segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Psicologias
1) O estado de saúde do magnata do jogo Stanley Ho tem sido motivo de mais uma onda de notícias para encher os jornais e magazines cor-de-rosa de Hong Kong. Algumas fontes indicam que Stanley Ho “piorou” e não vai passar o Ano Novo do Tigre em casa, enquanto a família garante que está tudo bem, e são “mentiras maliciosas”. O Apple Daily publicou uma fotografia das filhas do magnata a sairem chorosas do hospital, enquanto outras fontes asseguram que viram as criaturas sorridentes. Claro que no meio disto tudo estão envolvidos milhares de milhões de patacas, cotações na bolsa, e a enorme pressão de obrigar o patriarca a passar o Ano Novo em casa, dependendo da melhoria do seu estado de saúde. O Dr. Ho tornou-se indispensável ao seu império, que se prevê tumultuoso no futuro.
2) Leio na coluna “Olhadela” de Gilberto Lopes, publicada no Hoje Macau, uma afirmação interessante: Diz quem conhece bem Macau que há muitos residentes a necessitar tratamento psiquiátrico, nomeadamente funcionários públicos, que não conseguem enfrentar os novos caminhos da Função Pública – ou melhor, a maneira como se trabalha hoje nos serviços da Administração. Para ser sincero, não estou assim tão bem informado sobre o estado desesperante dos funcionários públicos em Macau. Claro que as coisas não são nada como nos “gloriosos” tempos da administração portuguesa, mas os funcionários que conheço conseguiram adaptar-se relativamente bem aos últimos 10 anos. Também não considero que os serviços públicos trabalhem mal e lentamente, pois salvo algumas excepções considero que fui bem atendido em toda a parte. É um pouco sensível mexer com estas coisas da psicologia em Macau. Considero que a população não está preparada para um “perder a face” tamanho. Enfim, é como a democracia, para alguns.
Os serviços não trabalham mal e lentamente. Quem quiser ver serviços públicos que, por norma, trabalham assim, tem de ir a Portugal. O que está é a haver uma série de abusos de poder sobre os funcionários públicos por parte da Administração. O último mais conhecido é aquele de querer obrigar os funcionários públicos a fazer campismo de borla ao sábado, como se não tivessem família com quem estar ao fim-de-semana. E, como noticiou ontem o Ponto Final, agora o abuso está também a chegar aos professores das escolas luso-chinesas, de quem a Administração espera que sejam professores nuns dias e funcionários públicos noutros, tudo consoante os interesses (obscuros, diga-se) da referida Administração.
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