sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Os blogues dos outros


Não há pachorra para aqueles que no caminho para as ruínas nos tentam impingir aquelas inenarráveis carnes secas e bolos manhosos, quase nos atropelando. Confesso que por vezes sinto vontade de mandar aqueles tabuleiros pelos ares.

El Comandante, Hotel Macau

"Nós não fazemos esse tipo de negociação com os portugueses desde 1822", afirmou, esta quinta-feira, o dirigente João Paulo Jesus Lopes, director de futebol do São Paulo, sobre o alegado interesse do Sporting no jogador Hugo, pela soma de quinhentos mil euros. No fundo, voltou a uma tecla bem batida de uma certa ala pseudo-elitista do Brasil: a exploração portuguesa. Despropositado, ofensivo e, acima de tudo, idiota. O gajo, a ver pelo nome que ostenta, deve ser concerteza descendente dos índios da Amazónia. Que se insurja também contra a actual prostituição económica a favor de americanos e espanhóis. São questões mais actuais e bem mais a propósito. Mas não se lhe pode pedir tanto.

VICI, MACA(U)quices

Aproveito dois dias de Sol e perco a cabeça. Faço-me sócia por um mês de um clube onde há piscina, sauna e jacuzzi. Duas piscinas, coberta e não coberta, e um bocadinho de sol e lá estou eu feliz a pensar que afinal o verão em Pequim também é verão. Estava mesmo com saudades de nadar. Amanhã prevê-se bom tempo de novo na capital e lá estarei eu às dez da manhã... Espero não apanhar aquelas desilusões da manhã chinesa quando olhamos pela janela e só conseguimos ver cinzento. Amanhã diz "Céu Limpo". Lá estarei cedo a ver se ainda há uma cadeirinha para me estender ao sol e apanhar energia.

Maria João Belchior, China em Reportagem

Como prometido, o 31 da Armada foi devolver a bandeira de LIsboa à Câmara Municipal, lavada e engomada na "5 a Sec". Dirigimo-nos à recepção da Câmara, onde anunciámos o nosso propósito. Disseram-nos para aguardar, o que fizémos. Vieram as autoridades, PSP, chamadas pela autarquia, apreenderam a bandeira e seguiram-se os procedimentos que as autoridades considerararm apropriados. Missões cumpridas: O 31 da Armada entregou a bandeira, como devia. A autarquia agiu como entendeu dever agir. As autoridades cumpriram aquilo para que foram chamadas . A "5 a Sec" deixou a bandeira impecável.

Henrique Burnay, 31 da Armada

Resisti a pronunciar-me sobre o "não caso" 31 da Armada. Os desenvolvimentos recentes, porém, obrigam-me a dedicar-lhe um post. Começo por fazer um “rewind” para dizer que me fartei de rir com a situação e congratulei-me pelo facto de ainda haver jovens irreverentes capazes de praticar actos que, embora nada tenham de revolucionário, nem pretendam ser mais do que um “sketch” para captar audiências, revelam ousadia e inconformismo perante o panorama cinzentão que, diariamente, nos é oferecido neste país de acomodados. Os “Gato Fedorento”, ou os “Contemporâneos”, talvez estejam a esta hora a lamentar não se terem lembrado de algo semelhante. Já agora a JSD poderia pedir a colaboração desta malta para fazer uns vídeos, porque o que por aí anda a circular na Net , para além de ser de um enorme mau gosto, cheira a bafio de Estado Novo que tresanda. Como é que há jovens tão velhos? Posto isto, vamos ao que interessa… Os rapazes decidiram, posteriormente, devolver a bandeira à CML. Pareceu-me uma atitude mais provocatória do que de boas maneiras, mas talvez me engane, pois pode ter sido aconselhada por alguém que previu as consequências de uma apropriação ilegítima da bandeira da cidade. Entre brincadeira e furto, vai uma grande distância. A razão que me levou a escrever sobre o assunto, está relacionada com os pedidos de benevolência que começaram a surgir em alguns sectores. Obviamente que ninguém espera (ou deseja, suponho…) que os rapazes sejam presos, mas tenho a impressão que algumas das vozes que reclamam “solidariedade” com os 31, seriam as primeiras a pedir que a justiça fosse aplicada, no caso de um grupo de jovens do Partido Comunista revelar a mesma audácia ( coisa que considero manifestamente improvável) e hastear, nos Paços do Concelho, uma bandeira da Internacional. Num ápice passariam da complacência, às reacções inflamadas perante o ultraje. E já agora, também seria engraçado ver as reacções, se por acaso a PJ decidisse passar uma esponja sobre o assunto. A PJ deve cumprir as suas obrigações e agir em conformidade com a Lei, mesmo em situações em que o furto nos faz apenas sorrir.Desculpem, se me enganei…

Carlos Barbosa de Oliveira, Delito de Opinião

A pontapés e pauladas um grupo de simpatizes do regime do presidente Hugo Chávez agrediu, esta quinta-feira, três dezenas de jornalistas, entre eles mulheres, ocasionando 12 feridos, oito deles gravemente. Os jornalistas distribuíam panfletos contra um dos artigos da nova Lei Orgânica de Educação - actualmente em debate no parlamento - que, dizem, atenta contra a liberdade de expressão. «Temos 12 companheiros lesionados, oito gravemente (...) as nossas únicas armas eram uns panfletos explicando que se restringirem a liberdade de expressão não poderemos denunciar os problemas das comunidades», explicou a jornalista Maria Alejandra Monágas. Os jornalistas feridos pertencem à Cadena Capriles, empresa venezuelana detentora do Últimas Notícias, o jornal de maior tiragem no país, muitas vezes acusado pela oposição de simpatizar com o regime do presidente Hugo Chávez. É também proprietária dos jornais El Mundo e Líder, a revista dominical e do portal digital cadenaglobal.com. É triste como tudo isto faz lembrar o PREC, o major Otelo Saraiva Carvalho, o Dinis do Ralis, o PCP e os Comités de Trabalhadores da margem sul. Trauliteiros e arruaceiros os comunistas não sabem estar em democracia; usam até aos limites os seus argumentos e esmagam, pressionam, chantageiam os que não alinham com eles para tudo tornarem uma tábua raza. Onde possam plantar o novo homem dos gulags e dos campos de trabalho. Quando Chavez conseguir modificar a Constituição para fazer um terceiro mandato presidencial teremos na Venezuela uma nova Cuba, a ferro e a fogo. Depois, de acordo com a teoria do dominó, cairão os regimes do Equador, do Peru, da Nicarágua e da Bolívia. Das Honduras não sabemos, a menos que o cowboy das vacas consiga levar adiante os seus planos de desestabilização nacional. Como dizia o outro é tudo canalhada da esquerda. Os métodos são os mesmos; a imbecilidade igual. Mas há uma lição a tirar: já começaram pelos jornais pró-regime, o que não acontecerá quando forem os da oposição. Recordo uma afirmação de Thomas Jefferson: Every government degenerates when trusted to the rulers of the people alone. The people themselves are its only safe depositories.

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

Este governo socretino enlouqueceu e não há Júlio de Matos que chegue para o internar. 40 médicos cubanos foram contratados para realizar serviço no Alentejo e Algarve. Coitados dos alentejanos e algarvios. Em vez de serem dadas melhores condições aos médicos portugueses opta-se pela contratação de clínicos cubanos. No lugar de serem melhoradas as condições dos estudantes de Medicina opta-se por contratar quem sabe menos que os nossos alunos do 4º ano. Conto-vos um caso: Em 2006 estava em Timor-Leste. Fui consultado por um médico cubano. Ia morrendo...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Por estranho que pareça eu concordo com a afirmação de Luís Fazenda no seu cartaz de propaganda eleitoral de que “Lisboa não é negócio”. De facto, com um mercado de arrendamento e imobiliário completamente disfuncional e “estatizado”, Lisboa é um péssimo negócio. É isso que comprova um passeio atento pelo centro da cidade: o espectáculo revela-nos um cenário desolador, de desertificação, ruína e desleixo. E é quase sempre deprimente entrar num prédio habitacional que ainda tenha inquilinos: mesmo que a fachada esteja razoável, as escadas e patamares são escuras e sujas, a porta da rua mal se fecha e a segurança é precária. Um mau negócio, portanto. O cartaz deste candidato à Câmara Municipal de Lisboa revela muito mais do que parece sobre a matriz comunista do do bloco de esquerda, ao relacionar o termo negócio a algo perverso e maligno. Assim se acicatam os sentimentos mais básicos, como a inveja e de quem tem para com quem não tem. Etimologicamente a palavra "negócio" deriva do latim neg-otiu; negação do ócio (latim otiu), enfim falamos de trabalho, um valor inestético à esquerda mas que constitui a única redenção possível de qualquer nação. Por bons negócios almejamos todos e oxalá Lisboa fosse um bom negócio...

João Távora, Corta-Fitas

A sofreguidão mediática, com a pátria a banhos, entrou em euforia com o acto anódino do roubo da bandeira da Câmara Municipal de Lisboa e a permuta pela que simboliza a monarquia, que se esgotou antes de se ter extinguido a família real. É interessante apreciar o alarido que a delinquência de diminuta gravidade provocou nas comunicação social, fazendo do pequeno delito notícia e, dos marginais, heróis. Até o Sr. Duarte Pio, alegado descendente do Sr. D. João VI, como se o matrimónio de D. Carlota Joaquina provasse qualquer paternidade, ficou feliz, julgando-se rei por uma noite. Vale mais ser rei uma só noite do que parvo toda a vida, como diz o adágio ou, se não é bem assim, deve ser parecido ou merecia ser. O senhor Duarte Pio é entendido em solípedes e já escreveu um opúsculo sobre cavalos que se ajoelhavam, no caso os de D. Nuno Álvares Pereira que acharam Fátima antes da Virgem e mostraram aí os cascos em genuflexões pias antes de os peregrinos mostrarem os sapatos rotos a viajarem de joelhos à volta da capela das alegadas aparições. Ganhou, com esse opúsculo, a estima de alguns beatos e o gozo de muitos cidadãos escorreitos. Vem nas gazetas que o Sr. Duarte Pio elogiou a bandeira que «restaurou» a monarquia e exultou com a façanha dos seus dedicados vassalos, provando que acredita tomar Lisboa à frente de um exército de três delinquentes juvenis, libertando-a da vil República. Com um plano tão elaborado, é mais fácil esbarrar com um hospício do que encontrar o caminho do paço e, com vassalos deste calibre, arrisca-se a acabar na esquadra do bairro sem tempo de regressar à Áustria. E sempre é uma vergonha, para quem espera ter uma coroa, acabar com as algibeiras revistadas e sem os atacadores dos sapatos.

Carlos Esperança, Diário Ateísta

Porque é que os homens precisam das mulheres?
Porque elas precisam de um termo de comparação.


João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

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