sábado, 20 de fevereiro de 2010
Os blogues dos outros
Estou a ver na Sport TV um funcionário da Liga de Clubes a explicar "cientificamente" ao indigenato que os trabalhadores Hulk e Supanaru foram proibidos de exercer a sua profissão durante quatro e seis meses respectivamente, por "mau comportamento", - depois de terem sido (comprovadamente) provocados por agentes de "segurança privada" num túnel qualquer à saída de um jogo. O dito "jurista" (de gravata azul, quem sabe se para disfarçar a cor do sangue que lhe vai na alma), está a tentar justificar aos jornalistas as "penas" decretadas em nome do "regulamento e regras próprias" da Liga de Clubes, que ele aliás "não fez". Decisão do Tribunal Europeu sobre a "lei Bosman"? Não interessa, estamos em Portugal!
As Leis laborais portuguesas não são aplicáveis nestes casos? Claro que não, o futebol é mesmo assim! O Hulk termina a "pena" poucos dias depois do decisivo Porto-Benfica para o campeonato? Simples coincidência! Gravações audiovisuais não servem de prova? Claro que não, - sempre que possam beliscar quem está no poder futepolíco!
E em matéria de "conclusões" (minhas), por aqui me fico. Não vá a "Liga" proibir-me preventivamente de continuar atento à "esfericidade da bola que passa".
Luís Filipe Coimbra, 31 da Armada
O que se passou na Taguspark é um acto da maior indignidade, só possível de realizar através de miúdos amiguinhos e afilhados de políticos incompetentes e irresponsáveis. A manchete do 'Expresso' faz corar de vergonha qualquer dirigente empresarial ao salientar que o "Presidente da Taguspark só soube há dois dias do negócio com Figo". Como é isto possível numa empresa pública? Como é que os dinheiros públicos são gastos ao desbarato sem conhecimento do responsável máximo? Como é possível pagar 2,5 milhões de euros por ano a um puto com carinha de parvo, só porque foi chefe da propaganda eleitoral do PS? Como é que um engenheiro professor catedrático de grande prestígio, como Matos Ferreira, e por isso, foi colocado a presidir aos destinos da Taguspark, é ultrapassado sem que lhe seja dado conhecimento de negócios pouco claros que esvaziam o cofre da empresa? Inacreditavelmente, o presidente da Taguspark bem como outros administradores apenas na passada quinta-feira tomaram conhecimento da existência de um contrato com Luís Figo e de um filme promocional com o antigo futebolista. E agora, não há justiça em Portugal?
João Severino, Pau Para Toda a Obra
Os ataques por parte de algumas personalidades e blogues da direita ao "Câmara Corporativa" são antigos, começaram pela crítica e insinuações ao anonimato do Miguel Abrantes e ganharam dimensão, agora, com a venda a baixo preço de um dos participantes do "SIMplex". Parece que descobriram agora que ali há a mão de uma central governamental e a mão de assessores do governo, argumento que não passa de um elogio ao blogue e aos supostos assessores. O blogue é publico e basta uma leitura para se perceber que ali não é usada informação que não seja pública. O que incomoda a direita não é a suposta participação, é a qualidade da crítica e, pior do que isso, o bom uso da memória. O que eles dizem é algo do género "se o "Câmara Corporativa" fosse escrito por cidadãos comuns não seria tão eficaz, não se lembraria de muito do que se passou no passado, não se lembrariam dos nossos podres". A verdade é que o "SIMplex" antecipou o resultado das eleições ao ter derrotado e desmontado o "Jamais", uma obra de Pacheco Pereira, a verdade é que anda por aí muito boa gente a defender a liberdade de expressão e que quer calar o "Câmara Corporativa".
Jumento, O Jumento
A «defesa da paridade», que aqui me foi cometida, impõe-me que acompanhe a evolução da nossa vida política e que não deixe de expressar uma opinião feminina, porventura ligeira e benévola, acerca do que vai por esse mundo de gente. Aventurando-me pois nestes terrenos movediços, tropeço imediatamente na figura do nosso PM, em quem, não obstante o que desde há muito se sabe, que agora tanto nos indigna, consigo identificar duas grandes qualidades. Uma, a apresentação, que tem, ao que consta, requintado segundo os padrões clássicos do consagrado Ermenegildo Zegna. Outra, a competência de chefia, que intuo, não da forma – opaca - como coordena a equipa ministerial, mas da fidelidade – canina – com que esta responde à sua coordenação. Ora é de uma tal massa, enfarpelada nas fazendas das melhores alfaiatarias e bafejada pelo carisma do líder, que são feitos os gestores mais cobiçados pelas empresas e organizações ditas com visão moderna. Se ao nosso PM falta um passado meritório, poderia, talvez, sobrar um futuro risonho. Então, por que não abandona ele uma governação, que, de momento, apenas carrega as sombras que enfarruscam o seu nome? Por que não segue ele os exemplos prudentes de um Guterres e de um Jorge Coelho? Será que se agarra ao poder na esperança de inflectir os resultados da sua administração e salvar a face? Ou será que já só o faz na ideia de manter inibida a timorata Justiça e salvar a pele?
Luísa Correia, Corta-Fitas
A semana passada, ficámos a saber que 87% das mulheres que abortam não usam meios contraceptivos. Pura e simplesmente, para 1425 mulheres, a interrupção voluntária da gravidez é um meio de planeamento familiar. Acrescente-se que, para 468 mulheres, o procedimento não era novidade. Os números são ainda mais graves se considerarmos a idade destas mulheres. Estamos a falar de mulheres dos 21 aos 29 anos, na maior parte dos casos, sendo a faixa dos 30 a que se lhe segue. A falta de informação não pode servir de desculpa eterna. Estes números, estas estatísticas, são sinais evidentes de que falhámos, enquanto sociedade. E isso deveria envergonhar-nos.
Ana Margarida Craveiro, Delito de Opinião
Um caso hipotético:
1. Governante A nomeia administrador B para empresa semi-pública.
2. Administrador B contrata estrela C para campanha publicitária.
3. Estrela C, enquanto cidadão, apoia governante A em campanha eleitoral.
Todos os actos são lícitos de per si. Lei do enriquecimento ilícito não serviria de nada. Nem sequer há malas de dinheiro, nem há patos bravos no negócio. Só há ilegalidade se for possível relacionar 3 com 2. Em condições normais, só com escutas é que isso é possível. Toda a gente reforça a sua imagem pública. Político A recebe apoio de uma estrela e fica com imagem de dinâmico e empreendedor. Administrador B fica com a imagem de quem apoia o desporto. Estrela C reforça a sua imagem numa aparição pública. Quem diz desporto, diz cultura …
João Miranda, Blasfémias
Segundo o «New York Times», nestes tempos de crise mundial em que assistimos a um recrudescimento até da pequena criminalidade e de roubos nos estabelecimentos comerciais, constatou-se que o livro mais roubado nas livrarias é… a Bíblia! Mas se virmos bem, esta notícia faz todo o sentido. Por um lado, bem demonstra o relativismo moral típico das religiões e a criteriosa selecção que os crentes fazem daquilo que lhes interessa seguir ou não na sua doutrina. Pelos vistos o «Não Roubar» é uma das coisas que não lhes interessa seguir. Por outro lado, significa que há cada vez mais pessoas que acham que se há inutilidades que não merecem que nelas gastemos o nosso dinheiro, a Bíblia é precisamente uma delas.
Luís Grave Rodrigues, Diário Ateísta
Fui multado por excesso de velocidade no twitter. Fui apanhado a 145 caracteres ao tweet.
João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária
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