segunda-feira, 31 de março de 2008

O arroz e o pânico


Verificou-se ontem uma corrida aos supermercados em Hong Kong e em Macau. Mais um pânico causado pela forte possibilidade do aumento dos preços e escassez de arroz. Macau importa o seu arroz da Tailândia, e este ano as colheitas foram, segundo os entendidos, "desastrosas". Não foram no entanto verificados movimentos no Saludães, Cigala, arroz Basmati e outras que a comunidade portuguesa expatriada consume exclusivamente.

Esta não é a primeira vez que a população ocorre em massa à mania ou pânico do mês. Já quando o nível da salinidade da água da rede aumenta, dá-se a corrida aos supermercados para comprar água destilada engarrafada. Não que em Macau se consuma água da rede, a não ser para tomar banho, lavar os pratos ou fazer a sopa, e nesse caso a água estar demasiado salgada até nem é grande problema. Além disso existem dúzias de marcas de água engarrafada destilada ou mineral, ao alcance de qualquer bolsa.

Aliás tivessem estes cidadãos bunkers no caso de um ataque nuclear ou do início da III Guerra Mundial, estes estariam impecavelmente equipados. Quando se afirmou durante a crise da SRAS que o vinagre não deixava o vírus entrar em casa, não ficou nas prateleiras uma gota do produto, o que apanhou desprevenidos os amantes das saladas de alface e tomate, ou como eu, aficionados da sopa de massa com feijão encarnado. Escusado será dizer que não há nada de cientificamente comprovado na afirmação "o vinagre combate o SRAS".

É que isto é mesmo assim; o mundo está sempre cheio de armadilhas e anda sempre aí um gajo qualquer que nos quer tramar. O melhor mesmo é encher as prateleiras do que quer que seja que vai faltar, de forma a não viver sem isso durante os próximos cem anos.

1 comentário:

  1. E por falar em água, há quem diga que esta é o petróleo do futuro.
    "Inflation hurts but rice price can kill".

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