segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Faça a diferença


O fenómeno do SIDA foi identificado no final dos anos 70, sendo o primeiro caso registado na Dinamarca em 1978, numa médica que trabalhou em África. Existem no entanto provas de que o vírus foi detectado em alguns pacientes no início dos anos 60, num marinheiro norueguês, noutro português, e num adolescente norte-americano. Em 1983 tinha-se propagado por centenas de homossexuais em França e nos Estados Unidos, e os primeiros estudos indicavam para que fosse uma doença "gay".

Mas concluíu-se que a doença atingia também os toxicodepentes, os hemofílicos e casais heterossexuais, homens e mulheres, ricos e pobres, brancos e negros. Nos meados da década de 80 foi feita a consciencialização para a doença, à medida que milhares de pessoas iam morrendo. Hoje em dia o HIV - o vírus que provoca o SIDA - é facilmente detectável graças a um teste que já existia para detectar a hepatite B, e a sua propagação facilmente evitável. O SIDA atinge, desde a última década e meia, segmentos mais pobres da população mundial, como mulheres e crianças. Na China os números oficiais atingem os 264 mil, e os grupos migrantes são os de maior risco.

Para prevenir a propagação da doença, faça regularmente o teste do SIDA (de três em três meses) se pertencer a algum grupo de risco. Não faça doações de sangue se teve contacto sexual com prostitutas ou pessoas do mesmo sexo nos últimos três meses, ou se usa drogas injectáveis. Ajude a combater o estigma da doença. O SIDA não pode ser transmitido pelo ar, ou através de um aperto de mão ou um abraço. As únicas formas que pode ser transmitido é através de uma relação sexual desprotegida, partilha de seringas ou transfusão de sangue. E esse é o tipo de contacto que eu evito com alguém que acabo de conhecer.

9 comentários:

  1. Ajude a combater o estigma, mas depois aconselha a quem tem relacoes com pessoas do mesmo sexo a nao dar sangue. Por si so, ja discrimina, Leocardo.

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  2. Exacto, são um grupo de risco. Se eu desaconselhar toxicodependentes a dar sangue também estou a descriminar? Proponho-lhe uma visita ao Centro de transfusões de sangue (edif. Hotline, NAPE). Existe um questionário que determina se o dador está ou não apto a dar sangue. Sabia que se tiver feito um piercing ou uma tatuagem nos últimos 12 meses também não pode dar? E não estamos só a falar de SIDA, aqui. E "dar sangue" não é um direito pelo qual os doentes com SIDA lutam, pois não? Refiro-me a outros estigmas, os sociais. Bem, para bom entendedor, meia palvra basta.

    Cumprimentos

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  3. Sabia perfeitamente dos piercings e afins. Mas lá por o Centro de tranf de Sangue discriminar ou não se o dador é homosexual, não quer dizer que não seja à mesma uma discriminação. Logo em Macau, onde discriminações em plena luz do dia não faltam! Até dá para rir!

    O problema é que se relaciona homosexualidade com promiscuidade, isso sim é discriminação! Quando todos sabemos que promiscuidade em Macau nos heterosexuais é o que mais abunda.
    Pelos vistos a minha meia palavra não lhe bastou.
    E antes que haja comentários, não, não sou homosexual.

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  4. E não precisa de ser. Os comportamentos homossexuais, sexo pago ("in the last 12 months, did you pay for sex?", é a pergunta no CTS, e penso que isto é uma via de contágio heterossexual, como refere) e consumo de drogas injectáveis são comportamentos de risco, em Macau e qualquer parte do mundo. O CTS não serve para realizar testes do HIV, apenas para testar a qualidade do sangue dos dadores. Estão no seu pleno direito de desaconselhar grupos de risco a não doar sangue. Isso não é descriminação, na minha humilde opinião.

    Cumprimentos.

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  5. Comportamento de risco é ter vários parceiros sexuais e sem protecção, ou algum problema com essa protecção que tenha ocorrido durante o acto, quer seja com pessoas do mesmo sexo ou do outro sexo, por isso não vejo a necessidade de um questionário fazer a distinção entre os dois tipos de relação. Conheço casais em que ambos os perceiros são do mesmo sexo, (não em Macau) e são bem mais fieis que vários casais heterosexuais, quer em Portugal quer em Macau. Como já referi, há ainda o estigma que considera os homosexuais promiscuos. Isso é que é discriminação. Mas entendo a sua opinião, Leocardo.

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  6. Grupos de risco...

    Caso tenha visto o telejornal da TDM, se não estou em erro ontem ou anteontem, na China apenas 5% dos infectados são homosexuais! 5%!!!! Já lá vai o tempo em que era uma doença dos paneleiros e dos drogados, como se dizia.

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  7. Sinceramente também não entendi qual foi o motivo da distinção feita no artigo. Não existe a menor relação entre a taxa de contágio da doença e a orientação sexual da pessoa. Tudo se limita ao cuidado que cada pessoa deve ter no acto sexual, independentemente do parceiro.

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  8. "E esse é o tipo de contacto que eu evito com alguém que acabo de conhecer". Tal e qual como eu: nunca partilho seringas nem faço transfusões de sangue com quem acabo de conhecer.

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