terça-feira, 1 de julho de 2008
Euro 2008 de A a Z
ARSHAVIN - Este russo com cara de poucos amigos ia fazendo história e ameaçava a hegemonia de Cristiano Ronaldo no ano de 2008. Vencedor da Taça UEFA pelo Zenit S. Petersburgo, "carregou" a Rússia até às meias-finais com exibições fantásticas contra a Suécia e os Países Baixos. O encanto foi quebrado pela Espanha nas meias.
BRITÂNICOS - Ficaram em casa, desta feita. Nem a Inglaterra nem a Escócia se conseguiram qualificar, o que foi bom para a polícia que assim não precisou de lidar com a habitual arruaça dos ingleses, mas foi mau para o negócio. É que os gajos gostam mesmo de futebol e não se importam de gastar uma nota preta no vício.
CRISTIANO RONALDO - Nunca a camisola 7 pesou tanto num jogador. Uns pés demasiado pequenos para as botas de Figo. Há quem diga que estava lesionado no jogo contra a Alemanha, mas só se viu mesmo um pouco daquele que é considerado o melhor jogador do mundo no jogo contra a Rep. Checa. Uma desilusão.
DAVID VILLA - Quem tem Villa, tem tudo. O avançado asturiano marcou o único hat-trick do torneio contra a Rússia, e um golo decisivo no último minuto contra a Suécia. Uma lesão afastou-o da final, onde podia ter marcado contra uma defesa alemã bastante tenrinha. Mesmo assim foi o melhor marcador do Euro.
ESTRANGEIROS - A Alemanha jogou com dois polacos, a Turquia com um inglês, mas foram os brasileiros que estiveram em grande destaque. Marcos Senna tornou-se o primeiro brasileiro a vencer um Euro, Portugal tinha Deco e Pepe, a Turquia Mehmet Aurélio e até a Polónia tinha um brasileiro: um tal de Roger Guerreiro, paulista de nascimento.
FRANÇA- Os gauleses têm alternado o muito bom com o terrível. Orfãos de Zidane, ficaram no último lugar do Grupo 3, com um ponto resultante de um empate a zero contra a Roménia. O fim de um ciclo, e a renovação é urgente.
GUARDA-REDES - Ricardo e Petr Cech ficaram mal na fotografia para as respectivas selecções, enquanto Buffon, Casillas e Van der Sar foram os melhores.
HIDDINK - Este autêntico globetrotter foi campeão europeu pelo PSV Eindhoven em 1988, treinou o Fenerbahçe da Turquia, o Real Madrid, e esteve nos últimos 3 mundiais: com os Países Baixos em 98, Coreia do Sul em 2002 e Austrália em 2006. Levou agora a selecção da Rússia ao seu melhor resultado em 20 anos.
ITÁLIA - Os campeões do mundo marcaram passo. Entraram logo com o pé esquerdo com uma derrota contra os Países Baixos por 0-3, empataram contra a Roménia e chegaram aos quartos depois de vencer a França. Donadoni saíu, regressou Lippi. Os transalpinos querem voltar a estar no topo do mundo.
JOGOS - Normalmente a horas indecentes por estas bandas. Para quem quer ver futebol e precisa de trabalhar, dormir perto das cinco da manhã não lembra a ninguém. Caprichos da geografia.
LUIS ARAGONÉS - Passou de besta a bestial. Depois do fracasso do Mundial da Alemanha, dos comentários racistas a Thierry Henry, então jogador do Arsenal, e o sacrilégio de ter deixado Raúl em casa, eis que o madrileno de quase 70 anos ganha o primeiro Euro para a Espanha em 44 anos. Querem mais?
MACAU - Os adeptos do território perderam noites a ver o Euro, e com a ausência da sempre favorite Inglaterra, os locais apoiaram Portugal, Itália e França, mas lá para o fim renderam-se ao bom futebol da Espanha.
NEREIDA - A espanhola namorada de Cristiano Ronaldo. Com esta bagagem toda, não surpreende que o rapaz se apresentasse no Euro cansado e fora de forma. Seria uma estratégia dos espanhóis?
ORGANIZAÇÃO - Magnífica, como seria de esperar dos pontuais suíços e dos disciplinados austríacos. A chuva marcou presença regular, e as equipas "da casa" ficaram logo pelo caminho na primeira fase, mas o Euro fica na memória.
POLÓNIA - Uma verdadeira desilusão. Depois de vencer o grupo de Portugal na fase de qualificação, os polacos do holandês Leo Benhakker fizeram apenas um ponto, e foram uma das equipas mais fracas do Euro.
QUIM - Os amigos benfiquistas ficaram certamente a pensar como seria se fosse Quim entre os postes contra a Alemanha. Mas o guardião encarnado foi para casa mais cedo devido a lesão, e substituído por Nuno, suplente do FC Porto.
REVELAÇÃO - Não houve nenhum jogador desconhecido de destaque. Fica aqui a selecção dos jogadores do Euro feita pela UEFA: Buffon, Casillas, Van der Sar, Bosingwa, Pepe, Lahm, Marchena, Puyol, Lahm, Zhirkov, Altintop, Ballack, Iniesta, Modric, Fabregas, Podolski, Senna, Sneijder, Xavi, Zyrianov, Arshavin, Pavlyuchenko, Villa e Torres.
SCOLARI - Ficamos sempre sem saber se o anúncio da contratação prematura do sargentão pelo Chelsea teve ou não influência no desempenho da selecção portuguesa, mas Scolari saí como o melhor treinador de sempre: uma final de um Euro e umas meias finais de um Mundial. Os números falam mais alto.
TURQUIA - Um exemplo de abnegação e amor à camisola. Os turcos foram completamente dominados por Portugal no primeiro jogo, mas chegram às meias-finais com golos nos últimos minutos e exibições sempre muito pálidas. Ironicamente perderam contra a Alemanha no único jogo em que se exibiram a bom nível.
UNIÃO - Os imigrantes portugueses na Suíça foram incansáveis no apoio à selecção, e quem mais os acarinhou na hora da derrota. Foi pena que não deu para ver como seria na Áustria...
VAIDADES - Slaven Bilic, da Croácia, foi o treinador mais interessante do torneio. Seguidor da moda, de brinco na orelha e, pasme-se, até toca guitarra uma banda de hard-rock croata. Um favorito dos mais jovens.
XAVI - Um jogador discreto, formado no Barcelona e sempre fiel ao clube blaugrana, acabou por ser considerado o melhor deste Euro 2008. O seu valor de mercado disparou em flecha, e certamente que todos as atenções esta época vão estar centradas neste catalão de 28 anos.
ZEBRA - Aquilo que os brasileiros chamam quando uma equipa pouco provável vence uma prova ou um jogo. A Grécia foi a grande "Zebra" em 2004, mas este ano foram até a pior equipa. A Turquia chegou a ameaçar, mas no fim ganhou mesmo o melhor.
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