sábado, 7 de junho de 2008
Leituras
- Não perca esta semana no Hoje Macau a entrevista ao provedor da Santa Casa da Misericórdia, António José de Freitas.
- Também no HM, mais um brilhante artigo cheio de curiosidades sínicas de Ana Cristina Alves, A libertação pelo riso.
- Saiba tudo sobre a sentença do primeiro processo conexo ao do ex-secretário Ao Man Long, em Tribunal com mão pesada. Um trabalho de Emanuel Graça para o JTM.
- Ainda a propósito da crise no IPOR, leia a entrevista de Maria Helena Rodrigues ao JTM. Um trabalho de Vítor Quintã.
- No Clarim, José Miguel Encarnação faz o habitual resumo da semana, em Dêem-me gás!
- Ainda no semanário da Igreja Católica, João Santos Gomes fala do lixo e do dia mundial do Ambiente, em Macau de cada dia.
- Descobri um blogue engraçado, leve e cheio de estaleca, como convém. Chama-se Isso depende e o seu autor é João Gaspar.
Bom fim-de-semana!
Para os que ainda não leram a carta da presidente do IPOR a pedir o favor à Presidente do Instituto Camões que se demita. Fantástico, pois é destas coisas que Portugal precisa. Cambada de incompetentes. Eis a carta:
ResponderEliminarCarta da Presidente do IPOR à Presidente do IC:
Senhora Presidente:
Recebemos, hoje, com satisfação, a informação, via fax, de que "vai ser transferido [quando?] o montante correspondente à contribuição associativa do mês de Junho bem como a antecipação da contribuição do mês de Julho."
A perplexidade vem da ordem (?!) de V. Exa, para que se destine esse montante "prioritariamente e exclusivamente (!) ao pagamento das remunerações em atraso dos leitores". Deve, então, esta Direcção entender, Senhora Presidente, que, recebida a verba que refere e pagos os vencimentos em atraso dos leitores, não poderemos, com o restante, proceder ao pagamento de outros vencimentos em atraso, como os professores que colaboram a tempo parcial, a Direcção e o Técnico Oficial de Contas?! Nem, pelo mesmo motivo, pagar as despesas de instações no Consulado, que já em Abril passado deixámos por pagar até recebermos o reforço de verba da Fundação Oriente, que certamente terá evitado ao Estado Português o enorme embaraço de ver em risco o funcionamento de uma representação diplomática?! Ou mesmo as facturas relativas a bens essenciais ao funcionamento desta instituição?! Efectivamente, V. Exa esclarece, na referida comunicação, que "a antecipação da transferência de verbas é feita a título excepcional, apenas para permitir a resolução imediata dos pagamentos em atraso dos leitores."
Senhora Presidente, como V. Exa bem lembrou nas declarações prestadas à Agência Lusa, "Ainda que associado maioritário [51 por cento do capital], o IC não tem poderes para interferir isoladamente na gestão e funcionamento do IPOR". Pois não tem, não, Senhora Presidente! Pelo que a gestão das contribuições associativas, antecipadas ou não, à falta de orientações deliberadas em Assembleia Geral de Associados, são da exclusiva competência da Direcção a que presido. Assim, todas as receitas que derem entrada no IPOR, até à próxima Assembleia Geral serão, naturalmente, geridas por esta Direcção, que procederá aos pagamentos em falta e a outros que entretanto surjam, segundo critérios definidos por esta Direcção, de acordo, obviamente, com os Estatutos do IPOR e as deliberações já tomadas pelos Associadas em Assembleias anteriores.
Quanto ao lamento de V. Exa, na mesma comunicação, sobre o alegado desconhecimento da falta de pagamento aos leitores, de que terá sabido pelos jornais, surpreende-nos sobremaneira, em função do mapa de tesouraria por nós enviado a 28 de Fevereiro e de todos os ofícios posteriores, que terão levado V.Exa, aliás, a referir, na sua comunicação 000942, de 4-6-08, "Depois das inúmeras ameaças não concretizadas, soubemos hoje pelas notícias o não pagamento dos vencimentos aos leitores, o que consideramos de elevada gravidade." De elevadíssima gravidade, sem sombra de dúvida, dizemos nós, mas, Senhora Presidente, recebeu, então, "inúmeras ameaças não concretizadas (felizmente para todos, não é verdade?) sobre a impossibilidade, repetida por mim à exaustão, de continuarmos a pagar salários com as verbas que a Senhora Presidente acordou com a Fundação Oriente entregar como contribuição para 2008?! Mas isso não é uma notória confissão de pleno e atempado conhecimento da extrema dificuldade financeira em que o IPOR tem estado a trabalhar?! E afirma V. Exa, em documento oficial, que soube pelas notícias do não pagamento dos vencimentos aos leitores?! Como esperava V. Exa que fossem pagos esses e os outros vencimentos se insistentemente lhe foi comunicado que o dinheiro não chegava?! Que política, que estratégias, que critérios apresentou até hoje V. Exa para que fosse consciente e consequentemente definida a acção a desenvolver pelo IPOR? Que mais, para além da sempre repetida por V. Exa necessidade de reduzir pessoal e eliminar actividades culturais, propôs V. Exa nas reuniões de Asembleia Geral do IPOR de Março, Abril, Agosto, Novembro e Dezembro de 2007?! Ou em qualquer documento de que esta Direcção tenha conhecimento?!
Lamenta ainda V. Exa que venham "denegrir em muito a imagem de Portugal" as afirmações feitas pela Presidente do IPOR nos jornais. Não manifestou V. Exa essa mesma preocupação com a imagem de Portugal ao ouvir e ler os meus insistentes apelos, em nome do IPOR, alertando para o risco comprovadamente inevitável de se verificar muito em breve uma ruptura de tesouraria que nos deixaria sem dinheiro para pagar até salários. Se a imagem de Portugal tanto a preocupa, Senhora Presidente, que razões a levaram a deixar deteriorar-se esta situação até ao ponto realmente lamentável a que chegou, reagindo apenas quando este assunto vem a público?! Que motivos que não descortinamos poderão ter levado V. Exa a nem sequer dar resposta a muitos dos apelos que fazemos desde quase há um ano?!
E em que fundamentos se baseia, Senhora Presidente, para ousar afirmar que a Presidente do IPOR se revelou "incapaz de justificar ou rever proposta de redução de intervenção e financiamento face a uma estrutura de financiamento pesada que pouca margem deixa para realizar o seu objecto principal, como seja a preservação da língua e da cultura portuguesas."?! Não recebeu V. Exa, logo a 25 de Janeiro de 2008, um documento com a descrição de funções de todos os colaboradores ao serviço do IPOR, a que juntámos um mapa com as categorias, remunerações mensais, tempo de serviço e datas de início e fim de contrato, e ainda cópia do extracto do diploma legislativo que regula a denúncia unilateral de contrato, no ordenamento jurídico de Macau, para que V. Exa dispusesse de todos os elementos eventualmente necessários a uma avaliação da tal "estrutura pesada" que lhe permitisse pronunciar-se, com o devido conhecimento, sobre essa mesma estrutura, propondo aos restantes Associados a sua reformulação, em função, naturalmente, de uma definição clara do que pretendam os Associados fazer do IPOR enquanto coadjuvante da execução da política linguística e cultural externa do Estado Português, para que serve, afinal, o Instituto Camões?! Que uso mereceu a V. Exa toda essa informação, se a 14 de Março se limitou a recomendar, numa carta conjunta com a Fundação Oriente, para a desejada redução de despesas fixas, a nível de pessoal, uma "rigorosa avaliação dos meios humanos necessários", devendo o IPOR apresentar uma nova proposta de orçamento, com a "indicação dos nomes dos funcionários e colaboradores, devendo as suas funções ser descritas em anexo"? Os nomes dos funcionários, Senhora Presidente?! Estranho pedido, na verdade, mas que não hesitámos em satisfazer, na linha da nossa actuação de sempre de disponibilizar aos Associados toda e qualquer informação solicitada! A descrição de funções, Senhora Presidente, tinha ido já, como disse, a 25 de Janeiro, com, repetimos, um mapa com as categorias, remunerações mensais, tempo de serviço e datas de início e fim de contrato, e ainda cópia do extracto do diploma legislativo que regula a denúncia unilateral de contrato, no ordenamento jurídico de Macau. E é V. Exa que se arroga o direito de acusar a Presidente do IPOR de se revelar "incapaz de justificar ou rever proposta de redução de intervenção e financiamento"?! A Presidente do IPOR que, em Abril de 2006, acatou naturalmente as deliberações da Assembleia para retirar a leitora de Jacarta e se viu acusada por V.Exa de agir mal e sem autorização, ao dar execução a essa deliberação que V. Exa mesma subscrevera?! A Presidente do IPOR que apresentou, em Março de 2007, um Plano de Actividades e Orçamento que V. Exa rejeitou por propor a concentração da actividade do IPOR na RAEM e na RPC, face à crescente procura de cursos de Português e à impossibilidade de lhe dar resposta condigna com o Orçamento que sofrera já cortes em relação ao ano anterior?! A Presidente do IPOR que, em Junho de 2007, lhe enviou um extenso documento com uma análise cuidada e fundamentada do que deveria ser a acção do IPOR nesta região do Sudeste Asiático, face aos condicionalismos orçamentais, análise essa decorrente do profundo conhecimento das realidades locais em que se processa a divulgação da língua e cultura portuguesas nesta Região do Sudeste Asiático, adquirido em muitos anos de investigação e de trabalho no terreno?! A Presidente do IPOR que viu novamente rejeitada a sua proposta de Orçamento, na reunião de Assembleia de Novembro, exactamente porque a Senhora Presidente se recusava a aceitar a responsabilidade pelo financiamento total de três leitorados e três centros culturais, que até então o Estado Português tivera a sorte de suportar apenas em 51%, graças às contribuições dos restantes Associados do IPOR?! A Presidente do IPOR que viu, finalmente, aprovado, a 27 de Dezembro, o Plano de Actividades e Orçamento, que mais não eram que a actualização, no tempo, da proposta inicialmente apresentada em Março, obrigando o IPOR a viver de duodécimos e numa tremenda instabilidade que tanto prejudicou a instituição?! A Presidente do IPOR que apresentou, em Dezembro de 2007, um Plano de Actividades e Orçamento para 2008, profundamente condicionado por um determinado montante imposto pelo Instituo Camões e pela Fundação Oriente e que é, como tenho vindo desde então, a afirmar, manifestamente insuficiente para equilibrar receitas e despesas, no quadro dos Estatutos em vigor e da estrutura orgânica e funcional que é o IPOR?! A Presidente do IPOR que viu, mesmo assim rejeitada essa proposta por ter inscrito nas receitas um montante de receitas extarordinárias provenientes da anunciada venda de um apartamento, de cuja avaliação para efeitos de venda lhe tinha sido pedido que tratasse?! A Presidente do IPOR que aguarda, desde 27 de Dezembro de 2007 que lhe sejam comunicadas linhas orientadoras para a sua acção, em sintonia com a política externa que o Instituto Camões tem por missão planificar e executar?! Acredita, Senhora Presidente, que alguém mais que V. Exa, com responsabilidades superiores nesta área de intervenção, poderá subscrever essa sua tremenda e leviana acusação de incompetência minha no lugar que desempenho, e, mais ainda, nas condições adversas que me têm vindo a ser impostas?!
Afirmou V. Exa ainda à Lusa, aguardar, da minha parte, que "reveja de forma justa e legal..." Insólita afirmação, Senhora Presidente! Acaso estará V. Exa a acusar a Presidente do IPOR de algo menos justo ou ilegal? É que essa poderá ser a interpretação de pessoas menos informadas ou até de má fé, que não conheçam a minha integridade pessoal e profissional. Essa seria uma acusação que ninguém me faria impunemente, Senhora Presidente. A simples insinuação que pode ser entendida de tão desastrosas palavras ofende, per se, a
diginidade da Presidente do IPOR e da cidadã portuguesa Maria Helena Rodrigues.
Senhora Presidente do Instituto Camões, faça um favor a Portugal e aos portugueses e demita-se!
Maria Helena Rodrigues
E os jornais de Macau deviam investigar esse autêntico caso de corrupção referido em entrevista pela presidente do IPOR, que é a concessão da Livraria Portuguesa ao DR. Aloysio, antiga presidente do Ipor e amigo do truta Monjardino.
ResponderEliminarsocialistas e os seus sacos azuis! não era a actual Pr do IPOR uma "grande amiga" de Rui Rocha? Está tudo explicado...quando se zangam as comadres...
ResponderEliminarcoitaditas!... a de lá já se devia ter reformado a de cá nem sequer devia ter iniciado funções que nem perfil tem para tomar conta da cantina da casa... quanto mais ser presidenta! deviam era demitir-se as duas e fazer esse grande favor a portugal. já tarda senhoras comadres, já tarda! tanta m**** fazem que acabam por deitar abaixo as casas que tão mal presidem.
ResponderEliminarAfinal do que é que se estava à espera??
ResponderEliminarRecebeu um Instituto estruturado, com um rumo definido. Diversos acordos celebrados com outras tantas universidades da Ásia e outros bem encaminhados. Um acordo com o Governo da RAEM que retirou o ensino da língua portuguesa a várias centenas de funcionários públicos do IPM para o IPOR. O projecto de um "Centro Cultural" em Malaca tinha luz verde de Lisboa e fundos já reunidos, a rede de leitores com a anterior direcção alargou-se, o Conselho fiscal emitia parecer sobre as contas e estas viam a luz do dia (eram entregues exemplares à press).
Primeiro permitiu que retirassem da sua alçada os Centros Culturais de Pequim, Tóquio e Banguecoque. De seguida os leitores das universidades fora da RPC, extinguiu a Quinzena de Cinema em Português, deixou cair em saco roto as parcerias com o CCM, com o IACM e com o Instituto Cultural, sempre em silêncio e de orelhas baixas, pois o ordenadinho e as mordomias sabiam mais que bem.
Um belo dia acorda e constata que nem fundos para pagar os vencimentos a 4 ou 5 leitores que lhe restam na RPC tem.
O Saldanha quando chegou também encontrou um deficit de quase MOP1.000.000 e uma redução da contribuição associativa de 25% e que se tenha sabido nunca faltaram fundos para pagar os vencimentos e honrar os compromisso junto do Consulado.
A mim ninguém me convece do contrário, pode até ter muita competência académica, mas de organização e gestão foi de uma total incompetência.