sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Boca na botija


A tal campanha dos inimigos do cigarro franceses que compara o fumo ao sexo oral é engraçada, pois reflecte indirectamente uma verdade, mesmo que ofenda. Só que é desadequada, e gera uma nova escalada na velha guerra entre fumadores e não-fumadores.

Os primeiros acusam os segundos de cagar a Terra toda com o seu passatempo, e os segundos acusam os primeiros de serem ditadores e dizem-lhes para que se metam nas suas vidas. Bem, como ex-fumador considero que nim.

Quem fuma está a prejudicar-se, e vai perceber isso mais tarde, a bem ou a mal. Quem não fuma devia tentar perceber melhor toda a mecânica do tabagismo, a indústria, o elan e tudo mais (as maiores personagens cinematográficas fumam), e deixar que os fumadores se matem à vontade, desde que não o façam em cima de nós.

Também me estou nas tintas que se fume nos jardins ou nas praias, e até defendo que todos os centros comerciais, restaurantes grandes e aeroportos devem ter uma área para fumadores.

Mas voltando à campanha em questão, que é desadequada pois compara uma coisa boa (o sexo oral, pelo menos como perspectiva do passivo) com uma coisa nefasta (a cigarrada).

Claro que a mensagem é que os jovens que fumam entregam a dignidade às milionárias corporações tabaqueiras, aqui representadas pelo senhor mais velho, que a julgar pela mão peluda, foi interpretado pelo Tony Ramos.

Só que a mensagem é falaciosa e gera o efeito oposto: eu fumaria um milhão de cigarros em vez de meter uma coisa daquelas na boca. Je-sus!

3 comentários:

  1. É mais uma campanha à medida dos idiotas que as fazem.

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  2. e dos idiotas a que se destinam, ou seja, aos fumadores.

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  3. Era preciso era uma campanha para combater os idiotas que querem mandar nos outros, ou seja, gentalha como o anónimo das 06:37.

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