Jason Chao foi um dos grandes derrotados das eleições de 15 de Setembro. O jovem presidente do Novo Macau encabeçou uma terceira lista daquela associação, com vista a obter um quarto, ou mesmo um quinto deputado para os democratas - uma estratégia inédita, que muitos consideraram um erro, e que se veio a provar desastrosa. De três deputados, a Novo macau passou a apenas dois. A votação de Jason Chao ficou muito abaixo das espectativas, mesmo a dos que não lhe auguravam um bom resultado. Longe dos 14 lugares elegíveis, não figurou sequer no top-20. Muitos encararam o "factor Jason Chao" como um barómetro, uma medida para perceber até que ponto o eleitorado de Macau está receptivo a propostas mais "radicais", no campo da contestação e do anti-sistema. Para muitos analista qualquer coisa que não seja lamber as botas ao Executivo é "radical". Jason Chao falhou, saíu derrotado, e bem derrotado. Morto e enterrado, pensaram alguns.
Mas menos de um mês depois do fracasso, eis que surge o nosso rechonchudo heroí de óculos e camisa abotoada até ao colarinho, a fazer o que melhor sabe: protestar. Desta vez foi à porta da própria AL, insurgindo-se quanto a atribuição de mandatos pela via indirecta e através da nomeação, questionando os critérios que levaram ao reforço da influência do sector empresarial no hemiciclo. Jason Chao diz que preferia combater o mal como deputado, do lado do dentro, mas que nada o impede de continuar a fazê-lo de fora, nas ruas, sempre que se justifique. E acredito que o fará, e que mesmo sem a cobertura do estatuto de deputado, vamos ouvir falar dele. De quem não vamos ouvir falar tão cedo é dos restantes candidatos derrotados, que espreitaram, viram que não cabiam e voltaram à vidinha que tinham antes. Uns reaparecem de quatro em quatro anos, a ver se lhes sai a sorte grande, e outros há de que nunca mais ouvimos falar.
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