quarta-feira, 14 de outubro de 2009
E eu sou Capricórnio, muito prazer
A nova polémica dos homossexuais no exércio norte-americano dá que pensar. Antes podiam, como qualquer outra pessoa, entrar no exército desde que não manifestassem a sua orientação sexual. Agora exigem que possam entrar no exército como homossexuais assumidos. É uma versão mais a sério do “In the navy”, dos Village People. Ou será uma estratégia de marketing? Para quem estiver “interessado”? Além disso sempre pensei que o exército seria o último sítio onde um homossexual gostaria de passar uma boa temporada. Quer dizer, o barulho, a poeira, o trabalho pesado...ainda se arriscam a partir uma unha, enfim.
O que mais me faz confusão é que os heterossexuais, por exemplo, nunca precisaram de se assumir. Nem os bissexuais, nem ninguém. A orientação sexual ainda não figura de nenhum requisito para entrada no exército ou em qualquer outra instituição ou carreira. A orientação sexual de cada um é um assunto privado, e ninguém tem nada a ver com isso. Mas já nos vamos habituando às manifestações de indignação dos homossexuais, que curiosamente vão-se manifestando mais nos países onde os seus “direitos” são reconhecidos. Quem já viu paradas do orgulho gay nas ruas de Pequim, Teerão ou Riade, onde nem lhes é concedido o direito à existência?
Mas reparem que coloquei “direitos” entre aspas. E porquê? Na verdade os homossexuais, que não são nenhum tipo de deficiente ou cidadão diminuído, usufruem dos mesmos direitos de toda a gente, nos países considerados minimamente democráticos: o direito à saúde, à educação, a votar e a ser eleitos, e até a casar, com a pequena diferença que têm que o fazer com pessoas de sexo oposto. Deram-lhes as uniões civis, que lhes garantem igualdade perante os restantes casais, mas não chega. O sonho que comanda a vida passa por entrar ali igreja adentro, de véu e grinalda, e fazer a paz com o senhor. Mesmo a adopção, que ainda não lhes é permitida, conseguem-no através de subterfúgios.
A questão não é se lhes são concedidos mais ou menos direitos, ou se me preocupa o avanço do lobby gay (sim, é um lobby, presente em muitos mais sectores da sociedade do que se pensa). O problema é que não me interessa se A ou B são homossexuais, bissexuais ou se preferem a bestialidade. Estou-me nas tintas para a sexualidade dos outros, só me interessa a minha, e a minha não interessa a mais ninguém. Só faltava um dia ter que me apresentar por “Leocardo, heterossexual”, só porque os espalhafatosos dos homossexuais querem “assumir”, e o resto da malta vai precisar de se demarcar. Portanto expliquem lá, que ainda não percebi: que direitos são esses, exactamente?
O pior são os que apontam o dedo a quem não está para aturar esta palhaçada, e que chamam de “homófobos”. Antes a homofobia era um termo exclusivo para designar quem rejeitava a homossexualidade e os homossexuais, ou os tratava ao pontapé e à pedrada. Hoje considera-se “homófobo” quem não aceita a paneleirice em todo o seu esplendor. O mais engraçado é que estas pessoas são hipócritas. Quando dizem que fulano e sicrano “são um casal normal”, estão a descriminar mais do que um homófobo propriamente dito. Porque não havia de ser normal? E alguém perguntou alguma coisa? Outros orgulham-se de dizer que “têm amigos homossexuais”. Eu por exemplo, tenho amigos. Os que são casados, assumo que sejam heterossexuais (ou bi, depende), e os outros realmente não sei. Nem me interessa. Porque havia de interessar?
No outro dia convidaram duas lésbicas para um programa de rádio de Hong Kong, em antena aberta, que iam responder “a qualquer pergunta” dos ouvintes. Um ouvinte perguntou “como elas faziam”, ao que uma delas retorquiu: “o senhor perguntaria a um homem e uma mulher como eles fazem?”. Pode ser que haja quem bata palmas, mas esta resposta é, no mínimo, parva. Toda a gente sabe como fazem um homem e uma mulher, mas ninguém é obrigado a saber que as lésbicas andam à tesourada umas com as outras. Se era para não responder, podiam ter ficado em casa. Num programa destinado a “derrubar barreiras”, a combater o preconceito, as meninas respondem a todas as perguntas, menos as que realmente interessam.
Vivemos num tempo tão fechado, em que tanto se fala da protecção dos dados, da informação pessoal, da privacidade do indivíduo, e por outro lado temos um grupo que faz um festim em nome daquilo que mais é de privado: a sexualidade. Querem ser “respeitados” como homossexuais que são, mas não querem ser tratados como homossexuais. É realmente complicado. Fazem lembrar as feministas radicais, que querem fazer os mesmos trabalhos que os homens, mas não querem trabalhar duro porque isso é “pouco feminino”. Se alguém chegar um dia ao pé de mim e me disser “sou homossexual”, eu respondo: “e eu Capricórnio, muito prazer”.
Boa posta, caro Leocardo.
ResponderEliminarO meu comentário está no meu nome.
ResponderEliminarLeocardo, com tanta palestra dedicada à picolhice, fiquei com a ideia que você até gosta da rapaziada que faz do anus a vagina dele(a)s!
ResponderEliminarora ai esta' os paneleiros andam a aproveitar o politicamente correto das sociedades para se mostrarem (tipo fashion) ou seja ninguem chama boi aos bois e eles aproveitam.
ResponderEliminardeviam ser todos mortos e enterrados de pe' que e' para nao ocuparem muito espaco.
P.s. concordo consigo Leorcado excepto numa coisa, eu acho que e' deficiência sim porque e' contrario 'as leis da vida...mas e' somente a minha opiniao
Gostei Leocardo.
ResponderEliminarO que eu mais gosto é das paradas gay.
É de um ridículo impressionante!
Estou farto de desafiar colegas, homens, para fazer uma parada hetero.
Ia a malta toda aos berros "Gosto de gajas!!".
É idiota, não é?
Então porque é que não há-de ser idiota fazer uma parada para se dizer que se é gay??
Puro exibicionismo!
Eu é que sou acusado de exibicionismo quando calha em conversa e digo o quanto gosto de mulheres. E suponho que sou acusado de exibicionismo pelos mesmos que acham normais as paradas gay. Tal como o comentador que se auto-intitula Séc. XXI não se cansa de dizer, vivemos num século de idiotas.
ResponderEliminarVia Fiel Inimigo
ResponderEliminarA ler a entrevista a Álvaro Pombo, um escritor septuagenário homossexual assumido, na Ípsilon.
«Atravessamos um momento tonto e fútil. Pior: nalguns casos o orgulho da afirmação faz-se pela agressividade e pela vitimização artificial de cada homossexual. [...] Está-se a viver um momento muito esquerdista militante, muito barulhento e a reflexão que proponho acham-na desmobilizadora. Não se pode fazer uma apologia absoluta da homossexualidade, nem de quase nada na vida. [...] Entendamo-nos: a homossexualidade é um assunto de minorias. Somos uma anomalia estatística e não há forma de dar a volta a esta realidade. E é uma minoria com problemas específicos. [...] Acrescente-se ainda o facto de que quando dois homossexuais decidem viver juntos o que prevalece ao longo do tempo é um projecto de companheirismo mútuo e onde as questões eróticas, sexuais muitas vezes não conseguem ser formatadas e a fidelidade assegurada. Neste sentido o casamento homossexual pode ser algo contra-natura. [...] Eu sou um homem de esquerda, crente e que sempre votei à esquerda. O problema é que em Espanha actualmente tudo tem que ter rótulos, etiquetas e estar arrumado em certezas e dogmas. Esquecem-se que sempre fui um defensor dos direitos cívicos da minoria a que pertenço. Mas não embarco em folclores.»
Obrigado a todos. Um abraço.
ResponderEliminarAnónimo das 5.35: obrigado pelo contributo importante de Álvaro Pombo que aqui deixa, para que se perceba a diferença entre um homossexual e um panascazito qualquer. Se calhar é um problema geracional: dantes havia homossexuais, agora só há panascas e apoiantes de panascas (que não são mais que recalcados cujo sonho também era ser panasca). Mais vale um septuagenário homossexual do que meia dúzia de paneleiros modernaços e seus amigos recalcados, está mais que visto.
ResponderEliminarFuoda-se, não tarda pouco fazem uma parada gay no Bairro do Oriente, com o Leocardo à cabeça, visto o nome ser bem rotalhaço!
ResponderEliminarNada de ordinarices. Seu porco (14:58).
ResponderEliminarUma coisa parece ser: O amigo Leocardo embora heterossexual, e faz muito bem, sente-se, no entanto, fascinado pelo mundo gay. Doutro modo não colocaria tantos postes sobre o assunto.
Porco é voce 7:56, porque eu lavo-me todos os dias! Quanto ao Leocardo, acho que devia assumir a sua homosexualidade, tantas são as evidencias!
ResponderEliminar"Tantos posts"? Está a brincar? Então a imprensa está cheia de homossexuais. Nos jornais usam todos saia, e não há dia que não se ale do lobby gay e dos seus piqueniques. Devo ter falado do assunto o quê? Umas três ou quatro vezes em dois anos? Enfim...
ResponderEliminarCumprimentos.
Para o porco:
ResponderEliminarVocê é porco na língua (9:36). Eu também me lavo todos os dias e, segundo o seu pensamento, eu não sou porco.
Para o Leocardinho: Só 3 ou 4 vezes em 2 anos!!! Deixa-me rir. OK. A partir de agora vou contá-las