domingo, 25 de abril de 2010
25 de Abril contra o mono-pensamento
Comemorou-se hoje o 36º aniversário do 25 de Abril, o tal dia cada vez mais longíquo onde se conquistou a liberdade. A liberdade podia ter chegado noutro dia, em 24, 23, 22 ou antes disso, ou até mesmo a 26, caso os militares tivessem dito: "epá hoje é 25 de Abril, não vamos fazer revolução nenhuma. Isto era só eu a brincar, ah, ah. Voltando ao cravo frio, hoje tivemos em Macau actividades várias para assinalar o dia entre a comunidade portuguesa, enquanto a chinesa só pensava "olha para estes gajos sempre a arranjar festas". Não fosse Domingo, ainda pensavam que se tratava de mais uma desculpa para não trabalhar.
Deste lado sente-se mais o 25 de Abril por causa da saudade e da distância, acho eu. Os jovens de Macau estão relativamente bem ensinados quanto ao Dia da Liberdade, e têm privilégio de receber todos os anos uma personalidade directa ou indirectamente ligada à Revolução dos Cravos. Pelo menos é o que dá a entender daquelas reportagens deprimentes que vemos de Portugal onde se perguntam aos jovens "o que é o 25 de Abril", sempre com respostas completamente alucinantes, misturas de factos, e mesmo de personalidades (ex: muitos jovens pensam que o 25/4 "derrubou Salazar"). Os jovens de Macau estão bem servidos, sim senhor, e nem o seu actual desfazamento dos tempos revolucionários os impede de entender que ali há qualquer coisa de importante.
Já sei que alguns dos leitores condenam hoje o que foi o 25 de Abril, que o regime "caminhava para a abertura", que Marcelo Caetano "era um reformista", e que os militares "aproveitaram a debilidade do Estado Novo", e tudo mais. Eu continuo a achar que o 25/4 foi uma data espectacular, pois foi o dia em que começou a ser permitido pensar de maneira diferente. Foi o dia do anti-mono-pensamento, esse mal que nos destrói por dentro como um cancro. Não interessa que por vezes as coisas não dêm certo por "questões de ideologia", pois é sinal que nem todos concordam com toda a fruta sempre para os mesmos. Se hoje o portugueses votam e erram, é porque têm esse direito. Ninguém tem o poder de nos mandar e manipular sem que não haja alguém que bata o pé.
Hoje a nossa democracia e país não estão assim tão bem, já estiveram melhor, e quase de certeza vão atingir algum patamar de espectacularidade no futuro. Só era bom que esse "Portugal do futuro" não esquecesse esses heróis de ontem, do 25º dia do mês de Abril de 1974. Pode ter sido uma revolução pacífica, mas antes dela outros houveram que derramaram sangue, perderam a vida, foram torturados e sofreram durante a noite longa do fascismo. O 25 de Abril e o 10 de Junho são os únicos dias do ano em que me sinto verdadeiramente português.
Quem é que inventou essa que "o regime caminhava para a abertura"?
ResponderEliminarBem, isto inventa-se tanta coisa...principalmente quando nunca viveu a situação, nasceu depois dela, ou não sabe que as ditaduras surgem para acabar com as democracias e não o contrário.
Cumprimentos e viva o 25.
O dia 25 de Abril foi um dia espetacular sim senhor. O unico senão foi o envolvimento dos comunistas que puseram aquilo tudo em palhas tortas. Tb se devia festejar o 25 de Novembro.
ResponderEliminarEu sinto-me português todos os dias. Não sou daqueles que só se sente patriota dois dias por ano.
ResponderEliminarEu também sou português todos os dias...Ao contrário de certas pessoas, como o Leocardo, que só se sente português quando lhe dá jeito...será que foi também uma atitude que ganhou dos chineses aqui de Macau, que só são patriotas quando lhes dá jeito??
ResponderEliminarO Leocardo deve ser um português diferente, um português sazonal.
ResponderEliminarPior ainda deve ser sentir-se apenas português no dia 10 de Junho e 25 Abril. Porque não no dia 5 de Outubro também? Fazia muito mais sentido sentir português no dia 1 de Dezembro que no dia da abrilada de 74, esse foi o primeiro dia do declínio da nação.
AA
Facho do caralho, este alcoólico anónimo! O leocardo é chinês, do português só o passaporte.
ResponderEliminarToda a gente sabe que o regime caminhava para a abertura, excepto aqueles que gostam sempre que se diga o que lhes convém. O 25 de Abril é feriado para caceteiros como são o primeiro e o último anónimo, tal como o 5 de Outubro o é. É óbvio que o feriado mais importante é o 1 de Dezembro, porque esse é que representa a soberania do país. O resto é para politiqueiros da arruaça.
ResponderEliminarPrefiro que me chamem facho do que ter discurso de radical de esquerda ou de politiqueiro de Paris. O golpe de estado - não chamem aquilo uma revolução que insultam qualquer revolucionário - de 1974 foi o principio do fim. E acreditem. As gerações futuras irão culpar e com razão os popularistas de Abril pelo estado actual de Portugal.
ResponderEliminarO Leocardo pode viver num bairro chinês, mesmo no meio deles, mas nasceu em Portugal, cresceu português e deveria ter um pouquinho de mais orgulho da pátria que o abençoou. Dixit.
AA
O anónimo das 23:38 é daqueles que festejam a liberdade de expressão que o 25 do 4 permitiu. Mas que começa e acaba na esquerda. O resto é logo apelidado de "facho do caralho", um democrata este senhor.
ResponderEliminarEu lembro-me tão bem do 25 de Abril como se fosse hoje. Como era domingo, fiquei em casa, deitado, a recuperar do sábado à noite. E como é que não me ia lembrar, se o 25 de Abril foi ontem?
ResponderEliminarViram a entrevista do Fanhais à TDM?
ResponderEliminarGrande momento de televisao.
Continuem com o bom trabalho.
Eu gosto é destes pseudo-facholas, patriotas à distância, reacionários de armário. Em dias como este andam aí nas ruas de outro país de cravo ao peito e sorriso nas trombas. À noitinha, por detrás do computador, libertam-se. Dizem-se patriotas enquanto mal dizem o período pós-revolucionário em que cresceram! Falam de boca cheia! Esquecem-se que com os do antigo regime nunca teriam largado a enxada, deixado a terriola e rumado à República Popular para abanar a árvore das patacas. Cambada de cromos!
ResponderEliminarConcordo com o Snatchpot: 25 de Abril é o Dia da Liberdade, quando o fdp do Caetano foi derrubado; 25 de Novembro devia ser o Dia da Democracia, quando gonçalvistas e outros comunas foram afastados. Jaime Neves.
ResponderEliminar07:33: mais um momento de respeito pela liberdade de opinião permitida depois da longa noite negra.
ResponderEliminarhoje em dia ser portugues não traz vantagens nenhumas,é só desvantagens.Orgulho em ser portugue porque?
ResponderEliminarAnónimo das 07:33 e qual é a sua solução para todos aqueles que não saem à rua com um cravo na lapela, pá? Também nos quer meter no campo pequeno como aquele grande democrata que é Otelo?
ResponderEliminarPronto, agora já chega. O 25 de Abril já foi há dois dias, acertem o relógio. A próxima data importante é o 1 de Maio, porque é sábado e não tenho de trabalhar.
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