quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Morreu Ted Kennedy


Morreu ontem Edward Moore "Ted" Kennedy, político norte-americano, irmão do ex-presidente John F. Kennedy e de Robert Kennedy, ambos assassinados nos anos 60. Era o mais novo dos filhos de Joseph P. Kennedy, um ex-embaixador americano de origem irlandesa. Oriundo de uma família rica, Ted formou-se em Direito na Universidade Harvard, em 1956, tendo sido anteriormente expulso da mesma universidade por fraudar exames. Seu primeiro mandato na câmara baixa foi obtido após o adiamento de eleições, o que permitiu que tivesse a idade mínima necessária para o cargo, gerando acusações de favorecimentos.

Integrante da mais destacada dinastia política dos Estados Unidos, Ted concentrou tanto defeitos como virtudes da família. Tendo um irmão que chegou à presidência, John Kennedy (assassinado durante o mandato em 1963), e outro, Robert Kennedy, que disputava a indicação para o cargo ao ser assassinado, em 1968, esperava-se que Ted se candidatasse ao posto, mas não teve ambição suficiente. Contribuiu também para frear suas pretensões políticas a morte, em Julho de 1969, de uma ex-secretária devido a um acidente automobilístico em que Ted dirigia um carro que caiu na água, mas conseguiu salvar-se, ao mesmo tempo em que não prestou nem pediu socorro para sua acompanhante, que teria morrido horas depois afogada. Ted assumiu a culpa mas declarou-se em estado de choque, sendo condenado a dois meses de prisão condicional, ao mesmo tempo em que nunca houve maiores investigações sobre a veracidade de sua versão. Muitos anos mais tarde, por ocasião da eleição presidencial de 1980, tentou finalmente uma indicação no Partido Democrata, mas perdeu para o candidato à reeleição, Jimmy Carter.

Voltou-se, então, para a defesa de causas liberais, apoiando, mesmo sendo de família católica, o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Também foi um defensor de direitos dos imigrantes e do controle de armas. No âmbito externo, condenou a ditadura militar do general chileno Augusto Pinochet, o regime de apartheid na África do Sul, a guerra do Vietname e a guerra do Iraque, além de participar de esforços de paz na Irlanda do Norte. Em 2006, a revista Time o citou como um dos dez melhores senadores americanos, devido a todo seu histórico. Para muitos analistas, seu legado em décadas de lutas legislativas foi mais profícuo que o deixado por seus irmãos.

Representou em 20 de Janeiro de 2009 os Kennedy na posse de Barack Obama, estando em cadeira de rodas devido a uma cirugia a que se submeteu. Morreu ontem depois de uma longa batalha contra o cancro.

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