Eleva-dores

Fui esta manhã ao New Yaohan fazer umas compras rápidas, e juro que passei mais tempo nos elevadores do que no supermercado propriamente dito. Os cinco elevadores do centro comercial são a coisa mais lenta, mais pesada e mais chata que existe. Apanhar um elevador no New Yaohan dá cabo dos nervos de qualquer um. E depois há também o uso que cada passageiro dá ao elevador. Se o supermercado fosse no primeiro ou no segundo andar, apanhava as escadas rolantes, mas como é no sétimo, não tenho outra escolha senão partilhar o elevador com pessoas que nunca viram um na vida.

Nem vou falar dos que, por exemplo, apanham o elevador no 5º andar para ir até ao 6º, mas hoje por exemplo, quando ia a descer, aconteceu algo inédito. Fui um dos primeiros a entrar e cheguei-me para trás, junto do espelho. Entraram mais pessoas, e finalmente cinco desses “turistas” do continente. Como o elevador tinha bem mais de 10 pessoas, acendeu-se a luz do “overload”, o que significava que pelo menos dois ou três elementos do tal grupo tinham que esperar pelo próximo. Mas não, continuaram em vão a apertar o botão para fechar a porta, proferindo barbaridades num idioma não identificado (não era Mandarim), e finalmente fizeram uma experiência: saíu um deles, o mais magrinho. Como nem a porta fechava nem o “overload” se apagava, saíram todos.

Resolvido este atraso de vida, eis que uma senhora de meia-idade carrega no botão do 1º andar. Chegada ao seu destino, abre-se a porta e é então que faz uma cara de quem viu o seu próprio túmulo. Afinal não era ali que queria sair, conclusão a que chegou depois de uns bons trinta segundos de hesitação. Finalmente fechou a porta e saíu no rés-do-chão. Saíu logo? Não, primeiro verificou bem se era mesmo ali que queria sair, não fosse aquele algum novo piso que fica entre o 1º andar e o térreo, ficando na porta a fazer de rolha para os restantes passageiros. Foi aí que alguém muito encarecidamente lhe explicou que sim, era ali, que podia sair sem medo de ser comida pelo monstro dos pisos errados. Entrei no New Yaohan às 11:30, e saí ao meio-dia. Desse tempo, 20 minutos foram passados à espera, ou dentro do elevador. Da próxima vez levo uma grua.