quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Dois amores
Com a devida vénia, reproduzo este brilhante momento de poesia do nosso António Cambeta, deixado na secção de comentários do blogue:
Dois amores
Alentejo terra minha,
terra que meu viu nascer,
foi madrasta foi madrinha
e lá me viu crescer.
Contigo muito aprendi,
muito tive que padecer,
em Évora sempre vivi
foi bom te conhecer.
Ensinamentos adquiri,
amor à porta bateu,
Évora não te esqueci
mas nunca mais serei teu.
Nunca serei emigrante,
bem cedo te abandonei,
sou um alentejo, um errante
que muito te dei e amei.
A Ásia tudo me deu,
seu amor e seu carinho,
de braços abertos me recebeu
quando eu andava sózinho.
Isso jamais esquecerei,
essa tão grande bondade
Évora te recordarei,
com nostalgia e saudade.
Muitos anos já passaram
desde que aqui cheguei,
meus cabelos branqueram
Macau sempre amarei.
Pois foi cá que aprendi
o que era a solidão,
amor a uma chinesa prendi
e liguei meu coração.
Português não esqueci,
aprendi bem a lição,
na China sempre vivi
com amor no coração.
Meio século quase passado,
novas raízes criei,
tenho o sangue já cruzado
vindo do amor que sempre amei.
António Cambeta, 27 de Novembro 2007
O meu muito obrigado estimado senhor pela sua gentileza, o poema nada tem de especial, simplesmente reflete nele o meu estado de espirito, pois a saudade essa nunca me abandonou.
ResponderEliminarO meu muito obrigado