sábado, 26 de setembro de 2009
Os blogues dos outros
A angústia do xis no papel, dá origem a uma crónica simplesmente fabulosa do Comendador no Expresso (aqui http://impresa.newspaperdirect.com/epaper/viewer.aspx).
Imaginem o que acontecerá ao nosso Comendador quando for informado que, em Macau, essa angústia não existe?
Qual angústia antes de pôr o xis no papel?
A gente, em Macau, carimbamos a coisa, salvo seja!
E, quando a malta não se esquece, até temos alguém a fazer Enter antes de irmos para a cabina de voto!
Meu caro Comendador, esta é a era da informática, do Blogger, do Twitter, do Facebook,....e do carimbo, está bem de ver.
Angústia antes de pôr o xis no papel?
Em que época é que esta gente vive?
Só faltava dizerem-me que ainda usam cartão de eleitor.....
Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente
Segundo o South China Morning Post, as receitas do sector do jogo nos primeiros 20 dias de Setembro ascenderam a 7,445 mil milhões de patacas, o que representa um crescimento de 60% em relação ao ano transacto. Tendo em conta as receitas recorde de Agosto e o levantamento das restrições à emissão de vistos para os residentes de Guangdong, é de prever uma nova bolha de crescimento dos lucros para os casinos da RAEM. A economia e os residentes do território agradecem pois a famigerada diversificação por enquanto não passa de uma miragem
El Comandante, Hotel Macau
Que dizer da Dra. Manuela? É penoso pois não se diz mal do nosso clube de estimação, salvo em tempo de eleições internas. Pelo menos é a praxe. Que ela é esforçada é; que faz milagres como as rosas no regaço da Rainha de Portugal, ah isso faz. O problema é que a Dra. Manuela anda sózinha e os barões do seu partido andam um bocado para o escondido. Depois o Dr. Pacheco Pereira que é um figurão convence pouca gente e cada vez que abre a boca, a Dra. Manuela leva um tiro no pé, na anca e não sei onde mais. Ninguém o manda calar, mas ao menos podiam mandá-lo cortar o cabelo e acertar a barba. É pá, aquilo já não se usa. Sabemos que o homem já foi esquerdista mas já chega, pá! Caiamos na real.
Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho
A fazer fé nas últimas sondagens, o PS está apenas a 2 pontos percentuais de nova maioria absoluta. Se, por um lado, é verdade que os eleitores perceberam que o BE não pode valer 10% dos votantes; por outro, surge uma dúvida pertinente: então os tugas querem dar mais 4 anos de boa vida ao engenheiro que não o é? A explicação não é assim tão complexa quanto se poderia ser levado a pensar por uma análise mais ligeira: o Benfica está a ganhar e a dar espectáculo! E, até aposto!, se o Braga escorregar em Olhão (hoje), se o FCP empatar com o SCP e se os encarnados vencerem o Leixões (jogos que se realizam no Sábado), então Sócrates pode encomendar o champagne com um dia de antecedência. Portugal mudou tão pouco e a análise política continua a ser tão simples.
VICI, MACA(U)quices
Os portugueses gostam dos chefes, sobretudo daqueles que não abandonam o campo de batalha em vésperas do encontro decisivo. Ao contrário de Cavaco, que deixou o comando a Nogueira quando as fileiras começavam a abrir brechas; ao contrário de Guterres que não queria ir a votos e empandeirou o posto a Ferro Rodrigues como se de uma cadeira de lona se tratasse, Sócrates tem um estômago de couro e uma cabeça blindada. Nunca ninguém foi tão insultado, acusado de ditador, objecto de averiguações e de caricaturas que Pinto de Sousa. É um erro, mas aconteceu. Se olharmos para o passado remoto, da monarquia liberal ao salazarismo, verificamos que é nos mais insultados e caricaturados que população se revê. Salazar poderia ter ganho eleição sobre eleição democrática se o tivesse compreendido. Afinal, gostar do poder afiança segurança psicológica àqueles que não o têm. Se Sócrates gosta desse afrodisíaco, se não quer distribuir responsabilidades e diz que tem as alvas de luz imortal ao alcance da [sua/dele] vista e as roxas névoas despedaçam e quase já doira o sol de Portugal, porque razão irá o português votar numa senhora que só promete sangue, suor e lágrimas ?
Miguel Castelo-Branco, Combustões
Tenho para mim que as sondagens são só um instrumento de percepção. Atribuir-lhes o valor que não têm para poder, por exemplo, afirmar que uma vez projectada (nas sondagens) a vitória a um grande Partido da Esquerda já permite não votar nele mas sim noutro para garantir pressão à esquerda numa futura legislatura, pode ser uma falácia com efeitos surpreendentes. Vale o que os cidadãos eleitores depositarem nas urnas e isto não inclui os jogos mentais. Só será contabilizado aquilo que é para contabilizar, isto é, a evidência escolhida. As últimas sondagens trouxeram-nos surpresas. Nestas eleições, quem não quiser ser surpreendido, não se fie nos votos dos outros porque o fio é curto e protestar não basta.
Luís Novaes Tito, A Barbearia do Senhor Luís
A greve dos pilotos da TAP tem provocado um prejuízo sem precedentes à companhia de bandeira portuguesa. Os pilotos podem ter cativado a opinião pública quando fizeram transparecer que as suas condições de trabalho eram degradantes. Todavia, a maioria do povo desconhece que muitos dos 800 pilotos tirou o curso na Força Aérea e não gastou um euro na sua formação. Passados uns aninhos "transferiram-se" para a TAP e começaram a conhecer o mundo. Alguns deles entraram para o areópago dos negócios porque a sua carreira proporciona as maiores facilidades para o efeito, e cala-te boca. Para esclarecimento geral, falta acrescentar que a TAP conta nos seus quadros com 800 pilotos que ganham um salário médio bruto na ordem dos 8.600 euros, que subiria em mais mil euros face ao aumento de nove por cento exigido pelo Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC).Desde quando é que alguém vive mal neste mundo com um salário mensal de 8.600 euros? E os pilotos de helicópteros, de barcos, de comboios e de metropolitanos, também não arriscam a vida a todo o momento? E quanto ganham?
João Severino, Pau Para Toda a Obra
O suporte factual da propalada «asfixia democrática» é tão inconsistente como a inventona dos pregos protagonizada por Ângelo Correia, quando foi ministro da Administração Interna, no início dos anos oitenta. O «caso Fernando Lima» fez essa demonstração. O Presidente da República compreendeu e agiu. O tempo político não era o indicado, mas a gravidade da situação exigiu-lhe intervenção imediata.
Tomás Vasques, Hoje há Conquilhas, Amanhã não Sabemos
Em noites eleitorais, há sempre quatro partidos que se proclamam vencedores e um que serve de patinho feio, por não ter argumentos para cantar vitória. Normalmente esse papel cabe ao CDS ou à CDU.
Deixo aqui a minha opinião sobre o que será uma vitória para cada um dos partidos:
PS - Vencer as eleições com mais de 35% e com possibilidade de fazer coligação, ou estabelecer acordos, à esquerda e à direita.
PSD - Vencer as eleições.
CDU - Manter a votação das últimas legislativas e garantir, no mínimo, o mesmo número de deputados.
BE - Aumentar a votação em relação às últimas legislativas e conquistar mais lugares de deputados
CDS - Aumentar a votação e conquistar mais deputados do que em 2005.
Carlos Barbosa de Oliveira, Delito de Opinião
Há quem considere desnecessário e paternalista a existência do dia de reflexão . É possível que tenham razão. Mas eu gosto do dia de reflexão. Evita manobras de última hora como houve tantas nesta campanha até ontem- e não estou a falar do anúncio unilateral da vinda do Papa a Portugal- e empresta uma solenidade ao acto eleitoral que de outra maneira se banalizaria. Até na minha vida particular ponho-me a considerar o que devia ter feito e não fiz, ou o que fiz e não devia ter feito. Sobretudo preparo-me para o que der e vier.E penso que como eu, muitos cidadãos.O voto, esse já o defini há muito. Mas pode haver quem ainda não e precise de calma para dar um sentido a este.
José Medeiros Ferreira, Bicho Carpinteiro
Em 2005, um Ministro da Saúde chamou a atenção que médicos e enfermeiros que lidam directamente com doentes deveriam lavar as mãos frequentemente. Caiu o Carmo e a Trindade. A semana passada alguém resolver pôr em pratos limpos a canalhice pela qual médicos e enfermeiros vestidos com as mesmíssimas batas com que atendem todo o tipo de doentes, passeavam pelo centro comercial situado junto ao (salvo erro) Hospital de S. António no Porto. Uma câmara escondida ‘passeou-se’ pelo centro comercial onde médicos e enfermeiros coçavam o cu pelas paredes. A resposta dos crânios do hospital não se fez esperar: proibiram os funcionários de deambularem de bata pelos arredores do hospital. De fonte segura sei de cirurgiões que abandonam o bloco operatório para vir fumar a passa à janela e, apagada a beata, entram e pegam o bisturi.
Range-o-Dente, Fiel Inimigo
A visita de Bento XVI a Fátima, no próximo mês de Maio, devia ser assunto relativo à Igreja católica e não matéria do Estado português. Num Estado laico o Papa é apenas o chefe de Estado do Vaticano, a única teocracia europeia, criada por Benito Moussolini com os célebres acordos de Latrão. Que o católico Cavaco Silva, na ânsia das fotos com ex-Prefeito do ex-Santo Ofício, se regozije, é o direito que a liberdade religiosa lhe garante. Que o chefe de Estado de um País laico exulte com a visita do chefe do único Estado não democrático da Europa, já é motivo de azedume para muitos portugueses. A própria Conferência Episcopal não gostou do anúncio da visita durante a campanha eleitoral face aos resultados que se prevêem e ao desgaste que o PR sofreu com a sua desastrada participação. O Papa vem a Fátima, à semelhança dos antecessores, porque é um dos santuários mais rentáveis da Igreja católica mas é lamentável que – como diz o bispo Carlos Azeredo – se trate «de uma visita de profundo significado, também por ser o centenário da implantação da República». Todos sabemos que Fátima foi o instrumento da propaganda contra a República e contra o comunismo e que os milagres tentados noutros locais do país, acabaram adjudicados numa região onde a religiosidade e o analfabetismo os facilitava. As cambalhotas do Sol, as deambulações da Virgem pelas azinheiras e a aterragem do anjo no anjódromo da Cova da Iria são milagres para quem tem o dom da fé mas não passam de embustes para quem não aceita afirmações sem provas. Associar a visita do Papa ao Centenário da República é um insulto às instituições e uma intromissão clerical provocatória numa data relevante da História. O clero nunca deixou de conspirar contra a República até à ditadura com a qual se mancomunou. O Presidente da República precisa de um assessor cultural para evitar que a ofensiva clerical regresse.
Carlos Esperança, Diário Ateísta
Irão os Xutos tocar a música do ”engenheiro” no concerto do Restelo?
Carlos Loureiro, Blasfémias
Febre, tosse, espirros. É quando estou assim em plena asfixia respiratória que percebo que a asfixia democrática é bem menos dolorosa.
João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária
Com mais uma goleada do Benfica e a ida do Papa a Portugal, já não resta dúvidas de que o pseudo-engenheiro ganha de novo as eleições e que se chega a perfilar a hipótese da maioria absoluta. Em democracia, cada povo tem aquilo que merece, e os portugueses não merecem melhor do que isto. E sabem-no muito bem.
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