quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Um monte de sarilhos - part deux


Um clérimo islâmico de Melbourne, Austrália, está no centro de uma constrovérsia depois de ter alegadamente dito aos seus fiéis que bater nas suas mulheres e forçá-las a ter relações sexuais era “normal”. Samir Abu Hamza, da mesquita de Coburg, já veio dizer que as suas palavras foram tiradas fora de contexto, e que as usou “no sentido metafórico”. Durante um sermão em 2003, Hamza terá dito que de acordo com a lei islâmica, os homens “devem exigir sexo” das suas mulheres. Segundo o clérico, “é impossível que um homem seja acusado de violar a sua mulher, mesmo que ela não queira ter relações com ele”, isto apesar da lei australiana prever o consentimento. O primeiro-ministro Kevin Rudd e outros cléricos islâmicos já condenaram as afirmações de Hamza. “Estes ideais não têm lugar na Austrália moderna”, afirmou Rudd, acrescentando que Hamza “devia retirar o que disse, e pedir desculpa”.

O presidente do Conselho Islâmico de Vitória (CIV), Ramzi Elsayed, diz que falou com Hamza sobre o sermão, sob o título “A chave para um casamento de sucesso” (!?). “Ele disse-me que estava a falar no sentido metafórico”, disse Elsayed. Em relação às palavras de Hamza sobre violência sobre as mulheres, acrescentou ainda “foi tudo uma metáfora; ele não queria dizer bater no sentido de dar um estalo ou um murro, mais como uma chamada de atenção”. Disse ainda que o Islão não apoia a violência sobre as mulheres ou a obrigação de uma mulher a fazer sexo com o seu marido contra a sua vontade.

Mas o conselheiro honorário da Federação Australiana dos Conselhos Islâmicos, Haset Seli, veio condenar as afirmações do clérico, chamando-lhe mesmo de “lunático”. “O seu sermão foi descabido, nada tem a ver com as bases da nossa religião, e só veio demonstrar a sua ignorância”, disse. Acrescentou ainda que “quem pensar que pode forçar a sua mulher a ter relações com ele é um lunático, e certamente não um muçulmano”. Seli lembrou um incidente recente com o Mufti Sheik Taj Aldin em 2006, durante o Ramadão, quando este afirmou que as mulheres que não se tapam (com as vestes islâmicas) são “como carne à mostra”, e que são responsáveis por atraír predadores sexuais.

A Federação dos Conselhos das Comunidades Étnicas da Austrália (FCCEA) veio também condenar as afirmações de Hamza, e que qualquer violência contra mulheres é simplesmente inaceitável. “Não pode nem deve existir nenhuma motivação, religiosa ou outra, para defender os abusos a mulheres”, afirmou a presidente da FCCEA, Beryl Mulder. Hamza está agora “de férias fora de Melbourne” durante as próximas duas semanas. Uma polémica que promete alimentar o diálogo inter-religioso, isto depois de ainda há menos de quinze dias o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, ter afirmado que csar com um islâmico era “um monte de sarilhos”.

2 comentários:

  1. Bem fazem os nossos portugas que, mesmo sem orientações explícitas da igreja católica, desancam nas mulheres e as obrigam a ter sexo, mesmo que não lhes apeteça por aí além...

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  2. Ao último anónimo...cada um fala do que sabe.

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