quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Não batam mais no ceguinho
Saramago viu "Blindness", o filme de Fernando Meirelles baseado no livro "Ensaio sobre a cegueira", da autoria do Nobel português. Como não sou fã de Meirelles e muito menos de Saramago, não faço planos em ver o filme. Se o filme é bom? Não sei. Saramago chorou ao vê-lo, diz que ficou feliz e Meirelles chorou baba e ranho e até beijou a careca do comunista ateu. No entanto, e deixando isto de filmes a quem percebe, o conceituado crítico norte-americano Roger Ebert deu nota negativa ao filme. Não sei porquê, mas até desejei que Ebert tivesse dado uma nota positiva ao filme. Talvez um sentimento patrioteiro recalcado qualquer, não sei. Segundo o crítico do Chicago Sun Times, o filme é "desagradável, exasperante e doentio", um dos piores que já viu. Uma alegoria sobre a cegueira, que até não começa mal, mas que se arrasta pelos últimos três quartos como um exercício de mau gosto. O filme (não sei se no livro é igual) é cheio de cenas de violência, nudez e violações, a maior parte do tempo em prisões. Segundo Ebert, José Saramago resistiu a várias propostas para transformar o seu livre em filme, e para o crítico, devia ter resistido mais um pouco. O melhor mesmo é ler aqui a crítica completa (em inglês). O filme estreia em Portugal daqui a duas semanas e certamente que toda a gente vai exercitar a vontade de falar bem do que é nacional e vinga no estrangeiro. O filme foi marcado por protestos aquando da sua estreia nos Estados Unidos, por ser ofensivo para os cegos. Mas neste caso quem sabe se tiveram sorte, em não poder vê-lo.
Gostei bastante do livro.Quanto ao filme,apreciei bastante os filmes anteriores do Fernando Meirelles. Veremos se este está ao mesmo nível...
ResponderEliminarTambém não faço a minima intenção de ver.
ResponderEliminarSendo do Saramago, nem por "sentimento patrioteiro", coisa que ele não conhece.
ResponderEliminarJá agora, não é que me preocupe muito com o que os ingleses pensam, que nuna iriam ver um filme brasileiro baseado num romance português, o mesmo não digo os brasileiros, e estes estão neste momento a ler isto:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/05/15/_ensaio_sobre_cegueira_deprimente_diz_times_-427389920.asp
Eu vou querer ver o filme.
ResponderEliminarSou católico e como S.Tomé e o provérbio, "ver para crer".
O livro não li,embora numa daquelas prendas de anos ele chegou ao domicílio.
As critícas facilitaram a abstenção ao número de páginas, compensadas noutras leituras.
Não vou ver porque o tempo que estarei em Macau, não mo vai permitir.
Leocardo, vim até cá.
Uma passagem da outra margem.
Será breve, mas muito mastigada, não muito que pode empapar.
Continuo a passar por cá, pois o seu blog tanto lá como cá já se tornou num jornal de cadeira, recomendado a todos os meus amigos e gente que merece.
Lusitano
Eu, ao contrário do Leocardo, tenciono ver o filme o mais depressa possível. As razões são as mesmas do Hugo: gostei tanto do livro de Saramago como dos filmes anteriores de Fernando Meirelles.
ResponderEliminarSobre Saramago, há muita gente que fala sem saber do que está a falar. A maioria dos que o maldizem são gente que nunca lhe leu um livro e que se baseia em preconceitos por causa do homem ser comunista. Para mim ele é só o melhor escritor contemporâneo (dos que conheço). Digo-o eu, que não sou nada patriota, antes pelo contrário, desanco em Portugal como poucos portugueses. Mas o que é bom, é bom, e o resto é conversa.
ide ver que vale a pena.
ResponderEliminarMeirelles segue quase escrupulosamente o livro (mas menos violento) e passa para a película os momentos fortes da alegoria.
não sou grande apreciador de Saramago mas penso que valeu a pena o fim de uma tarde chuvosa de sábado.
Se for tao aborrecido como o livro...
ResponderEliminarEnsaio sobre a Cegueira é o pior de Saramago. Pega numas metáforas muito básicas e desenvolve um bocadinho... Um daqueles livros que os fãs do Paulo Coelho gostam de ler...
ResponderEliminarMesmo assim, a exploração que a RTP fez das lágrimas do Saramago foi lamentável.
Aqui se prova mais uma vez que as pessoas que falam de Saramago percebem tanto de literatura como eu de chinês.
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