domingo, 31 de janeiro de 2010

Provedor do leitor


Estou a imaginar as entrevistas que o Leocardo faz para comprovar se determinado gajo está apto para ser seu amigo:

Leocardo: "Já te conheço há 5 anos menos 1 dia. Amanhã podes conquistar o supremo direito de ser meu amigo. Mas primeiro tens de me garantir que não fumas droga nem bebes álcool às escondidas."

Candidato a amigo: "Estás maluco ou quê? Nada me dá maior prazer do que estar em ambientes saudáveis cheios de criancinhas aos gritos a beber aqueles maravilhosos batidos de peixe contigo!"

Leocardo: "Mas não te esqueças que nunca poderás falar alto para sobrepor a tua voz à das lindas criancinhas. Se não nos conseguirmos ouvir, paciência! Agora a pergunta definitiva: já alguma vez foste para a cama com uma filipina ou uma indonésia?"

Candidato a amigo: "Pá, claro que sim, que algumas são muito boas e muito bonitas."

Leocardo: "Então não podes ser meu amigo. Arruma as tuas coisas e vai-te embora. Adeus!"


Se tivesse que eleger o comentário humorístico do mês, este ganhava. Só que não tenho tempo nem me apetece. Este comentário foi publicado na secção reservada a esse efeito do post “Macau é a praia”, onde faço referência a um grupo de condicionantes pessoais na escolha dos amigos. Uma vez que este anónimo considera que as minhas “exigências” são descabidas e até rocambolescas, gostaria de as explicar uma por uma, que é como quem diz, “fazer um desenho”.

Em primeiro lugar a questão dos cinco anos não é nenhuma espécie de ónus, é mais uma exigência adquirida pela experiência. Lamento se é defeito, mas num sítio como Macau considero que só posso confiar em alguém que conheça realmente bem, e que não chegue aqui amanhã e vá embora daqui a um ano ou dois. É um pouco difícil fazer amizades duradouras em Macau, visto que eu próprio não sou natural de cá e portanto não tenho “amigos de infância”. Mas cinco anos, um ano ou duas horas, isso depende de cada um.

Em relação ao segundo ponto, não considero que os meus amigos que bebam ou fumem um charro de vez em quando são “alcoolicos e drogados”, e duvido que alguém use esse critério. Por “alcoolicos e drogados” refiro-me aos indivíduos que se comportam de forma desagradável quando bebem, cheiram mal, vomitam por toda a parte, cravam trocos na rua e cuja aparência assusta os cavalos e as crianças. Hoje bebi meio copo de vinho ao almoço com a lasanha e não é por isso que sou um alcoolico. Quanto aos senhores que apanham uma piela de vez em quando, que o façam, desde que não me chateiem.

O anónimo considera que falar alto é “sobrepor a voz à das criancinhas”. Estranho. Eu considero que pessoas que falam alto são aqueles que acham que quanto mais razão pensam que têm, mais tendência têm para gritar e ficar histéricos. Incomodam-me sobretudo pessoas que não conheço de lado nenhum que me abordam pela primeira vez aos gritos, habilitando-se a ser enxertados de cadeira, cinzeiro ou qualquer objecto mais ou menos pesado que esteja ali à mão. Confesso que não percebi essa das criancinhas nem do “batido de peixe”, para ser sincero.

Finalmente a questão dos “caçadores de pito filipino/indonésio”. Repare como aqui o que interessa realmente é a expressão “caçadores de pito”. Tanto eu como o anónimo podemos ter uma ou várias namoradas de qualquer nacionalidade, que isso não nos torna “caçadores de pito”. Referia-me obviamente aos indivíduos que se aproveitam da sua posição de “poder” para abusar das empregadas domésticas, das garçonetes ou de outras trabalhadoras não-residentes para concretizar os seus devaneios sexuais. Alguns procuram a satisfação em bares e discotecas, e normalmente “a pagantes”, que de outra forma nunca conseguiriam, uma vez que a maioria deles são feios e disfuncionais. Em Macau as “vítimas” são normalmente filipinas e indonésias. Nada contra as pessoas em questão.


É sempre um prazer esclarecer os meus queridos leitores. Grato pela atenção dispensada.

11 comentários:

  1. Foda-se... é que só te enterras mais a tentar justificar o injustificável!

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  2. Suponho que me vai dizer porquê? Ou é só vontade de chatear?

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  3. Epá o Leocardo este post é um pouco gay...

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  4. Continua a meter no mesmo saco duas coisas que não deviam ser confundidas: o abuso de poder em relação às assalariadas de que fala em nada se pode comparar ao sexo pago oferecido de livre vontade por quem o quer fazer.

    Essas filipinas e indonésias a que faz referência estão em Macau para isso mesmo, é esse o seu modo de vida, e são elas que precisam de quem esteja disposto a ir com elas, pois de outro modo teriam de voltar à sua terra de origem e ter a vida miserável que sempre tiveram. Em alternativa, também poderiam trabalhar como as outras e ser mal pagas pelos "defensores da honra das mulheres".

    Neste caso, portanto, não há abuso nenhum, funciona a lei da oferta e da procura e trata-se de uma opção de vida, não são vítimas.

    Já agora (porque o Leocardo parece conhecer muito bem Macau de dia, mas já lá vão os tempos em que também conhecia a cidade de noite), deixe-me dizer-lhe que não há só filipinas e indonésias. Há também russas, mongóis, africanas, tailandesas, vietnamitas, chinesas, etc.). E se sair à noite verá que há os tais homens "feios e disfuncionais" a recorrer a estas jovens não residentes, mas também outros que provavelmente terão melhor aspecto do que o Leocardo. Mais uma vez, é uma questão de opção. Há mulheres que oferecem o que têm para oferecer e há homens que preferem ter relações casuais com mulheres bonitas diferentes em vez de terem de aturar a mesma chata de sempre, que ainda por cima não é tão bonita, arma-se em esquisita e às vezes até fica mais cara.

    São opções, e eu consigo entendê-las porque não escolho os meus amigos pelas suas preferências sexuais ou étnicas.

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  5. Repare que não tenho nada contra as pessoas que, infelizmente, precisam de vender o corpo para sobreviver. A minha "mosca" aqui é com pessoas que se aproveitam de situações de poder ou de vantagem para tirar partido do corpo dos outros.

    Pense antes assim, caro anónimo: e se o seu chefe ou alguém assim muito importante gostasse de cuzinho e você precisasse do emprego para sobreviver? Quem despreza a dignidade dos outros, já há muito que perdeu a sua.

    Cumprimentos.

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  6. Gosto desta rúbrica do "Provedor do Leitor"... tem a sua piada e dá sempre discussões engraçadas especialmente para ler no fim de semana!

    Não leve a mal Leocardo, digo isto no bom sentido! E tenho um feeling que o Leocardo também se diverte a "dar conversa" a alguns destes comentadores mais parvos.
    ;)

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  7. Para mim ninguém é parvo. Toda a gente tem o direito à sua opinião, e as minhas respostas serão dadas no mesmo tom das questões levantadas. Ordineirices são para ser apagadas, não respondidas.

    Cumprimentos.

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  8. Ninguém é parvo? Também não é bem assim. O anónimo das 10:20 é.

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  9. "...pessoas que se aproveitam de situações de poder ou de vantagem para tirar partido do corpo dos outros".

    Parece que não percebeu bem o que eu disse. Eu não defendi essa gente. Disse apenas que não se pode misturar no mesmo saco esses salafrários que se aproveitam do poder com aqueles homens que recorrem a prostitutas, pois estes últimos estão apenas a recorrer a um serviço que lhes é oferecido de livre vontade. Elas dizem quanto é, e eles, se quiserem, pagam. É como ir ao Pizza & Company. Se gostar do produto e puder pagar o preço que lhe é oferecido, paga e come; se não quiser ou não puder, não come. Ter-me-ei feito compreender agora?

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  10. Parece que você é que não percebeu bem o que eu disse. Quando me referia a "caçadores de pito filipino/indonésio", referia-me exactamente aos "salafrários" que refere. Podia ia discutir as virtudes ou os defeitos da prostituição, do sexo casual pago, do comer o que puder, mas estou mais preocupado agora com o PIB. Aliás isto do pito é como o PIB: as pessoas de países com um PIB mais elevado têm a tendência de comer o pito daqueles com um PIB mais baixo. Toca a pensar nisto.

    Cumprimentos.

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