terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Acordo man man em Macau


A aplicação do novo acordo ortográfico em Macau foi tema de uma reportagem muito interessante na edição de hoje do Ponto Final. Foram entrevistadas algumas personalidades dos media escritos do território; Carlos Picassinos, director do Hoje Macau, diz que "não arrisca a utilização do acordo porque desconhece o prontuário", uma afirmação sóbria e coerente. José Rocha Dinis, do JTM, defende que o acordo deve ser aplicado primeiro ao nível da educação, uma opinião bastante válida. Mas a melhor foi mesmo a de Luís Ortet, director da Revista Macau: “Macau foi esquecido e não assinou o acordo ortográfico porque também ninguém lhe perguntou se queria assinar”. E se ninguém lhe perguntou, fica também por responder.

Já sei que a língua é "um orgão vivo em constante mutação" ou lá como lhe resolveram chamar, "língua viva". Isto é antes de tudo um conflito geracional, e duvido que tanto eu como todos os outros gajos e gajas maiores de 20 anos nunca vão aceitar escrever coisas como "teto", "Egito", "perceção" ou "dececionado". Para nós nunca vai cair o "h" do húmido nem o ^ do vôo. E quando eu disser que vou voar e ao mesmo tempo doar? Fica qualquer coisa como "voodoo", a sincrética religião do Haiti. Talvez as gerações futuras um dia nos leiam e achem muita graça, da mesma forma que achamos engraçado que os nossos avós escrevessem de forma diferente - e tinham uma letra muito mais bonita - mas hoje não, não nos apetece. Apliquem o acordo sim, mas muito suavemente, e de preferência durante os próximos 100 anos ou isso.

A propósito do Acordo Ortográfico, recomendo a leitura deste artigo.

17 comentários:

  1. Interessante foi saber que o PONTO FINAL ouvir os jornais portugueses de Macau (HOJE MACAU E JTM), à excepção de O CLARIM. Nisso o PONTO FINAL é igual à Rádio Macau, da TDM: Tão diferentes e tão iguais que eles (PONTO FINAL E TDM) são!

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  2. O artigo para o qual deixa link diz tudo claramente: o problema não é haver acordo, é haver agora um acordo idiota que não unifica coisíssima nenhuma. E, assim sendo, para que serve? Para nada!

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  3. Quero reforçar que o link que o Leocardo deixou é de um interesse enorme.
    De facto, tenho pena que nunca mais se consiga encontrar um ponto de consenso. Quanto mais tempo esta palhaçada demorar, pior será para a nossa Língua.

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  4. Caro Leocardo,
    Devemos ter, mais ou menos, a mesma idade (a ternura dos quarenta).
    E estamos inteiramente de acordo (que não o ortográfico).
    Fato é o que estou a usar agora.
    E isso um facto.

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  5. Esta ideia do acordo ortográfico é uma patetisse! Acho muito bem a atitude da imprensa de Macau. Façam p**** a Lisboa.


    AA

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  6. Foda-se! E ele a dar-lhe com a "patetisse".

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  7. Qual é o seu problema? É difícil ser feliz não é? Requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia que é bem próxima do amor. Às vezes é uma graça ser feliz. Você não sabe o que é isso. Como vai fazer agora com o novo acordo ortográfico. Já começou a estudar?

    AA

    Ao primeiro anónimo: sabe porque razões O CLARIM não foi incluído no report?

    Isto mais parece o fórum da CTM versão portuguesa.

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  8. "O Clarim"? O que é isso?

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  9. O jornal da igreja católica portuguesa de Macau. Sai aos Sábados. Julgo eu.

    AA

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  10. Se é da Igreja, não é um jornal, é um pasquim.

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  11. Pedro Coimbra,
    A palavra "facto" continua a escrever-se "facto", pois o que o acordo diz é que as consoantes mudas irão desaparecer e em "facto" não há consoantes mudas. Será "fato" no Brasil e "facto" em Portugal.

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  12. Ok Raul.
    Tem razão.
    No meio de tanto exemplo fui infeliz.
    Correcto?

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  13. Não. Segundo o acordo idiota, é "correto".

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  14. Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
    Mas acordamos e ele é opaco,
    Levantamo-nos e ele é alheio,
    Saímos de casa e ele é a terra inteira,
    Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
    Bla, bla, para toda essa conversa da treta!!!

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  15. Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
    Mas acordamos e ele é opaco,
    Levantamo-nos e ele é alheio,
    Saímos de casa e ele é a terra inteira,
    Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido
    Bla, bla para toda essa conversa da treta.
    F.P (esqueci-me de assinar...)

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