sábado, 2 de fevereiro de 2008
Não há táxi? Chame os bombeiros
Pessoalmente tenho um fraquinho pelas autoridades. Não pela autoridade bruta que carrega sobre manifestantes ou interroga inocentes em esquadras de polícia utilizando a tortura como meio de lhes "arrancar" a verdade. Adoro aquela autoridade corriqueira do bombeiro que salva o gato de cima de uma árvore, ou do polícia que faz a habitual ronda, dando-nos uma sensação de segurança. Tantas vezes penso: "não pode acontecer nada de mal, afinal está ali o sr. polícia".
Lembro-me quando tive de fazer a minha primeira entrevista. Estava na 3ª classe e fui à esquadra da PSP da minha área de residência aborrecer o primeiro sargento (ou lá o que raio era) com perguntas do tipo "é casado", "tem filhos" ou "quer paz no mundo". Se por acaso me estiver a ler agora, mil desculpas pelo incómodo. Mas aí está. A polícia serve sempre o cidadão com simpatia e um sorriso nos lábios. Seja a dizer as horas, a ensinar o caminho ou a dar entrevistas.
E os uniformes? Um prémio nobel para o génio que se lembrou daquela cor azul choque. Acho que aquele anil tem a sua própria categoria, azul-polícia, ou qualquer coisa assim. Mas que lindas ficam as meninas naquele uniforme. Desculpem a inconfidência, mas aquele uniforme é sexy. Mais sexy do que o uniforme das enfermeiras. Pensem lá bem. E as bombeiras, que infelizmente são cada vez menos? Quantas vezes não respeitam as mais básicas regras de segurança e fazem o fogo alastrar pelo meu coração...
Bem isto já está a ficar assim um tanto ou quanto meloso, qual torrão de Alicante deixado ao sol de Agosto. Lia hoje no JTM (que também sai aos Sábados, sabiam?) que os incêndios aumentaram em 2007. Quatro por cento, ou seja, mais 40 em relação a 2006. É provável que o número de incêndios vá baixar este ano, uma vez que o CB efectuou o ano passado 121 seminários sobre prevenção de incêndios e 61 exercícios de evacuação e simulação de sinistros. Já cheguei a assistir a alguns destes exercícios, e deixem-me dizer-vos que eles levam aquilo mesmo a sério.
O CB pede também cuidados redobrados para a época do Ano Novo lunar. O sr. comandante Fu Man Kai apela aos residentes que não deixem mobílias e lixo nos caminhos de evacuação dos edifícios (e não se esqueça que segunda-feira é o dia de limpeza), não queimem pivetes ou papéis votivos fora dos locais apropriados e PELO AMOR DE DEUS cuidado com os panchões. Aquilo faz um estardalhaço convidativo, e quantas vezes não me senti tentado a rebentar alguns na alcatifa, só para chatear a vizinhança? Só que é perigoso. Pois.
Aumentou o número de "utilização abusiva de ambulâncias". Ora bem, este é um problema muito comum em Macau. A minha avózinha - que Deus a tenha - preocupava-se tanto com a imagem que nem um táxi chamava a casa. Isso mesmo. Não fosse a vizinhança pensar "olha a Maria está a dar as últimas, até chamou um táxi". Ou ia para o hospital pelo próprio pé para uma consulta de rotina, ora viria um dia uma ambulância, o que era muito mau sinal.
Mas então quem foram os 314 cidadãos que fizeram uso indevido das ambulâncias do CB no ano passado? Hipocondríacos deprimidos pela leitura do último boletim dos serviços de saúde? Alguém carregado com compras que não consegue arranjar um táxi? Pois é, "lá está o Leocardo a gozar", pensa o estimado leitor. Mas será que é assim tão despropositado fazer uma relação directa entre o número de pedidos abusivos de ambulância e a cada vez maior dificuldade em apanhar táxi? Além do mais, quem os pode censurar? Com o excelso serviço providenciado pelos nossos agentes da autoridade, quem quer um imundo táxi?
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