segunda-feira, 30 de junho de 2008
Justas são as calças
1) Foi noticiado em dois jornais de língua portuguesa do território de que a internet está "sob apertada vigilância" em Macau. Os visados são os fóruns onde os cibernautas expressam livremente (ou expressavam) opiniões sobre a actualidade do território. Deixo já bem claro que condeno qualquer forma de censura, que existindo é um tiro no pé de quem advoga a liberdade de expressão contemplada nos acordos luso-chineses que implicaram a transferência do território. Mas sinceramente, não seria muito mais interessante debater os problemas de forma construtiva sem recorrer ao uso de insultos e acusações superficiais, que chamam os governantes de "ladrões" ou "corruptos" sem apresentar qualquer prova concreta? Assim não há liberdade que resista.
2) A CTM responde alegando que quer uma internet "mais sã e mais justa". Não diz nada quanto a "mais livre". Tiques típicos para quem detêm um monopólio, à boa moda de Macau. Só que esta expressão, "mais justa", é usada como um chavão na RAEM. Um aumento de um bem de consumo que pesa no orçamento das famílias é "mais justo". Um aumento irrisório de uma classe trabalhadora que não chega nem para apanhar um táxi é "justo". O anunciado aumento dos vencimentos das chefias na função pública é "mais justo". Agora, será isto alguma confusão na tradução? Será que este "justo" significa "apertado"? Como na frase "estas calças estão muito justas".
3) Por falar em censura, o blogue Póvoa Online foi encerrado por ordem judicial, em Portugal. O autor do blogue, varzinista de gema, criticava abertamente o presidente da câmara, José Macedo Vieira. Num poll realizado nesse blogue 70% dos 326 participantes consideravam Vieira "um cacique agarrado ao poder", e acusava o executivo camarário de corrupção. O blogue foi encerrado nas bases de que continha "comentários sem sentido". Deve ser anedota. Já agora o que fazer com Marcelo Rebelo de Sousa quando ele diz que o ministro da agricultura Jaime Silva é "o maior incompetente do mundo"? Coser-lhe a boca?
Comissão contra ataca
A "Comissão de Moradores Contra a Violação da Altimetria Permitida por Lei pelo Empreendimento Windsor Arch" respondeu à missiva publicada na imprensa na semana passada pelo "Desenvolvimento Predial Vitória S.A.", que acusou a dita comissão de ter uma agenda pessoal e tentar denegrir a imagem da companhia construtora do Windsor Arch, que cumpre a lei.
A Comissão lembra que não são só os visados pela Companhia Vitória que a constituiem, e considera a missiva "um ataque pessoal". A Comissão insiste que o projecto Windsor Arch nunca devia ter sido aprovado e insiste no debate do ponto essencial da questão. Uma polémica que promete fazer ainda correr muita tinta.
Leia aqui a resposta da CMCVAPLPEWA (chamemos-lhe assim...)
Quanto vale a companhia?
O enjo kosai (援助交際), que significa "encontro remunerado", é uma forma de prostituição que surgiu no Japão nos anos 90, mas que se espalhou pela Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia e mais recentemente Hong Kong. Consiste em anúncios publicados por mulheres, na sua maioria jovens e solteiras, que se oferecem para fazer companhia a homens em troco de dinheiro. O serviço, bastante procurado por homens de negócios, não menciona a prática de relações sexuais, e consiste em "passear, jantar ou ir ao cinema" na companhia da menina.
As autoridades da RAEHK vizinha estão preocupadas, pois temem que o negócio atraia predadores sexuais. As jovens tomam a iniciativa, marcam os encontros e aparecem normalmente sozinhas. Têm sido frequentes os casos em que as jovens mentem sobre a idade, dizendo que têm mais de 18 anos. Em Abril uma jovem honconguense de nome Wong ka-mui, de apenas 16 anos, foi encontrada morta e esquartejada, tendo o seu corpo sido atirado ao mar. Os assistentes sociais sentem-se impotentes para travar o problema, e as jovens que publicam os anúncios, normalmente na internet, consideram o enjo kosai apenas "uma forma de fazer dinheiro". Este tipo de negócio tem sido também cada vez mais procurado por mulheres mais velhas, domésticas ou desempregadas.
Tigre de papel
Esta fotografia que mostra um tigre do sul da China, espécie que apenas existe em cativeiro, é falsa. A revelação foi feita na província de Shaanxi, norte da China, onde o camponês que revelou a descoberta recebeu 20000 yuan (23 mil patacas) pela fotografia. Quando publicada pela primeira vez em Outubro último, vários internautas garantiram ser possível perceber a olho nu que se tratava de uma montagem feita através de computador. A descoberta da verdade custou o emprego a 13 oficiais, incluíndo Zhu Julong, dirigente máximo do bureau florestal de Shaanxi. Os oficiais esperavam conseguir com a hipotética existência do tigre dar um impulso ao turismo na região.
Último dia
Hoje foi o último dia para fazer o pedido do BIR de Macau para os residentes que ainda queiram ter direito ao subsídio de cinco e três mil patacas, oferecido pelo Governo. Esta era a situação junto do Edif. do DSEJ esta manhã, onde existe uma passagem aérea que dá até aos Serviços de Identificação de Macau. Foram centenas, senão milhares de pessoas que deixaram para o último dia a renovação do BIR. Não há notícias de incidentes.
Tragédia em Central
Um autocarro com cerca de 60 turistas perdeu o controlo em Central, Hong Kong, ontem ao final da tarde, causando a morte a uma transeunte de apenas 13 anos e 32 feridos. O motorista de apelido Chan, 33 anos, entrou em pânico quando se apercebeu que não tinha travões, colidiu com cinco táxis e acabou por embater no edifício do Governo da RAEHK. A polícia investiga as causas do acidente.
Chapéus há muitos
Hoje roubaram-me o terceiro guarda-chuva este ano. Isso mesmo, e novamente à entrada de um supermercado. Sinceramente não sei se há algum gangue de receptação de guarda-chuvas, ou se os nossos cidadãos, cada vez mais competitivos, aprenderam a lidar com situações de emergência desta forma, mas a partir de agora vou entrar nas lojas sempre de chapéu de mão. Quero lá saber se pingue o chão todo...
99%
Can You Hear Me
Caíu o pano sobre o Euro 2008, e se há alguém com duplas razões para festejar é Enrique Iglésias, que cantou este "Can You Hear Me", canção oficial do torneio, antes da final de Viena, e depois viu a sua Espanha levar o caneco para casa.
Dia Nacional do Canadá
Hoje é dia nacional do Canadá, aquele país que muita gente pensa que faz parte dos Estados Unidos. Não liguem meus amigos canucks, se calhar vocês também pensam que Portugal fica na Espanha. Um feliz dia para vocês e aqui fica o hino cantado pela Roxanne Potvin (que sempre é melhor que a Celine Dion, não é?).
domingo, 29 de junho de 2008
Europa rendida à "furia" espanhola
A Espanha é o vencedor merecido do Euro 2008, ao vencer a Alemanha na final do EstádiO Ernst Happel, na Áustria, por uma bola a zero. O resultado peca apenas por escasso, uma vez que os espanhóis foram sempre mais perigosos que os teutónicos. O golo foi marcado por Fernando Torres aos 33 minutos. Os alemães cresceram na segunda parte, especialmente depois da entrada de Kevin Kuranyi, mas a defensiva montada por Luís Aragonés nunca lhes permitiu grandes veleidades. Iker Casillas esteve seguro, principalmente a sair dos postes. Tivesse Portugal um guarda-redes assim...
A defesa alemã provou ser bastante permeável, e o pânico surgia cada vez que a Espanha atacava. Os teutónicos, que num passado recente tiveram defesas do calibre de Andreas Brehme, Jurgen Kohler ou Matthias Sammer, têm hoje um grupo de rapazes que não serve nem para lhes enxugar as botas. Valeu o guardião Lehmann para evitar a goleada. Joachim Low não é um treinador com carisma, e apenas a qualidade de extremos como Schweinsteiger e Podolski ou avançados como Klose, e uma grande dose de sorte, empurrou esta Alemanha até mais uma final.
A Espanha foi a melhor equipa do Euro: ganhou mais jogos, marcou mais golos e consentiu apenas 3. Destaque para as exibições de Sergio Ramos, Marcos Senna (o primeiro brasileiro a ganhar um Euro) e do grande ausente desta final: David Villa. Isto num conjunto com jogadores de qualidade em todas as partes do terreno, e um banco com alternativas credíveis. A Espanha terá sido consistentemente uma boa equipa nas últimas competições, e desta vez teve a pontinha de sorte que lhe tem faltado. Raul Gonzalez ficou em casa, deu razão a Aragonés e deve ser hoje um homem muito triste.
Cai o pano sobre este Euro2008, e só me resta dar os parabéns à Espanha. Não foi bem o desfecho que muitos de nós queria, mas é preciso dar mérito a quem o merece. Vamos ver se a "furia" se confirma em 2010 na África do Sul. Quanto à grande festa da UEFA, só daqui a quatro anos, na Polónia e na Ucrânia.
Pobre menina rica
A super-modelo de origem cazaque, Ruslana Korshunova, morreu ao saltar ontem do nono andar do seu apartamento em Manhattan, Nova Iorque. Korshunova tinha voltado de uma passagem de modelos em Paris. Segundo uma amiga próxima, Korshunova estava "feliz, no topo do mundo", mas indicava momentos de instabilidade emocional nos últimos 3 meses. Korshunova nasceu em Almaty, no Cazaquistão, há apenas 20 anos, e trabalhava para a agência IMG em Nova Iorque. Em 2005 foi capa da revista Vogue.
Guerra aos pinoys
Em cima: um grupo de filipinos abriga-se da chuva junto do palco improvisado no Largo do Senado, onde decorreu este fim-de-semana mais um conjunto de inanas actividades.
Em baixo: um aviso num prédio na Rua da Alfândega, onde reside uma grande parte da comunidade filipina, que pede encarecidamente que os pinoys não façam as suas reuniões à entrada do mesmo prédio.
Alemãs nuas com estrume
Uma mulher terá escorregado dentro de um tanque de excrementos de vaca enquanto fazia "bombas de estrume", anunciou a polícia alemã na Sexta-feira. Duas mulheres entraram numa quinta em Eberholzen, no norte da Alemanha, na passada quarta-feira, com o propósito de encher meias com estrume, quando uma se terá debruçado no tanque e caído. A outra ajudou-a, ambas terão ficado sujas e deixado as roupas no meio do campo, tendo fugido nuas (!). As autoridades desconfiam que as "bombas de estrume" seriam utilizadas em desacatos após o encontro de futebol entre a Alemanha e a Turquia nessa noite.
Weekends are not my happy days
E a chuva marcou presença durante o fim-de-semana, com a honrosa excepção da manhã de Domingo. Fica aqui este tema dos letãos Brainstorm, para animar.
sábado, 28 de junho de 2008
As Lolitas desta vida
Sou o mais velho de uma série de irmãos e irmãs, uma família à antiga. A minha irmã mais nova é quase 20 anos mais nova que eu. Quando tinha 19 anos e frequentava o 2º ano da faculdade vinha a casa aos fins-de-semana, e uma colega da minha irmã, de apenas 13 anos, era apaixonadíssima por mim. Frequentava a minha casa frequentemente, mandava olhinhos, não me queria largar quando saía. Os pais dela "aprovavam" o namoro, que nunca chegou a existir. Apesar de viver numa vila pequena (hoje cidade), onde toda a gente se conhecia, considerava isto errado. Quando frequentava o Liceu causava-me asco quando via rapazes muitos mais velhos que vinham procurar as meninas de 14 e 15 anos, algumas que namoravam com eles porque "eram bons". Alguns eram uns autênticos anormalóides que cumpriam o serviço militar.
Entretanto vim para a Ásia, e uma das minhas primeiras viagens foi à Tailândia. Ao assistir áquela imensa Gomorra que é a exploração sexual de pré-adolescentes e crianças, entregues às mãos de pedófilos americanos e europeus de modo a poder aliviar a miséria das suas famílias, deu-me a volta ao estômago. Nunca, mas nunca depois disso fui capaz de olhar para uma criança da mesma forma, de apreciar o corpo de uma adolescente, de perguntar as horas a uma menor. Nem cumprimento as colegas da minha filha de 10 anos, limito-me apenas a conversar com elas quando estão com os pais.
Depois veio o escândalo da Casa Pia, que envolveu entre outros o Carlos Cruz (nunca fui com a cara do gajo...) e o tal embaixador que até já passou por Macau. Nunca se falou tanto de pedofilia, nunca se viveu um clima tão grande de suspeição em Portugal, e logo num tempo em que os jovens e as jovens são cada vez mais autónomos e audazes. Só e pena que o caso venha cada vez mais caíndo no esquecimento e atirado para questões processuais, podendo mesmo ser vetado ao esquecimento, e tornar-se num crime sem castigo.
Hoje que tenho 35 anos, não sei se um dia vou ser um homem de 40 e tal anos e não vou conseguir olhar para uma jovem de 20, que podia ter idade para ser minha filha. Nunca vou ser aceitar que a minha filha namore com um homem muito mais velho. Quando vou a bares e discotecas evito conversar ou dançar com quem pareça suspeitamente jovem. Vou a festas de aniversário e em vez de brincar com os miúdos - como fazia nas festas dos meus irmãos mais novos quando era adolescente - fico sentado num canto à espera que os meus filhos acabem de brincar. O mundo sem estranhos é cada vez mais estranho e cheio de fronteiras e regras. É mesmo um mundo cão, este em que vivemos.
Durian - a doninha das frutas
Todos nós conhecemos esta simpática frutinha, o durian, que como que a avisar, tem uns espinhos bem pontiagudos que causam mossa nas cabeças dos nativos da Tailândia, Indonésia e outros países onde cresce, quando cai nas árvores. Mas como se esse aviso não fosse suficiente, os que atrevem-se a abri-la deparam com um cheiro nauseabundo, uma espécie de blend entre merda e mijo de gato. Que o digam as moscas que se juntam às dúzias nas caixas cheias de cascas de durian que os comerciantes deixam junto das latas de lixo no fim do dia.
Não sei quem um dia teve a peregrina ideia de comer algo que tanto fede, mas há quem considere o durian "o rei das frutas", devido ao seu elevado teor vitamínico. Os adeptos deste desporto radical (comer durian) defendem que "ou se gosta logo ou nunca se gosta". Que bom para eles. Não está nos meus planos futuros fazer esse teste. Não se pense que rejeito liminarmente o durian só por causa do cheiro. Já provei gelado e doce de durian, e a reacção foi a que esperava: detestei.
A mulher e os miúdos gostam, curiosamente. Não me importo que comam, desde que não seja em casa. E caso o façam sem que eu saiba, espero que não deixem vestígios do bicho no frigorífico. O cheiro não só é repulsivo como também muito intenso, ao ponto de ser proibido em hotéis em vários pontos da Ásia. Não sei se a fruta é exportada para a Europa, mas caso um dia lá apareça penso que as autoridades sanitárias vão torcer-lhe o nariz. Torcer e depois tapar.
Quando se gosta de durian, fala-se de como mais se gosta. Frio, quente, mole, duro, em forma de gelado, pudim, bolo, etc (ali em baixo está um tronco de Natal com creme de durian). Os filipinos comem-no com vinagre de arroz. Mas como sou mesmo muito boa pessoa, deixo que os comam todos. Bon appetit.
Da hipocrisia
Não é preciso ser um conhecedor do submundo da droga, basta ter vivido... por exemplo nas Pedralvas, ali a Benfica, para saber que os recordes de apreensões de haxixe não são coincidência. As policias fazem um brilharete, os traficantes sacrificam o produto barato e ninguém nota a diminuição nas apreensões de cocaína e heroína. E assim garante, quem aproveita, que não havendo o barato e moderado haxixe, os putos o troquem (ou comecem a consumir) as drogas que garantirão cliente por mais tempo e mais dinheiro. Uma aposta na fidelização e rentabilização do negócio.
Os fardos de haxixe podem ficar muito bonitos nos telejornais, mas acreditem que por cada fardo, há mais uns quantos jovens que deixam de consumir haxixe para passar a consumir coca. As policias e o IDT sabem-no, mas a hipocrisia mediática fala mais alto.
João Moreira de Sá, in Arcebispo de Cantuária (link à direita)
Bow down mister
Um vídeo de Boy George dos seus tempos de orientação bramânica. A forma ideal para se começar o fim de semana.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Leituras
- A não perder a entrevista com o advogado Pedro Redinha na edição de hoje do Hoje Macau, em Justiça tem que ser repensada.
- Carlos Morais José fala da situação do IPOR, em Se o querem matar, porque não o querem matar?
- Pinto Fernandes traz-nos a habitual crónica das quintas-feiras, em Dentro da Lei.
- Ana Cristina Alves elabora mais uma das suas curiosidades sínicas em Mascotes, catástrofes e piedade filial.
- No JTM, Luís Machado lembra um certo episódio da História de Macau, em O tiro certeiro do padre Rhó.
- José Miguel Encarnação assina a sua habitual crónica n'O Clarim, esta semana intitulada Vida.
- Veja o que pensa o Arcebispo da Cantuária sobre a última grande apreensão de droga em Portugal, em Da hipocrisia.
Bom fim-de-semana!
Y viva España
Aí está. A Espanha a jogar como Portugal devia ter jogado: um futebol directo, incisivo, e em todas as partes do campo. Mas as diferenças são óbvias, pois a Espanha tem jogadores de elevadíssimo calibre para todas as posições do terreno, e por isso desembraçaram-se facilmente da Rússia na segunda meia final do Euro 2008, ontem em Viena. Os comandados de Luis Aragonés vão Domingo para a final desfalcados do seu artilheiro David Villa, mas com a tal "fúria" que tem faltado em outros momentos decisivos para "nuestros hermanos". Xavi Hernandez, David Guiza e David Silva sentenciaram a sensacional Rússia na noite de ontem, e prometem fazer estragos junto da defensiva alemã na noite de dia 29. Aqui fica o palpite: Espanha nova campeã da Europa. Isto é, se conseguirem contrariar a habitual eficácia germânica...
Friday night
E porque hoje é sexta-feira, e deixou de chover, e acabaram as aulas na Escola Portuguesa (ufa!), este vosso servo vai divertir-se um pouco. Como música inspiracional, deixo-vos este "Friday Night", dos Darkness. Até já!
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Windsor & Co.
Eis o Windsor Arch, os dez blocos de 47 andares que estarão acabados em 2011, ali na Taipa pequena. Depois do Venetian e do primeiro hotel de seis estrelas, era natural que aparecesse um projecto assim: habitação de luxo para malta com massa, muita massa, rios de massa. Apesar de estar ainda em fase de construção, o Windsor Arch já começa a gerar uma enorme controvérsia. Com que então, 47 andares. Na Taipa pequena. Em frente a outros prédios de habitação com vista para o Rio das Pérolas. Daí que foi criada a "Comissão de Moradores Contra a Violação da Altimetria Permitida por Lei pelo Empreendimento Winsor Arch". Alvíssaras a quem conseguir decorar o nome desta comissão. A Empresa de Desenvolvimento Predial Vitória, responsável pela construção do Windsor Arch, repudia estas acusações, e deixou saber isso mesmo através de uma nota publicada na imprensa de ontem. Lança farpas e desafia os críticos (sem mencionar nomes) a explicar alguns outros empreendimentos feitos em Macau. Ou seja, não faz mal fazer mal, desde que já alguém o tenha feito antes. É complicado? Não, é muito simples.
Está portanto aberta uma guerra. Mas esperem aí, guerra? Nada disso. Aposto mesmo que o projecto do Windsor Arch vai para a frente, e sem espinhas. Brincam? Sabem quantos milhares de milhões ali estão? Quando a Empresa de Desenvolvimento Predial Vitória acusa a tal comissão de "não servir os interesses da população de Macau" com os seus "apelos demagógicos", só podem estar mesmo a brincar. Quem, da tal população de Macau, vai comprar apartamentos no Windsor Arch? E quanto vai custar cada fracção? 20 milhões? E não julguem que este vosso servo não gostava de poder adquirir ali uma moradia. Pensam que sou parvo? Sempre sonhei ter uma sala de estar que se pudesse converter em campo de futebol para brincar com os miúdos, ou uma casa onde jogar às escondidas. Limpar aquilo tudo é que deve ser uma grande chatice. Por enquanto tenho que me contentar com os míseros 60 metros quadrados, que, no fim de contas, sempre são meus e só meus.
É pois, está tudo legal. "Legal, cara", como dizem os brasileiros. Aliás hoje em dia nas OP só pode estar mesmo tudo legal, caso contrário sempre são 27 anos, que dá para contar os cabelos todos da cabeça e da barba não sei quantas vezes, e até elaborar gráficos sobre o assunto. Como "legal" nada tem a ver com moral ou estético, até gostava de sugerir aqui alguns projectos que podiam muito bem "servir os interesses da população de Macau". Ou melhor, servir alguns interesses de Macau. Tudo para bem da nossa economia, e para que possamos usufruír de cinco mil pataquinhas anuais vindas do nada. A saber:
PENHA'S: Um casino na Ermida da Penha. Nem mais. Aquela zona anda meio deprimida e recebe alguns visitantes mais corajosos que se atrevem a subir aquilo tudo. Slots com manivelas em forma de crucifixo, e croupiers vestidos de frades e freiras.
SILO DE S. PAULO: Já repararam como anda tão desaproveitada aquela escadaria que dá acesso às Ruínas de S. Paulo? Podiam facilmente deitar aquilo tudo abaixo, construír um silo automóvel, resolver alguns problemas de estacionamento perto do centro da cidade, e uma escada rolante que desse acesso ao...
ST. PAUL'S: Ali por trás da fachada das ruínas, um complexo comercial onde se podiam encontrar lojas da Triumph, Prada ou Sasa (mais uma...). Chega de fachada, vamos directos ao assunto.
LIGHTHOUSE HOTEL: Basta de sentimentalismos, como disse há tempos aquele gajo presidente da associação de arquitectos. O Lighthouse Hotel não fica em frente nem atrás do Farol da Guia. Fica em vez do Farol da Guia, e até se pode fazer como no Edifício BNU: manter o farol e construír o hotel por cima.
ATERRO TOUR: Já que existe o Grande Prémio de Macau, no circuito citadino a Guia, que tal uma volta a Macau em bicicleta? Para tal aterrava-se a baía da Praia Grande até à Taipa, e fazia-se um circuito que no fim, até podia servir para o campeonato mundial de Super GT.
E são apenas algumas ideias, certamente que há já quem tenha pensado em coisas muito mais loucas. Afinal os nossos empresários são mesmo muito empreendedores.
Mau para a moda
Hoje foi mais um dia de chuva em Macau. S. Pedro esteve particularmente activo durante a manhã, quando choveu a cântaros, tendo-se registado pequenos aguaceiros durante o resto do dia. Uma coisa que tenho observado é o trajar dos residentes durante estes dias molhados, para que contribui também o deficiente sistema de escoamento de águas das vias públicas. Os chapéus de chuva, já se sabe, pouco adiantam, e a população recorre às capas impermeáveis brancas transparentes, aos chinelos de plástico, às botas de pesca, às crocs e às calças arregaçadas até ao joelho. É mesmo tempo de deixar a moda e o bom gosto de lado...
ich bin ein Berliner
Passam hoje 45 anos desde o discurso do presidente John F. Kennedy em Berlim. Para rever.
É a zebra, estúpido!
Uma senhora de meia idade foi hoje atropelada por um motociclo na Av. D. João IV, perto da porta de saída lateral da Escola Portuguesa, enquanto tentava atravessar na passagem para peões. O acidente foi testemunhado por dezenas de pessoas, visto que eram 13 horas e vários pais esperavam os filhos para o intervalo da hora de almoço. Testemunhas oculares garantem que a senhora foi atingida mesmo no meio da passadeira, e terá sido transportada para o Hospital em estado grave. Era bom que se fizesse desta tragédia um exemplo, para que de uma vez por todas se respeitassem as passagens para peões em Macau.
Alemanha na final
O futebol tem destas coisas. Depois de ter chegado às meias-finais do Euro 2008 à custa de expedientes um tanto ou quanto discutíveis, a Turquia caíu aos pés da poderosa Alemanha, perdendo por 3-2 ontem em Basileia. No entanto, e apesar de contar apenas com 12 jogadores em plena forma, os turcos fizeram provavelmente o melhor jogo do Europeu. A Turquia adiantou-se mesmo no marcador por Umit Buntal aos 22 minutos. Os alemães despertaram com o golo turco e saíram de uma apatia em que se encontravam então mergulhados, e empataram por Bastian Schweinsteiger, um lance em tudo semelhante ao do golo do nº 7 germânico contra Portugal. Na segunda parte a Turquia continuou a rematar mais, a ter mais posse de bola e a beneficiar de mais pontapés de canto, mas aos 79 minutos Klose elevou-se a um cruzamento de Podolski e aproveitou uma saída em falso do guardião Rustu para fazer o 2-1. Parecia o canto do cisne da equipa turca, mas a três minutos do fim, Semi Sentürk devolvia a esperança aos comandados de Fatih Terim. Foi então que a Turquia provou um pouco do seu amargo remédio: o lateral Philip Lahm pega na bola no meio-campo adversário e faz sozinho o golo...no último minuto. A Turquia regressa a casa, e a Alemanha vai até à Áustria disputar a sexta final de um Europeu, contra o vencedor do jogo Rússia-Espanha, a disputar esta noite em Viena.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Chove, chove, Macau chove
Parece, parece...
Livros? Livra!
Parece que na próxima sexta-feira vai haver aí no IPM uma feira do livro qualquer, com 300 mil livros ou que é, a maioria em chinês e inglês. A organização "lamenta" a falta de livros em português, já que são na maioria manuais e dicionários, escritos também em chinês. Os mais pessimistas dirão que Portugal não quer saber disto, os mais optimistas dirão que não querem o rico dinheirinho do Governo português gastos em viagens de livros para Macau. Só digo que isto, para mim, não é novidade nenhuma.
Macau Tries To Step Out of Hong Kong's Shadow - A sombra de Hong Kong
Um artigo de Novembro de 2007 do Hidden Travel Gems (tesouros turísticos escondidos) que terá um pouco despercebido aqui pelo território (em inglês):
What's the problem with Macau? Nothing, really. The former Portuguese colony boasts some of East Asia's best casinos and plushest hotels. The peninsula, where the action is, is a unique blend of Asian and European. The Macau grand prix brings together many of the world's best auto racers, and business is booming due to Macau's designation as a special economic zone by the Chinese authorities in Beijing.
The problem, then, is that Macau sits in the shadow of Hong Kong. For many people Hong Kong IS Asia. The sheer density, both in people and in opportunities, makes Hong Kong utterly attractive and the center of most people's itinerary.
Macau, however, is content to sit on the sidelines. A new campaign aimed at attracting visitors from both Hong Kong and further a-field is bringing Macau's non-gambling attractions to the forefront.
How?
Macau is full of culture, and its proximity to Hong Kong needn't be a negative. Ferry service between the two former colonies runs often and is reasonably priced. Day trips between the two territories are easier now than ever before.
The cultural differences between the two places are also a marketing point for Macau. Without the same amount of land for large-scale projects (like Hong Kong's amusement parks or shopping centers), local culture becomes an important selling point.
A Hong Kong based travel agent explains:
We have to remember that culture and arts need not only mean high-brow events. There are also local festivals, local photography, artworks by schoolchildren etc...There is a growing number of regulars who visit Macau for the music and arts festival. There is also the annual fireworks show - families can go there to admire the fireworks.
That seems to be part of the ideal image Macau is striving for: An alternative to Hong Kong. Perhaps it doesn't have the attractions of Hong Kong. Fair enough. But it also lacks Hong Kong's traffic, pollution, and elbow-to-elbow crowds. Sounds like a fair trade-off to me.
25 de Junho
Faltam exactamente seis meses para o Natal. Ah, e passam seis meses desde o último Natal. Em 25 de Junho de 1986 nasceu o meu cão, o Campino (m. 2002). Em 1938 Douglas Hyde tornou-se o primeiro presidente da Irlanda, em 1975 Moçambique declarou a independência, e em 1991 foi a vez da Croácia e da Eslovénia. O arquitecto Álvaro Siza Vieira faz 75 anos, e o cantor britânico George Michael 45.
Força otomana
É hoje dia de Alemanha-Turquia, para as meias-finais do Euro 2008. Apesar de desfalcados os turcos estão, como sempre, confiantes. Como se pode ver aliás por este anúncio da Türko, patrocinador oficial da selecção.
Coisas proibidas
Com tantas coisas proibidas, onde é que isto vai parar? É um clip de humor à antiga, n'Os Contemporâneos.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Olho gordo na net
Conhecem o "teorema do macaco infinito"? A ideia pertence a T.H. Huxley, que no século XIX afirmava que o macaco seria capaz de escrever uma peça de Shakespeare. Bastava, para tal, que dispuséssemos de macacos infinitos aos quais pudéssemos confiar máquinas de escrever infinitas. Um dia eles acabariam por medrar qualquer coisa de sublime.
Andrew Keen regressa ao teorema de Huxley em livro que deu polémica nos EUA e foi agora editado entre nós pela Guerra & Paz. Intitula-se "O Culto do Amadorismo". O título, como se costuma dizer, é todo um programa: entregue à multidão ignara - à geração YouTube, à geração Blogspot, à geração Wikipédia; no fundo, aos "macacos infinitos" -, a Internet está a arrasar com o mérito intelectual e artístico; a promover a ignorância e a boçalidade em larga escala; e a cultivar um narcisismo repulsivo em que milhões de alienados usam a rede para exporem os seus delírios.
O problema, no fundo, está na ausência de filtro, capaz de separar a qualidade da mediocridade. Num jornal clássico, existe um editor; na televisão, existe um programador; nos meios de comunicação, existem profissionais que julgam e seleccionam. A Internet é uma selva epistemológica e moral que, acredita Keen, só será espaço frequentável quando os mecanismos de julgamento e selecção tradicionais forem exercidos por profissionais cibernéticos.
Entendo o argumento de Keen. Mas é difícil concordar com o tom alarmista do autor. A Internet é um caos? Sem dúvida. Mas por cada vídeo idiota no YouTube, existem preciosidades musicais, históricas ou até filosóficas que seriam impensáveis há uma década. A melhor forma de enfrentar o "culto do amador" está em procurar, nas famílias ou nos amigos, nos livros ou nas escolas, o profissional em nós. Porque somos nós o verdadeiro "filtro" cibernético; os editores pessoais da informação que procuramos e recusamos; os programadores privados das imagens que nos inspiram ou repugnam.
A Internet mata a cultura tradicional? Pelo contrário: a Internet exige-a como nunca.
João Pereira Coutinho, in Expresso
E pronto, como se já não bastasse vivermos numa sociedade em que cada vez mais se sabe e se quer saber do indivíduo, onde há câmaras nos parques, nos jardins, nas repartições, nos elevadores e nos supermercados, onde já é possível saber por onde cada indivíduo andou, onde e com quem esteve, os filmes que vê, os enlatados que consome, e onde só na retrete existe ainda alguma privacidade (será?), eis que cada vez mais aparecem estes advogados da censura, paladinos do bom gosto e senhores da verdade. Como este senhor Keen, que quase a chegar aos 50 anos, quer deixar a sua marca na Terra ao intrometer-se nas liberdades mais básicas dos outros.
Quem, mas ó quem, Deus meu, encosta uma pistola à cabeça destas pessoas e obriga-os a ver artigos mal escritos na Wikipedia, filmes patéticos no YouTube ou “descargas biliares” na blogosfera? O que os leva a considerar que o seu gosto é o melhor? Que tipo de autismo é este que os leva a pensar que têm o direito de falar da selecção das espécies, versão cibernética? De fazer uma carreira, escrever livros (sim, livros) a ensinar-nos o que é melhor, a propôr filtros, em nome da higiene de tudo o que se faz na internet?
Já sei que muita gente não gosta da minha habitual recomendação de “se não gosta, não venha”, mas o que mais posso dizer? Vir à blogosfera ler o que não gosta só pelo masoquista prazer de depois dizer que é mau, traz à memória a velha história do peeping tom, sempre pronto a olhar para a Lady Godiva ou através do buraco de qualquer fechadura. Não posso deixar de concordar com o João Pereira Coutinho (que escreve muito bem, por sinal): deixem o sonho voar. E quem não gosta, não coma.
Fengshen passa ao lado
O tufão Fengshen encontra-se neste momento a leste de Macau, e prepara-se para entrar na China continental, província de Cantão. Isto depois de ter provocado centenas de mortos nas Filipinas, e adivinha-se que faça também alguns estragos na China. Em Macau está içado o sinal de tempestade tropical nº 3, o que vale por dizer que amanhã os putos não têm escola, mas temos que ir trabalhar. Em Hong Kong a malta é mais cautelosa e está içado o sinal 8 desde as 22:00. Esperam-se chuvas torrenciais para os próximos dias. Obrigado, Fengshen.
Um artista português
Lembram-se de João Vale e Azevedo? Aquele advogado aldrabão que pilhou o património do Benfica? Pois bem, agora vive em Londres, no luxuoso bairro de Knights Bridge, numa casa de 15 milhões de euros, anda num Bentley no valor de 380 mil euros, conduzido por um motorista argelino a que paga quatro mil euros mensais. Em Portugal tem uma pena de 8 anos de cadeia para cumprir e pende sobre ele, aparentemente, um mandado de captura internacional. Ora digam lá se este não é um artista português, um gajo que ainda goza com isto tudo? Devíamos aprender com ele.
Um senhor porco
Penso que já todos conhecemos a história do porco que sobreviveu 36 dias debaixo dos escombros da casa do seu dono, após o terramoto de Sichuan, bebendo água da chuva e comendo apenas carvão vegetal de um saco que ali ficou por sorte. Mas vendo bem, será que o porco está assim em tão mau estado? Eu até diria que a dieta o deixou mais ou menos enxutinho. Para mais, até parece bastante sorridente. Este é mesmo um exemplo de heroísmo, um senhor porco.
Patuá língua viva
A Associação dos Macaenses, liderada pelo incansável Miguel Senna Fernandes, vai abrir uma "workshop" sobre o patuá, o dialecto maquista. As inscrições estão abertas até sexta-feira, e o objectivo é transmitir um pouco do conhecimento do patuá a quem estiver interessado, de modo a que não se deixe esta língua tão castiça morrer. Segundo MSF "trata-se de uma experiência", e "é melhor esperar para ver o que dá". Mais uma iniciativa de louvar, e apela-se aos jovens macaenses (e portugueses, e chineses, porque não?) que venham manter a língua viva. Veja aqui a reportagem completa de Vítor Quintã, para o JTM.
Os meninos-aranha
A história que chocou Hong Kong no passado fim-de-semana. Duas crianças, um rapaz e uma menina de 6 e 8 anos, respectivamente, desceram do 34º andar através dos tubos de canalização do prédio onde habitam em Tin Shui Wai. A menina conseguiu descer até ao 28º andar, e o rapaz até ao 25º. Isto porque tinham fome, o pai estava a trabalhar, a porta estava trancada e a mãe dormia depois de mais uma noite de jogos electrónicos na internet. Um vizinho, ao observar o sucedido, chamou a polícia, que evitou uma mais que provável tragédia. O pai (na imagem) garante que tudo se trata de um mal entendido, e que as crianças, agora apelidadas de "spider kids" (meninos aranha), arriscaram a vida porque são "irrequietos", e o apartamento oferecia pouca segurança. Um tribunal de menores em Tuen Mun encontrou já uma família de acolhimento para os jovens até ao próximo dia 14, altura em que se decidirá se os pais têm capacidade para manter a custódia dos jovens. O distrito de Tin Shui Wai é considerado problemático, habitado pela classe operária e pobre, conhecido pelos problemas sociais ali existentes e com uma elevada taxa de suicídios.
Zimbabwe sem solução
Continua a situação caótica no no Zimbabwe.O candidato do Movement for Democratic Change (MDC), Robert Tsvangirai, desitiu a cinco dias da segunda volta das eleições presidenciais, que ao que tudo indica darão um sexto mandato ao ditador Robert Mugabe, de 84 anos. Ao entregar a eleição de mão beijada a Mugabe, Tsvangirai demonstrou que é manipulável, fraco e vacilante. Um dos membros do seu gabinete desabafou em tom de desespero: “ele provavelmente seguiu os conselhos da última pessoa com quem falou” Tsvangirai é oriundo de uma família humilde, sem educação, trabalhou numa fábrica de vestuário e numa mina de níquel durante a juventude. Tal como a esmagadora maioria dos zimbabueanos, apoiou a independência da antiga Rodésia em 1980, e a liderança de Mugabe. Desiludido com as políticas económicas do presidente, fundou em 1999 o MLC, e teve a coragem de concorrer a umas eleições marcadas pela repressão e intimidação em 2002, tendo conquistado 57 dos 200 lugares no parlamento. Foi vítima de um atentado em 2005 e tornou-se desde então a única alternativa a Mugabe, num país que vive em estado de sítio e onde a inflação é superior a 165000%. Tsvangirai pediu protecção na embaixada dos Países Baixos, e ainda ontem a polícia prendeu cerca de 60 pessoas na sede do MLC.