segunda-feira, 24 de março de 2008

Lilau é fado





Uma colega com que trabalhei em tempos dizia-me bastas vezes que "o que faz falta em Macau é uma casa de fados". Sabemos que isto em termos de logística é bastante difícil, para não dizer impossível. Era preciso encontrar um grupo de amantes do fado que fizesse valer uma casa que precisaria de um(a) cantor(a) residente e dois guitarristas, pelo menos. Foram feitas algumas experiências no passado com resultados inconclusivos, mas olhando para o que aconteceu com o Clude de Jazz, por exemplo, ia ser difícil para a tal casa de fados sobreviver.

Já o meu pai, um amante da canção-destino nacional, dizia que a essência do fado era "uma viela, uma guitarra, uma rua escura" e outras parolices típicas dos amantes do fado de Lisboa (v. Canção de Lisboa, Jorge Palma). Mas é quando me sento de noite no Lilau que entendo isto como ninguém. A calçada à portuguesa, as lanternas amarelas, a rua estreita e ingreme, o quiosque no meio do largo. Nas noites mais frias dá quase para ouvir o som de uma guitarra.

Agora que se fala tanto de criar no Bairro de S. Lázaro um centro de indústrias criativas, resta-me pensar o que seria se alguém se lembrasse de aproveitar esta lindíssima zona do Lilau. Se calhar estragavam-na. Sendo assim prefiro levar para lá o meu iPod nas noites em que procuro alguma inspiração. Lilau é fado.

1 comentário:

  1. Acredite, caro Leocardo, que com o fluxo de turistas Japoneses e Sul Coreanos no território (povos sedentos de cultura), uma Casa de Fado por cá faria furtuna...e se fosse no Lilau, então... (teriam é que arranjar lugares de estacionamento, pois é praticamente impossivel estacionar ali...)

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