domingo, 23 de novembro de 2008
Impressões sobre o 8º Festival de Gastronomia
O que dizer da 8ª edição do Festival de Gastronomia realizado na Torre de Macau entre os últimos dia 7 e 23 (hoje)? Qual é mesmo o termo científico que estou à procura? Ah, já sei. Uma enorme cagada. Já sei que há coisas de que não se pode falar mal, não vá o Jesus ficar zangado, mas por outro lado há também coisas que convém dizer, sob pena de se ficar com uma verruga infecta na ponta do nariz devido à acumulação de maus livores do fígado.
Assim, tudo o que de mau foi dito da 7ª edição - o ano passado - manteve-se. Só que pior. Os problemas que se queixavam feirantes e utentes não foram resolvidos: aluguéis caros e falta de lugares para sentar. Ao contrário da crença popular, quem chega mais cedo não consegue um lugar, e digo isto depois de ter ido quatro vezes, ora durante a semana, ora ao fim-de-semana, ora cedo, ora tarde, e nunca ter encontrado um assento onde arrear o traseiro.
Quem foi deve ter gostado. O que não faltavam eram cidadãos anseosos para comer a variada oferta de massas e arroz fritos com nada, ou o caril de batatas que praticamente todas as lojas ofereciam. Outros comiam de pé, em movimento. O festival pecou pela falta de originalidade, e não se pode dizer que alguém "comeu" o que quer que fosse. Provou, isso sim. Quem queria "encher a barriga" ficava muito mais bem servido se ficasse em casa.
O maior erro, na minha humilde opinião, foi a tal Avenida de Taiwan, dedicada a produtos vindos directamente da ilha nacionalista. A "popularidade" deste espaço rapidamente se espalhou, com filas de dezenas de visitantes a esperarem meia hora ou mais para obter umas massas a pingar ou "dumplings" sensaborões. Algumas dos famosos produtos formosinos eram empacotados e penso que podem ser encontrados em algumas lojas especializadas do território.
E o que perdeu o festival com isto? Onde nos outros anos se encontravam as tendas das regiões de Pequim, Xangai, Xinjiang, Hunnan, Mongólia Interior ou Sichuan, tinhamos só Taiwan. O festival ganhava era com isto, com a diversidade de regiões da imensa China que traziam um pouco das suas cores e cheiros. Em vez disso tivemos o monocromático Taiwan, e a sua mediocridade em termos de oferta.
Até no palco do Festival se sentiu essa diferença. Onde antes tinhamos os executantes de danças tradicionais e canções da cultura desses povos da RPC, tivemos este ano umas bandas (filipinas?) que decalcavam êxitos pop dos anos 70 e 80. E ainda por cima mal cantados. Onde andavam os malabaristas? As simpáticas meninas e os seus trajes regionais? Os ilusionistas, saltimbancos, e afins?
Salvou-se o pão com chouriço do Fernando do Ou Mun, alguma comida tailandesa e a participação sempre simpática do Thailand Tourism Bureau. E o Beer Garden, onde se podia beber uma pint de Löwenbräu pela módica quantia de 25 patacas, acompanhadas por amendoins complementares, e onde perdi umas boas duas horas ou três enquanto a mulher e os miúdos viam o resto.
Espero sinceramente que no próximo ano se repense a estratégia do Festival, e se devolva a cor e a variedade que foram este ano perdidas. Se os residentes de Macau quiserem conhecer bem a gastronomia e a cultura de Taiwan (?), basta apanhar um avião e estão lá em uma hora. Não é nenhuma novidade. Depois das duas uma, ou se aumenta o número de lugares sentados, ou os cidadãos de Macau tomam consciência de que não vale a pena ir só para dizer que se esteve lá.
É pena, porque de longe as melhores massas chinesas do mundo são em Taipé.
ResponderEliminarSó que eles no trouxeram as melhores, nem de longe, nem de perto. É pena, realmente.
ResponderEliminarA minha humilde opinião sobre o festival o relatei em meu blog, mas em parte de acordo com suas palavras.
ResponderEliminarEu moro perto da Escola Ricci, na Praia Grande, e várias vezes, com a esposa fomos ao festival, compramos no Restaurante 4 5 6, uma galinha embriagada, 45 patacas, e a fomos comer na parte baixa, onde havia os tais divertimentos para crianças, ali havia espaço suficiente para estar-mos à vontade.
Comida portuguesa essa nem a cheguei a ver, o que foi pena, numas das barracas de Taiwan, após ter estado quase meia hora na bicha, consegui comprar uns pasteis de camarão, 30 patacas, que estava delicioso, massas para as comer não se necessitava de lá ir.
Quanto à música a organização falho redondamente.
Sobre os transportes públicos, embora houvessem autocarros a fazer o trajecto fratuitamente, desde a sede do Banco Luso-Internacional, as carreiras normais iam sempre cheias e nem paravam já nas zonas defonte de minha casa, pelo que tive que fazer o percurso o pé.
Tem toda a razão no que diz sobre o Festival de gastronomia, o local é pequeno para o efeito daquelas dimensões.
Um abraço amigo
Critica, uma grande cagada, mas foi lá quatro vezes, contradições.....
ResponderEliminareu fui a' 2 edicao e aprendi a licao o'leocardo
ResponderEliminartem q mudar de local, menos barracas e mais qualidade pra estar e sentar
talvez no tap seak
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ResponderEliminarAinda não fui a nenhum evento popular em Macau, gratuito, que, felizmente, não estivesse lotado. Lotado de pessoas, de cultura, de diferentes faixas etárias, sexos e estilos. E, de realçar, em nenhum evento, até hoje, vi confrontações, conflitos, birras ou "porrada".
ResponderEliminarA feira de gastronomia não foi excepção. Fui umas sete vezes e mais iria se ela se prolongasse no tempo. Muita gente, muita vida, muita comida e (muito) barato.
Em Portugal para irmos a uma feira gastronomica temos que pagar bilhete de entrada. Lá dentro, come-se os pratos normais dos restaurantes e paga-se mais caro.
Na feira de macau, p.e., a cerveja custava 5 patacas a garrafa, uma salada tailandesa 20 mops, camarões, buzios, mexilhoes, a 20 mops o prato. São petiscos, é um facto. Mas enchem, enchem a alma.