque não dizê-lo, o chá para resolver os problemas de forma civilizada. Atirar assim os cães raivosos não é lá muito boa ideia, e não existem em Macau casos de desemprego endémico e desespero que justifiquem o que se passou hoje na DSAL.

Chego a dar razão àquele desdentado que apareceu a opôr-se à manifestação e foi imediatamente escorraçado por outro desdentado que a organizou. Uma das manifestantes disse: “não sei porque é o Governo diz que vai haver emprego para toda a gente, e depois tira-nos o emprego”. É uma forma simplista de ver as coisas, mas quem mandou o Governo querer dar nozes a quem não tem dentes?

15 comentários:

  1. Para estes idiotas, os problemas resumem-se todos aos trabalhadores não-residentes. Mas os trabalhadores não-residentes é que tinham motivos para manifestações, porque só contam para contribuir. Direitos, zero! E alguns passam assim uma vida em Macau sem que nunca lhes seja concedido direito algum. Estes "trabalhadores" residentes, se estão assim tão mal, porque não vão para outro lado (que é o que os não-residentes fazem quando querem trabalhar)?

    ResponderEliminar
  2. Mesmo idiotas. Trabalho para todos? Estes querem o melhor dos dois mundos... Salarios e condiçoes como ninguem na China tem, liberdade e um Maozinho que garanta o emprego para todos?

    ResponderEliminar
  3. Os idiotas que voces falam sao os caes de campo dos democratas.


    AA

    ResponderEliminar
  4. Não acredito que os democratas tenham alguma coisa a ver com isto. Estes são os tais "operários" que votam nos Mak Soi Kuns, nas Kwan Tsui Hangs e outros que tais.

    ResponderEliminar
  5. Talvez sejam os "operários". Mas quando ouço os "democratas" falar, não consigo descobrir as diferenças. A conversa é sempre a mesma. Xenófoba.

    ResponderEliminar
  6. Estes idiotas nao trabalham porque nao querem, em Macau ha emprego para toda a gente, mas o que eles querem e' um emprego que paga um salario de Gerente ou CEO, claro que nao encontram.

    ResponderEliminar
  7. A manifestação foi paga por uma personalidade conhecida cá do burgo que já pagou outras anteriores. Leiam os jornais chineses ou peçam a quem saiba para vos lêr!

    ResponderEliminar
  8. os que aqui criticam tem cá uma moral do krlh,é natural voces ganham bem,estão a cagar para os outros que ganham mal e porcamente.

    ResponderEliminar
  9. Há gente com qualificações a ganhar mal e porcamente, e isso é que é pior. Estes devem ser daqueles que nunca quiseram estudar e nunca quiseram sequer aprender nenhuma língua para além do cantonense. E agora querem trabalhar no ramo do turismo só porque são residentes? Estudassem...

    ResponderEliminar
  10. aqui em Portugal há muitos desempregados...licenciados.ter estudos superiores hoje em dia não significa nada.O que interessa é ter CUNHAS.Muitos portugueses licenciados que estão em Macau,estavam desempregados em Portugal ou a ganhar muito menos.

    ResponderEliminar
  11. Mas, como se vê, em Macau anda muita gente mal habituada, à espera que o governo lhe resolva os problemas todos, só porque são residentes. Por isso é que não querem fazer o esforço de se tornarem pessoas mais qualificadas, é muito mais fácil ir para a rua reclamar direitos que não têm ou que não deveriam ter. Só mesmo em Macau é que se queixam ao governo por uma empresa privada não os ter contratado.

    ResponderEliminar
  12. Uma coisa é certa,os chineses quando não estão satisfeitos vão logo para a rua protestar,acho isso muito bem,agora os portugueses quando não estão satisfeitos,continuam a lamuriar e não fazer nada,a espera de algum milagre.

    ResponderEliminar
  13. Vão logo para a rua protestar... em Macau. Parece que do outro lado da fronteira não é bem assim.

    ResponderEliminar
  14. Não é bem assim do lado da fronteira porque lá não há liberdade,quem protestar já sabe,ou vai preso ou leva porrada,com comunistas é assim.Mas graças a Deus lá em Macau e Hong Kong ainda existe uma coisa chamada Liberdade

    ResponderEliminar
  15. A liberdade, quando é demais, também dá nisto: protestos ridículos, por tudo e por nada.

    ResponderEliminar