domingo, 24 de maio de 2009
Anjos e demónios
“Angels & Demons” é o novo filme baseado no romance homónimo de Dan Brown. A produção do filme indicava mais uma dor de cabeça para o Vaticano, depois de “Da Vinci Code”, um filme considerado “herege”, ter saído há quatro anos na sequência do também polémico livro de Dan Brown, de 2003. Em “Angels & Demons” – escrito em 2000 e agora adaptado para o cinema – não se brinca com o ADN de Cristo, ou nada que se pareça. O L’Osservatore Romano, o orgão oficial do Vaticano, considerou o filme “inofensivo”. E bem. Chegou a hora dos ofendidos de meia-tigela e abutres de ocasião procurarem outra carniça.
Gostei mais de “Angels & Demons” do que “Da Vinci Code”, para ser sincero. Se os óscares fossem agora dava já três ao filme: melhor cinematografia, melhor fotografia e melhor guarda-roupa. O mundo acaba de perder mais um Papa, um Papa progressista e amado por todos. Enquanto o conclave elege um novo Papa, milhares esperam ansiosamente na Praça de S. Pedro. Os quatro preferiti são raptados, alegadamente pelos Illuminati, uma sociedade secreta de cientistas escorraçada da Igreja há 400 anos que volta agora para se vingar.
Entretanto em Genebra é roubado um engenho que, ficamos a saber, é a “força da criação”, que tem o poder de uma bomba atómica de 17 mega-toneladas. Os Illuminati ameaçam executar os preferiti, e no fim rebentar com o Vaticano. É aqui que a Santa Sé recruta a ajuda do simbologista e professor de Harvard Robert Langdon (Tom Hanks), que se alia a Vittoria Vetra (Ayelet Zurer), uma física dos laboratórios da CERN de Genebra, em busca dos cardeais sequestrados e do engenho explosivo.
Os nossos heróis têm menos de 5 horas para salvar o Vaticano (e o Mundo!), enquanto os fiéis continuam especados à espera de fumo branco, sem saber que correm o risco de ser reduzidos a pó. Na ausência de um Papa eleito, é o Camerlengo Patrick McKenna (Ewan McGregor) que está encarregado dos deveres papais. A interpretação de McGregor é a melhor do filme, e a mais supreendente. O filme está envolto de mistério, de pistas, de “plot-twists”, de cenários fabulosos e de uma aura que nos deixa pregados ao assento até ao final.
O realizador Ron Howard (recentemente nomeado para um óscar em Frost/Nixon) não conseguiu obter a permissão do Vaticano para fazer o filme in loco. Perfeitamente normal. O realizador chegou mesmo a iniciar a produção em Junho passado sob um outro título, de modo a não chamar a atenção. Mesmo assim os cenários que sibstituiem as quatro paredes da sede da Igreja Católica deixam-nos convencidos. Um excelente filme, um dos melhores do ano.
Excelente filme, sem dúvida. Vi-o no Dubai, imagine (onde os bilhetes custam quase o dobro de Macau...), e deu para perceber que toda a sala estava pregada às cadeiras a seguir as emoções que se sucediam "non-stop".
ResponderEliminarAh, e que saudades já tinha de ver um filme sem gente a atender telemóveis, a fazer barulho com sacos de comida ou a conversar em alta voz...
Um thriller normal, ao estilo Sherlock Holmes/ Aghata Christie/Scooby Doo/ Cluedo.
ResponderEliminarUm filme que se vê bem e com ritmo electrizante, técnica utilizada para que a audiência mantenha o cérebro "dormente" durante os vários momentos do filme em que é necessário uma resolução para avançar a história.
Comparativamente ao "primeiro", achei-o bastante inferior. É menos polémico, o que lhe retira parte do charme e o torna sujeito a que seja visto não apenas como a adaptação da "teoria Polémica do Codigo Da Vinci", mas sim como um thriller a sério passado no Vaticano, entrando em competição com filmes como "Seven", "Silêncio dos Inocentes", ou, se quizermos ir noutro registo, "Indiana Jones", não sendo carne nem peixe, e revelando as suas lacunas.
O plot do filme desenvolve-se à volta de uma a corrida contra o tempo- uma abordagem mais limitada que o primeiro, que aliava este elemento ao elemento da descoberta da "verdade" do Codigo. Sem este elemento, mas seguindo os mecanismos narrativos do anterior filme, Anjos e Demónios torna-se deveras previsivel até ao inevitavel "twist" final, uma surpresa para alguns, ou um suspiro de confirmação para outros.
Um thriller, portanto, como outro qualquer, com a agravante da história ser mais modesta e banal que o anterior, tirando-lhe parte do "charme" que tantos cativou no anterior filme.
Não deixa, contudo, de ser uma tarde/noite mais bem passada do que a ver o "Wolverine, a Origem". COm a salgalhada que vem aí de filmes de verão, este não será certamente dos piores...
Mantenho, contudo, alguma expectativa no Sherlock Holmes do Guy Ritchie. Aí está uma possivel lufada de ar fresco no género...
No Dubai ainda não há telemóveis? Chiça, que país atrasado!
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