quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Macau dos espanhóis
Tenho visto imensos turistas espanhóis em Macau nos últimos dias. Não sei se vai haver alguma convenção internacional sobre flamenco, ou algum festival de cinema dedicado a Pedro Almodovar, mas a verdade é que hoje devo ter visto uns dez espanhóis. Esta tarde vi alguns espanhóis na pastelaria Caravela, dando um ar ibérico ao local – isto para os apreciadores do Iberismo – e para ajudar os espanhóis estavam a beber Super Bock.
Sinceramente acho que Macau não está preparado para receber turistas espanhóis. Não sei se estes resolveram passar por cá em trânsito para a China, para conhecer a famosa capital do jogo, ou se vieram cá parar por mero acaso, ou por curiosidade, mas terão ficado desiludidos. É interessante se ficarem por cá pelo ano novo chinês, e pelo menos podem experimentar uma festividade célebre de forma mais ou menos genuína.
Só que ao contrário de Hong Kong, Macau não tem uma rede de serviços preparada para atender a nuestros hermanos, pois se já mal se fala português, o que dizer do castelhano? Alguns dos nossos compatriotas ainda se desenrascam na língua de Cervantes, se bem que muitos pensam a dominam melhor do que na realidade (sabiam que “cofre” diz-se caja fuerte?).
Além disso não temos em Macau comida espanhola em quantidade ou qualidade que se apresenta. O Don Quijote, situado ali na Taipa perto do Hospital Kiang Wu (ao lado da loja de bicicletas) oferece um serviço razoável, mas o residente de Macau não está habituado à cozinha espanhola tanto quanto está habituado à nossa, e ainda pensa que “tapas” é “um prato” que “deixa a desejar” (opiniões recolhidas hoje). O único gaspacho (bebi dezenas de excelentes gaspachos em Sevilha) que alguma vez vi era em pacotes de litro, vendidos no Gourmet por 70 patacas, e com um picante bastante acentuado – em suma, uma porcaria.
Em Hong Kong existem vários restaurantes espanhóis, incluíndo o tal El Cid, onde duas pessoas podem comer mais ou menos bem por 800 patacas, e onde se pode comer uma paella mais ou menos parecida com as de Barcelona, e lá provavelmente os turistas espanhóis podem encontrar muitos mais dos seus compatriotas. Em todo o caso, "Macau Welcomes You", que é como quem diz: bienvenidos a Macau.
De certeza que os espanhois não vieram a Macau para comer comida espanhola.
ResponderEliminarOs espanhóis vieram a Macau foi comer fruta asiática. Ainda os vou ver na noite este fim-de-semana. Se precisarem, eu oriento-os.
ResponderEliminarÒ Leocardo, seguindo a sua linha de pensamento, Macau não está pronta para rcer turistas franceses, polacos ou holandeses.
ResponderEliminarPS: Também já reparei que ultimamente têm entrado em Macau vários turistas espanhóis.
AA
Mau marketing. A paella é um prato com imenso potencial. O Jaloco fazia uma bem boa.
ResponderEliminarDesta vez nem digo nada...
ResponderEliminarO espanhol
AA: e é verdade. Macau só está preparado para receber turistas chineses endinheirados, sem qualquer noção de qualidade de serviços. Experimente entrar numa loja da Hermes ou da Louis Vuitton em Macau ao mesmo tempo que um monte de turistas da China. Ninguém lhe liga nenhuma; fica encostado ao balcão.
ResponderEliminarUm grande abraço para o Curro.
Poderam acreditar ou nao, mas eu vim a Vancouver a comer comida chinesa, que la em Europa é uma merda :) Os Jogos Olímpicos sao só uma excusa.
ResponderEliminarAbraço
Curro, o espanhol
É por isso, Leocardo, que eu não vou à Hermes nem à Louis Vuitton. Se é para ficar encostado ao balcão, vou aos bares, onde somos todos tratados por igual.
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