sábado, 12 de janeiro de 2008

Oito dicas para deixar de fumar


É só do que se fala, principalmente em Portugal. Os portugueses querem deixar de fumar, ora por causa da nova lei (e penso que sobretudo por causa disso) ou por algum descargo de consciência e súbita realização de que afinal, fumar mata. Hoje vejo na Praça da Alegria o mestre de medicina chinesa Pedro Choy que cobra 30 paus por consulta de acupunctura e garante que "alguns pacientes deixam de fumar depois da primeira consulta", enquanto que outros "nem depois da terceira". Ora como sem força de vontade realmente nada se faz, aqui ficam algumas dicas que resultaram para mim há alguns anos:

1) As primeiras 24 horas são fundamentais. Escolha um dia em que se sinta especialmente enjoado para ficar algumas horas sem puxar do cigarro, e comece depois do pequeno-almoço. Se conseguir chegar à hora de dormir sem fumar, meio caminho andado.

2) O segundo dia é provavelmente o pior. Evite ambientes com fumo ou a companhia de fumadores. Evite situações stressantes e sobretudo nunca pense em deixar de fumar durante as férias ou enquanto viaja.

3) Estabeleça e ultrapasse pequenas metas. Um dia, dois, uma semana, x ou y horas sem fumar. Quem diz que "já tentou" mas ficou apenas uma manhã ou uma tarde sem fumar, nunca tentou, realmente. Primeiro passo: não compre cigarros, não guarde nenhuns em casa ou no escritório.

4) As pastilhas de nicotina e afins são inúteis. O essencial é desabituar o corpo a esta substância. Se quiser entreter a boca com qualquer coisa, rebuçados ou pastilhas de mentol são o ideal.

5) A tal desabituação à nicotina não é dolorosa nem exasperante. O tal Pedro Choy comparou-a (se bem que citou um médico) à dependência da cocaína. Se não tiver nada que fazer e lhe apeteça um cigarro, vá para um sítio onde não possa mesmo fumar. Uma biblioteca ou para o seu quarto, e leia um livro.

6) A história de que um cigarro ou uma cigarrilha sabe sempre bem depois de uma farta refeição é um mito, desculpa de mau pagador. Experimente a fabulosa sensação de um café ou um digestivo depois de uma boa refeição sem acender um cigarro. Sobretudo tente lembrar-se (dentro do possível, claro) de como era antes de começar a fumar.

7) Ao fim da primeira semana começa a sentir algumas ligeiras diferenças; aumento do apetite, maior sensibilidade ao sabor e ao cheiro, a bronquite parece começar a desaparecer. Mas não se iluda: durante os primeiros seis meses ou um ano (em alguns casos mais) está sempre sujeito a uma recaída. Evite fumar, mesmo que seja apenas "socialmente", e sobretudo evite beber demasiado. São mais que batidos os argumentos "deixei de fumar mas depois fui a uma festa, bebi muito, e depois...".

8) Sobretudo nunca se deixe desmoralizar ou convencer pelas máximas "só se vive uma vez" e "morremos todos na mesma", etc. Claro que no fim morremos todos, mas isto trata-se sobretudo de qualidade de vida. E se por acaso não está convencido, o que pensa deste argumento? E deste? E que tal este?

É a minha humilde contribuição, espero que no fim ajude alguém. Mas lembre-se: nunca discrimine um fumador, principalmente se já foi um. A isso chama-se "hipocrisia". Dentro de cada fumador há um não fumador a querer sair. E reflectindo nas palavras de Catão, o Censor, estadista e historiador romano: "Quando somos regulados pela mente, somos reis; quando somos regulados pelo corpo, somos escravos".

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