sábado, 2 de janeiro de 2010

Record ortográfico ativo


O Jornal Record é um jornal que leio desde miúdo. Quando era trissemanal e saía à terça-feira, esperava sempre por esse dia para ler as classificações, mais bem apresentadas que n'A Bola, um jornal que ainda por cima era grande e incómodo de desfolhar. Entretanto passou a diário e como todos os diários precisa de entulho para encher as suas páginas. Mas hoje quando leio cabeçalhos como "Carlos Carvalhal: «Vamos estar ativos no mercado nos próximos tempos»" ou citações como
'"Estou dececionado. Ele viajou num momento complicado para nós, em que estamos sem vários jogadores"', pergunto-me, como é que foi possível aderirem tão depressa ao malfadado acordo ortográfico? Não disseram que isso ia ser "com calma"? Às vezes até aparecem palavras que preciso de um nanosegundo para processar e identificar na minha cabecinha de quase 40 anos. Já sei que a língua muda, e não sei quê, mas tenho pena que tivesse acontecido durante o meu lifespan. E isto é que me deixa mesmo decepcionado.

2 comentários:

  1. Que as línguas mudam, todos sabemos. Muitos linguistas comparam as línguas a organismos vivos, em constante evolução. Por isso mesmo, é normal que mudem, mas naturalmente. Quando se recorre a (des)acordos ortográficos, a mudança é artificial. É como uma mulher de mamas pequenas, que não se aceita a si própria tal como é, e lhes injecta silicone. Passa a ser falsa, postiça. E não se lembram que há homens que até gostam de mamas pequenas. As línguas são a mesma coisa. Por isso é que nunca aqui escreverei que estou dececionado com qualquer coisa. Se for caso disso, estarei decepcionado. Até ao fim.

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  2. Na verdade o jornal Record já aplica essa forma de escrita há bastante tempo, logo que o acordo ortográfico foi feito. E noutros jornais como o Público, já há também vários jornalistas que aderiram à nova escrita.

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