terça-feira, 22 de dezembro de 2009
As dez maiores banhadas cinematográficas da minha vida
Numa época em que a malta lá do bairro gostava de comédias italianas do tipo “Continuam a chamar-me Trinita” ou “Tutto va bene”, a Primavera de 1984 trazia “Flashdance” ao cineteatro local, e apenas com um ano de atraso. As meninas lá nos convenceram a ir, dizendo que aquilo era “um marco”, e lá fomos nós. Confesso que gostámos da indumentária e da energia de Jennifer Beals, mas quanto ao argumento do filme, só posso dizer que passámos uma hora a atirar papelinhos uns aos outros lá no cinema. Eu fui embora mais cedo.
Este foi uma “namoradinha” que eu tinha (só uns beijinhos e mãos dadas, nem uns apalpões) que me convenceu a ver com ela. Esperei sessões de beijinhos e festinhas durante “Top Gun”, mas o raio da miúda só tinha olhos para o cabrão do Tom Cruise, que se dizia ser “bom”. Não percebendo o sentido de “bom” que as adolescentes portuguesas empregavam quando se referiam ao Tom Cruise, respondi que o achava “razoável”. Quanto ao filme propriamente dito, uma merda. Completamente gay.
O Querido Lilás foi uma enorme banhada. Fui com um irmão e um amigo ver o filme, convencido de que se o Herman José é engraçado em televisão, deve ser hilariante no grande ecrã. Puro engano, e foi este o meu primeiro contacto com essa grande desilusão que é o cinema português. Passado uns anos, já na Universidade, vi “O Querido Lilás” na televisão, e até gostei. Pelo menos aguentei.
O que há de errado com “Rambo III”? O facto do herói Rambo, interpretado de forma alucinante por Sylvester Stallone, combater no Afeganistão lado a lado com os guerreiros Mujahideen, que são hoje os tais talibã que os americanos querem mandar pelos ares. Os inimigos eram os soviéticos, que por essa altura já andavam mais ralados com a ruína interna do que com a paranóia contra americanos. Este entra para a galeria dos 250 mil réis que perdi a ir ver esta bosta.
Este disseram-me que era mesmo bom. Um “Dracula” de Bram Stoker, que diziam ser um filme de terror mesmo a sério, com uma geração de actores “cool”, como Gary Oldman, Wynona Ryder ou Keanu Reeves, e ainda Anthony Hopkins, fresquinho de ganhar um oscar. Posso dizer que foi uma tarde muito aborrecida, com o único “terror” a sério consistir em Gary Oldman meter aquela língua fétida e imunda na Wynona Ryder.
Este filme até não é mau, mas escolhi mal a companhia. Fui em Macau com uma chavala com que saía pela primeira vez, e "Carlito's Way" não ajudava nada a quebrar o gelo. Violência, tiros, cenas de sexo intepretadas por Sean Penn, uma desgraça. Ainda por cima estava à rasca para mijar durante todo o filme, mas não quis sair para não deixar a miúda sozinha. Mais tarde vi pela televisão, e até achei interessante.
“The English Patient” tinha acabado de ganhar os oscares, e fui vê-lo o cineteatro de Macau com uma namorada que tinha um sentido crítico muito interessante: se o filme era aborrecido, adormecia no meu ombro. Adormeceu em “Quatro casamentos e um funeral”, em “The Jackal” e neste. Mas este, nem eu aguentei. Tão chato que fazia doer o cu.
Quero o meu dinheiro de volta. A minha mulher convenceu-me a ver “O Diário de Bridget Jones” no cinema, porque “ouviu dizer bem”. Para ela levar o maridão a um filme destes é a ideia de uma tarde bem passada, mas para mim foi péssimo. Meus senhores, ver filmes deste calibre no cinema é passar a mensagem: “sou um gajo intelectual e ao mesmo tempo em contacto com os meus sentimentos”. E isso é super-gay.
Este também não foi mau (tenho uma relação de amor-ódio com os filmes de Bruce Willis), mas não consegui parar de rir na cena em que ele consegue com o corpo equilibrar um camião de 20 toneladas à beira de um troço de estrada. A minha mulher não reagiu bem ao meu entusiasmo, e ralhou. “Die Hard 4.0” é bom para ver em casa, com o som muito alto, e um copo de vodka gelada.
O “Da Vinci Code” foi um filme que me deixou a sorrir, pois dá pissada na Igreja, e isso é sempre simpático. Só que no dia em que fui estavam lá no Cineteatro um bando de rapazotes e rapazotas mais interessados em falar no telemóvel e em comer pipocas do que em ver o filme. Lembro-me particularmente do jovem que estava sentado à minha frente que sorvia desesperadamente num copo de Coca-Cola do McDonald’s. Mais tarde vi o filme na TVB Pearl, e apesar dos 20 intervalos para compromissos publicitários, foi deveras agradável.
Não perca amanhã: Os maiores delírios cinematográficos da minha vida.
Tenho de discordar um bocadinho em relação ao "Drácula". Não é um filme de terror, e provavelmente o Leocardo foi vê-lo a pensar que era. Felizmente não é. Um dos motivos porque é um bom filme é porque não é de terror.
ResponderEliminarO que me deixa completamente abismado é a sua crítica a "O Paciente Inglês". Chato? Por isso é que gosto de ver filmes sozinho. Você deixou-se levar pelo sono da sua namorada. Só pode, porque "O Paciente Inglês" é um filme fabuloso. A inclusão deste filme na sua lista prova que é melhor ver filmes em casa sem ninguém a chatear.
Este filme é gay, aquele é uma merda, o outro uma bosta, o Tom Cruise é um cabrão, a chavala que levou ao cinema era parva, ainda por cima estava à rasca para mijar, o outro filme era tão chato que fazia doer o cu, ...
ResponderEliminarEpá você é mesmo um gajo cool, muita fixe e baril pá. E esses americanismos de isto ser gay e aquilo ser super-gay ficam muita nice, meu.
Continua na onda, que este blog, juntamente com alguns comentários que aqui se escrevem, está quase a descer ao nível da sarjeta.
Obrigado. Só posso concluir que continua a vir aqui porque é masoquista. Ou parvo.
ResponderEliminarCumprimentos.
Meus amigos, isto sao as 10 maiores banhadas cinematograficas da vida do Leocardo e nao as minhas ou as suas...todos nos temos opinioes diferentes em questoes cinema e duvido que cada um de nos tenha visto todos os filmes existentes...ou pelo menos lembro-me de um filme Japones do Akira Kurosawa (se nao me engano) "O Senhor da Guerra" que a meio nao aguentei mais...e muitos outros filmes...nao acho que o Top Gun seja filme Gay, mas concordo que e um filme banal...o Rambo, seja qual for sao todos uma bosta, mas da para passar o tempo, como o Titanic ou o ultimo King Kong...enfim...gostos nao se discutem....eu nessa altura adorava ver filmes do trinita, dos 4 malucos, Louis de Funes, A turma dos repetentes, Gelado Limao...enfim...
ResponderEliminarObrigado ao último anónimo. Pelo menos há alguém que percebe.
ResponderEliminarComo o anónimo das 6:03 discordo do Drácula e do Paciente Inglêso Primeiro excelente e o segundo uma maravilha.
ResponderEliminarpelos vistos o problema nao eram os filmes mas as miudas que iam contigo, se houvesse uma que te esgalhasse o palhaco o filme inteiro, todos seriam super interessantes :)
ResponderEliminare' conversa mole , cara
O que te fez doer o cu foi o caralho do teu namorado. Rabeta!
ResponderEliminarSuspeito que a gaja que o Leocardo levou ao cinema chama-se Manel... ou então uma daquelas tailandesas de chicote, que sao muito apreciadas pelo "panilas" do Leocardo. Saia já do armário seu roto da merda!
ResponderEliminareu também tenho essa ideia deste gajo,porque não vais a clube video e alugas o cão gay,orgias com cavalos ou orgias gay.
ResponderEliminarnão passas dum merdoso em algumas das tuas criticas.
Vai-te foder, benaventino do caralho. Todos os benaventinos que conheço são fanchonas.
ResponderEliminar