Não gosto de pessoas que nasceram entre 1950 e 1960. Que me perdoem os meus amigos que agora chegam aos 50 ou que caminham a passos largos para os 60, mas são “os outros” que me deixam mesmo chateado. Detesto quando me patronizam com bocas do tipo “no nosso tempo é que a gente lutou, pá!”, referindo-se ao facto de terem passado alguns dos melhores anos das suas vidas a viver na ditadura que a geração antes da sua deixou plantada desde os tempos em que nem havia TV e andava toda a gente à porrada.
Quem tanto fala do passado, é porque lhe começa a faltar um futuro, um chão para pisar, uma atitude construtiva em vez de destrutiva para a nossa geração. Tendo eu nascido no início dos anos 70, ainda me chamam “um puto”, e torcem o nariz quando se fala do 25 de Abril, considerando aquilo uma coisa “muito sua”. Medem tudo pelos parâmetros da sua época, e não se cansam de afirmar que “no seu tempo”, a juventude tinha valores válidos.
A única luta estudantil digna desse nome, foi a deles, e hoje os estudantes “não sabem usar a liberdade”. Quando se deram as manifestações da PGA, estava eu já no 12º ano, tudo o mundo achou que os estudantes nascidos entre 1970 e 1980 (onde eu me incluo) tinha ficado choné. Confesso que até era a favor da PGA, e estava um bocado contra aquilo tudo, mas mesmo assim foi uma chance que a malta teve de sair prá rua. Se calhar é por isso que estamos a assistir à fossilização de certas pessoas na nossa política: não se confia na “geração seguinte”.
Desconfiam da internet, mas usam-na. Falam de boca cheia de problemas como a pirataria informática ou o anonimato na internet, misturado com teorias díspares como o direito à privacidade ou a presunção da inocência. Acham que ler o Expresso semanalmente os “mantem informados” e que alguma da música horrenda que escutam é uma manifestação de intelectualidade. Alguns não aprenderam inglês, e por isso preferem música brasileira, nomeadamente bossanova, ou cantores abrilistas moribundos, como Carlos do Carmo ou Fernando Tordo.
Mas ainda voltando à música brasileira, estas pessoas têm casas cheias de discos (sim, discos) de Caetano Veloso ou Chico Buarque (os homens), Maria Bethania ou Gal Costa (mulheres), ou ainda Roberto Carlos (ambos). Para eles, o melhor piloto de todos os tempos continua a ser Emerson Fittipaldi ou Ayrton Senna. Torceram pela selecção brasileira durante os anos 70 e 80, quando a nossa não valia um chavelho.
Para eles os portugueses “são os melhores” em tudo, e pelam-se quando assistem a um português a triunfar “lá fora”. Isto apesar de conhecerem pouco o estrangeiro, só de férias, nunca mais que três semanas ou um mês. Têm uma personalidade muito pastosa e facilmente moldável; até as drogas dos tempos deles eram “mais fixes” e hoje “é só porcarias”. Também não se inibem de chamar a um toxicodependente “criminoso” ou pensar que certo grupos sociais só estavam bem “encostados ao Campo Pequeno” – e fuzilados, para quem não sabe o resto do bordão.
Bem sei que muitos são os nossos pais, os nossos tios, padrinhos, amigos dos pais, enfim, conhecemos muitos. Mas também não deve ser difícil a um jovem de vinte e tal anos perceber do que estou a falar. Mais uma vez que me desculpem os meus amigos nascidos entre 1950 e 1960. Vocês ainda são os maiores, carago.
21 comentários:
Nasci em 1957 e discordo da maior parte dos argumentos que o cabrão do leocardo esgrimiu nesta posta de pescada que amandou. Nao me resta mais nada do que mandar-lhe pro caralho. E olhe que lhe mando de uma forma muito delicada. Tenho dito!
O que é que a idade tem a ver com a pirataria informática ou a privacidade na internet??
Que monte de disparates, generalizar as pessoas desta maneira.
Eu nasci no final da década de 70 e não concordo com quase nada deste post.
Cumprimentos
P.Oliveira
1950/1960: são os filhod dos que dizem que fizeram «Abril»!!!!!
Os mais revoltados, e do piorio!!!
Jovens - tenham calma!
Depois de nós virá quem de nós bom fará!
post scriptum: eheheh!
Eheheh.
Bom Natal, ó cotas. Não se zanguem, olhem o coração.
Já agora, esqueci-me de acrescentar um parágrafo: "Para eles o seu ensino 'foi o melhor' e que os jovens de hoje nem sabem escrever. Apesar disto, escrevem 'mandar-lhe para o caralho' em vez de 'mandá-lo para o caralho', ou 'amandou' em vez de 'mandou'".
Posto isto, cumprimentos.
Mas o que é que aconteceu Leocardo, foi alguma mulher nascida entre os anos 50 e 60 que não gostava do seu pau? Será essa a razão do seu descontentamento?
Todas as mulheres, seja de que década, adoram o meu pau (Menos todas que nasceram depois de 1990, que não me interessam).
Feliz Natal!
Isto vulgarizou-se. Eu nasci em 1951 e, felizmente, nao me encaixo nos esterotipos referidos pelo Leocardo, mas ele tem razao pois conheco muitos Amigos de Alex. Estou a escrever em teclado ingles, sem acentos.
Raul
Porque é que as mulheres de 1990 e de 1991 não lhe interessam? Está com medo da lei? Então faça bem as contas e verá que essas também podem interessar. E até as de 1992 ou 1993. Com essas, basta andar de olho e esperar mais um ou dois anos.
Não interessam porque não interessam. Vou falar do quê com elas? Dos Tokyo Hotel ou do Micael Carreira? E olhe que as orientais que conheço dessa idade conseguem ser ainda piores. Deixe lá as amigas da filha em paz e boas entradas!
Cumprimentos.
Prefiro deixar as mães das amigas da filha em paz. E não estava a falar de conversar, que para isso também servem homens.
Pois claro, o senhor é um imenso garanhão, que desflora virgens só com o olhar. Peço desculpa, tinha-me esquecido desse precioso detalhe.
Cumprimentos.
Não sou garanhão nenhum, gosto é de mulheres. E algumas de 18 anos são mulheres a sério, quer vocês queiram, quer não. E até outras mais jovens. Mas, se há tantas, para que é que me hei-de arriscar com menores? Espero que atinjam a idade legal. Há-de me explicar qual é a diferença entre uma de 18 e uma de 20 (é só porque a última nasceu ainda nos anos oitenta?). Há coisas que se dizem simplesmente da boca para fora...
Meu deus, tanto disparate! Primeiro nasci nos finais dos anos 80 e tenho a dizer que agradeco todos os dias à geração de 50-60. Mini Saias, pílula e claro, os beatles, doors, velvet underground e outros que tais. Depois nao percebo qual é a ideia do senhor Anónimo, as gajas novas a que se refere devem ser bem parvinhas para irem na sua conversa. Cheira-me a crise de meia idade...
cumprimentos
Raquel Dias (dentro da idade legal e nem por isso interessada)
Este último comentário merece uma espécie de moldura. Parabéns, Raquel Dias.
PS: Mini Saias, pílula, os beatles, doors, velvet underground e outros que tais foram produzidos por pessoas que nasceram antes dos anos 50. Repare no título do post.
Caro Leocardo, certamente sabe que o 25 de Abril também foi feito por pessoas nascidas antes dos anos 50. Em todo o casao os beatles e os doors só existiram porque a geração de 50/60 os ouvia, e na verdade também foram eles (alias elas) que usaram a mini saia.
Mas por favor sinta-se à vontade para me por na tal moldura...
Que baixeza... O meu amigo Leocardo deveria alterar o título deste post. O texto que escreveu não se trata de uma reflexão mas sim uma tremenda irreflexão da sua parte.
Seu Leocardo, você é um malandreco. Atira pedras ao charco e fica a ver o agitar das águas.
Eu até estou "safa", nasci em 1961,
sou portanto elegível e aceitável...
E, estou casada com um jovem que nasceu em 1979, estou no melhor dos dois mundos...
I m the best... eheeheheh
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