sexta-feira, 17 de julho de 2009
Sem extremos é que é bom
Alberto João Jardim está novamente no centro de uma polémica. O presidente do Governo Regional da Madeira quer quer rever a Constituição e proibir o comunismo em Portugal. O Presidente do Governo Regional da Madeira vai avançar na próxima semana, no Parlamento Regional, com a proposta de revisão onde se pode ler que a "democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias totalitárias e autoritárias" dando dois exemplos: o fascismo e o comunismo. E tem toda a razão. Tem razão quando diz que dez milhões de portugueses não têm uma palavra a dizer quanto a alterações na constituição, enquanto esta pode ser alterada por meia dúzia de iluminados. Isto adultera a democracia. E tem razão quanto a todo o resto. Só que ao que parece a ênfase da notícia foi no "comunismo". É claro que a constituição devia proibir todos os regimes totalitários. Se isto inclui o PCP não sei, pois na verdade os comunistas portugueses não têm nem tiveram (tirando um curto período em 1975 que serviu de lição da História) oportunidade para implementar no país políticas verdadeiramente socialistas. Como disse o próprio Alberto João, o PCP aceita a democracia parlamentar, portanto a carapuça não lhes devia servir. A constituição devia proibir, por exemplo, o PNR (Partido Nacional Renovador), que defende uma ideologia de extrema-direita, portanto fascista. É curioso que o PCP já se tenha manifestado mas o PNR não, e que há quem aplauda a proposta de Alberto João como se isso não tivesse nada a ver directamente com eles. Sem extrema-esquerda e sem extrema-direita, enfim, sem extremos. É assim que devia ser.
E é assim que devia ser porquê? A vossa ideia de democracia é muito limitada. O voto deve ser universal, mas só podem ir a votos aqueles que nós queremos. Numa verdadeira democracia, não se proíbe ninguém de ir a votos. Numa verdadeira democracia, derrota-se pelo voto aqueles de quem não gostamos. Mas há coisas que os auto-proclamados democratas nunca hão-de perceber sobre a sua tão querida democracia.
ResponderEliminarP.S.: Alberto João Jardim tem razão uma vez mais. Os partidos de extrema-direita não deviam ser proibidos pela Constituição. Mas, já que o são, faz todo o sentido que os de extrema-esquerda também o sejam. Os pseudo-democratas já andam a pedir uma vez mais a cabeça de Alberto João Jardim numa bandeja. Felizmente, quem elege os seus governantes são os próprios madeirenses. O resto não passa de dor de cotovelo continental.
Desde quando é que os partidos de extrema-direita são proibidos pela constituição? E o PNR? Só porque quase ninguém vota neles não contam?
ResponderEliminarO PNR teve de se disfarçar de democrata para poder ir a votos. A Constituição proíbe partidos fascistas, sim, só que há maneira de dar-lhe a volta. E os mesmos "democratas" que concordam com a Constituição são os que gostariam que o Presidente da República se metesse naquilo que não deve e arranjasse maneira de destituir Alberto João Jardim, eleito sempre com maioria pelos madeirenses. É este o sentimento "democrático" dessa gente.
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